Estávamos todos lá [12/06]. Aqueles que sempre estiveram lá e os jovens que chegaram na onda das lutas daqueles que estiveram lá antes. Havia os idosos que tinham dificuldade para respirar com os canhões de gás lacrimogêneo e água e as crianças para as quais ainda não é hora de barricadas. Foi uma marcha necessária para mostrar que a oposição ao TAV (Trem de Alta Velocidade) e às grandes obras está enraizada no Vale, em Turim e em todos os outros lugares. Houve delegações das muitas lutas que nos últimos anos se entrelaçaram e se apoiaram em uma dinâmica de apoio mútuo que se consolidou ao longo do tempo.
Houve também uma delegação de administradores, entre os quais, mais uma vez, não faltam ambiguidades sobre a questão do TAV. Infelizmente há aqueles que continuam a acreditar que representam um apoio e não um empecilho. Mas, afinal de contas, seu pequeno grupo era irrelevante em comparação com uma demonstração que pulsou com as lutas escritas nos cartazes e bandeirolas. Quando prevaleceu a delegação, quando a palavra passou para as instituições, o movimento se contraiu, titubeou, se perdeu em uma ilusão perigosa. Agora a última ressaca já passou. Parar o trem e o mundo que ele representa, um mundo onde a lógica do lucro é mais importante do que nossas vidas, depende do povo do movimento No TAV. Um povo que não é, como em toda loucura nacionalista, uma comunidade orgânica e excludente, mas uma comunidade de luta, que é formada no terreno onde o conhecimento é compartilhado e onde o mundo que gostaríamos de construir está sendo construído de agora em diante.
O grupo anarquista abriu com a faixa “Autogestão e ação direta. No TAV” e trouxe à praça as razões daqueles que recusam qualquer delegação institucional, pois o terreno de luta são as ruas, os caminhos e as praças atravessadas por aqueles que, apesar da forte repressão, sabem que o movimento tem bloqueado repetidamente o TAV com barricadas, com participação direta, com as grandes experiências de autogestão das repúblicas livres de Venaus e La Maddalena, nas guarnições resistentes e compartilhando refeições a poucos passos das cercas onde o exército e a polícia defendem locais transformados em fortalezas militarizadas.
Ao chegar em San Didero, houve um forte contraste entre os manifestantes do No TAV que alegremente invadiram a praça onde se encontra a nova guarnição, e as barreiras de concreto e ferro, cobertas com arame farpado, por trás das quais foram lotadas as tropas do Estado. O batuque nas cercas se prolongou por mais de uma hora.
De um lado a violência e o militarismo, do outro a força e a tranquilidade calma de saber que é possível parar a devastação, emperrar a lógica da exploração e da dominação. Isso depende de cada um de nós.
Fonte: https://www.anarresinfo.org/marcia-no-tav-verso-unestate-di-lotta/
Tradução > Liberto
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