[Espanha] Covardes contra os livros anarquistas

EM RESPOSTA AO ATAQUE À SEDE DA FUNDAÇÃO ANSELMO LORENZO

A Fundação Anselmo Lorenzo foi atacada neste fim de semana (14/06) por pessoas desconhecidas, que pintaram sua fachada, quebraram o vidro e tentaram arrombar sua fechadura. É um ato covarde com um objetivo, sim, perigoso para aqueles que odeiam o anarquismo e a emancipação humana: a cultura. Hitler e Stalin já o tentaram queimando livros que tinham uma visão de mundo diferente da deles, mas o ideal sobreviveu até hoje, apesar dos novos inquisidores. Os franquistas tentaram, incendiando os 23.000 livros na biblioteca de La Justicia, o centro de trabalhadores da CNT/FAI em La Felguera quando chegaram, deixando atrás de si um rastro de sangue e miséria.

Não há nada mais covarde do que atacar prateleiras cheias de livros, um centro onde são dadas palestras e pedagogia libertária, um lugar onde pessoas de todo o mundo vêm para consultar arquivos, para aprender sobre a cultura anarco-sindicalista e anarquista e sobre as ideias que defendem um mundo livre e igualitário.

Os livros são desarmados e não sabem como se defender contra os inquisidores. Eles são sem dúvida o alvo dos privilegiados, dos acríticos, daqueles que querem um mundo de patrões e escravos, de ovelhas e pastores. Os livros abrem uma janela para o mundo, nos levam a outros tempos, nos permitem ter critérios, nos dão discernimento, nos divertem, nos movimentam, nos instruem, nos surpreendem e nos ajudam a lutar e a construir um mundo novo.

É por isso que os fascistas e autoritários de todos os tipos os odeiam.

Uma e mil vezes a vileza humana será capaz de destruir uma biblioteca ou uma livraria. Mil e mil vezes livros antigos e novos serão recolocados nas prateleiras. Livros anarquistas também, porque eles brotam em todos os lugares, aqui e ali. Uma editora libertária fecha e outra nasce, um livro é escrito a cada minuto, novos jornais são impressos aos montes, sem meios, mas com vontade e entusiasmo militante. E assim, a cultura libertária prolifera, como um imenso reservatório que, hoje ou amanhã, quando chegar a hora, contribuirá para abrir os olhos da sociedade e oferecer-lhe armas para pôr fim à opressão e à injustiça.

Companheiros e Companheiras da FAL, nossa solidariedade e apoio. Eles latem, logo nós cavalgamos.

Saúde e cultura para sempre!

Grupo Anarquista Higinio Carrocera / FAI (Asturias)

higiniocarrocera.home.blog

Tradução > Liberto

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agência de notícias anarquistas-ana

Silêncio:
cigarras escutam
o canto das rochas

Matsuo Bashô