Por Luca Bagatin | 31/07/2021
Em 22 de julho de 1932 Errico Malatesta, o pai do pensamento anarquista italiano, morreu em Roma com quase 80 anos de idade.
Nascido em Santa Maria Capua Vetere em 1853, Malatesta aproximou-se muito jovem do pensamento e das ideias republicanas de Giuseppe Mazzini.
Em 1868, aos quinze anos de idade, foi convocado pela Sede da Polícia de Nápoles por causa de uma carta supostamente subversiva escrita por ele e dirigida ao rei Victor Emmanuel II.
Ele foi preso pela primeira vez em 1870, após uma revolta estudantil republicana, mas, após a Comuna de Paris de 1871, abandonou as ideias de Mazzini para abraçar as ideias anarquistas.
Foi nesse ano que ele se juntou à federação napolitana da Associação Internacional dos Trabalhadores, uma organização fundada em 1864 com a contribuição não só de Mazzini e Garibaldi, mas também de Marx, Engels, Bakunin e Proudhon.
Ele, portanto, tornou-se amigo dos anarquistas russos Michail Bakunin e Pedro Kropotkin e, em 1875, foi iniciado na Maçonaria em Nápoles, onde, como Bakunin e Proudhon, que já haviam sido iniciados, ele difundiu ideais socialistas e anarquistas. Ele deixou a Maçonaria no ano seguinte, porém, em polêmica com sua loja, pois este último organizou uma recepção em homenagem ao novo Ministro do Interior, Giovanni Nicotera.
Mais tarde Malatesta foi exilado na Argentina, onde entrou em contato com o Círculo Comunista Anarquista e publicou seu ensaio “La Questione Sociale”.
Em 1887, ele contribuiu para a criação do primeiro sindicato argentino, o dos padeiros.
Nos anos 1890 ele realizou comícios na Espanha e na França, onde encantou Maria Sofia de Bourbon, conhecida como “A Rainha dos Anarquistas”.
Em 1897 ele esteve na Itália, onde fundou o jornal “L’Agitazione”. Ele foi novamente preso e condenado antes de espalhar os ideais anarquistas na Grã-Bretanha.
Em 1919 ele voltou à Itália e reorganizou a Unione Anarchica Italiana, apoiou o Arditi del Popolo (a primeira organização anarquista, socialista e comunista antifascista paramilitar, fundada por ex-combatentes da Grande Guerra) e apoiou o empreendimento de D’Annunziana em Fiume.
Em 1920 ele dirigiu o jornal diário anarquista “Umanità Nuova” e posteriormente foi preso e encarcerado na prisão de San Vittore, em Milão, iniciando uma longa greve de fome que o debilitou profundamente.
“Umanità Nuova” foi fechado em 1922 pelos fascistas e Malatesta sempre condenou o regime de Mussolini e seus atos indiscriminados de violência, chegando ao ponto de escrever: “Seja qual for a barbaridade dos outros, cabe a nós anarquistas, a todos os homens de progresso, manter a luta dentro dos limites da humanidade, ou seja, nunca fazer, em matéria de violência, mais do que o estritamente necessário para defender nossa liberdade e garantir a vitória de nossa causa, que é a causa do bem de todos”.
Apesar do regime, da censura e de sua idade avançada, ele ainda conseguiu continuar suas atividades de propaganda subversiva, inclusive publicando o jornal subterrâneo Pensiero e Volontà (Pensamento e Vontade).
Sua saúde deteriorou-se em 1932 e ele morreu em 22 de julho de broncopneumonia.
A imprensa do regime ignorou totalmente sua morte.
Ele está atualmente enterrado no Cemitério de Verano, em Roma.
Errico Malatesta, em seu Programa Anarquista de 1919 escreveu: “Queremos abolir radicalmente o domínio e a exploração do homem sobre o homem, queremos homens unidos por uma solidariedade consciente e intencional para cooperar voluntariamente para o bem-estar de todos; queremos que a sociedade seja constituída a fim de proporcionar a todos os seres humanos os meios para alcançar o maior bem-estar possível, o maior desenvolvimento moral e material possível; queremos pão, liberdade, amor, ciência para todos”.
Este é o significado de seu testamento político, válido em todas as épocas e em todos os países que querem combater a opressão da exploração econômica e social.
Deve ser enfatizado que no pensamento anarquista, e no de Malatesta neste caso, a liberdade não pode ser considerada absoluta, mas deve ser limitada pelo princípio da solidariedade e do amor para com os outros.
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Tradução > Liberto
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tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
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