“É preciso abalar e abolir o pensamento dicotômico”

pespegar

Os de um lado estão a favor da Ucrânia, os de outro pela Rússia. Porém há outros lados e a vida não é dicotômica. Falam que a nova cepa do novo coronavírus combinará as variantes delta e ômicron, portanto, com maior letalidade. Os de um lado, pretendem definir já a atual situação de Covid-19 como endemia. Os de outro lado, querem acabar com uso de máscaras em público. Querem a volta às aulas presenciais como exigência de consumidores (privadamente) ou exercício de cidadania (publicamente). E há os defensores do hibridismo, afinal se há professores com comorbidades, haverá também estudantes na mesma condição… Discussão interminável a ser encerrada pela solução na dicotomia. Em ano eleitoral, o futuro do Brasil deve depender da melhor escolha na dicotomia. O pluralismo escancarou a dicotomia como a realização da uniformidade. Minorias numéricas não são, nem nunca serão, minorias potentes. E minoria potente não é uma definição cabível para elites (principais ou secundárias) e vanguardas. É preciso abalar e abolir o pensamento dicotômico.

não há confusão!

No último domingo, um jornal de grande circulação estampou: “Guerra confunde direita e esquerda no Brasil em embates ideológicos”. A confusão, segundo o artigo, se dá pelo fato que há tanto esquerdistas como direitistas apoiando as violências de Putin. E o contrário também acontece, isto é, pelas redes e mídias variadas não faltam ativistas de direita, lado a lado com os de esquerda, defendendo a chamada “resistência” ucraniana. Mas, afinal, qual é a confusão? Nenhuma. Esquerda e direita dependem da guerra e dos posicionamentos derivados de seus amontoados de cadáveres. Antimilistarista, antiguerra, somente xs corajosxs anarquistas.

guerra permanente

A guerra é uma das principais e fundamentais atividades do Estado. Nascido na Rússia, o anarquista Mikhail Bakunin, afirmava no século XIX: “a guerra é permanente e a paz apenas uma trégua”. Visto que é inerente a toda e qualquer força centralizadora como o Estado, não admitir nenhuma outra distinta, seja ela menor, maior ou equivalente. Dessa forma, o objetivo da força centralizadora não é nenhum outro senão o da dominação e conquista dos territórios vizinhos. É constitutivo do Estado apresentar-se para si e seus governados como objeto absoluto, sendo que tudo o que é contrário aos seus interesses é declarado criminoso. Essa é o vício do patriotismo.

>> Para ler o texto na íntegra, clique aqui:

https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2022/03/flecheira661.pdf

agência de notícias anarquistas-ana

Choveu há pouco –
O sol baixa das nuvens
Finas cortinas de névoa.

Paulo Franchetti