[Portugal] O cemitério da globalização à procura do seu coveiro

Ao ouvir estes relatos [da guerra], a minha mãe dizia já não reconhecer o rosto familiar do nosso povo; e não sabíamos chegar a outra conclusão senão esta: que para o soldado cada terra conquistada era inimiga, até a sua“, A Entrada na Guerra, Italo Calvino

Ninguém é herói por partir nem patriota por ficar!” Dias y noches de amor y guerra, Eduardo Galeano

No mundo contemporâneo, todas as guerras geram as suas próprias narrativas dominantes. A brutal invasão da Ucrânia pelo Governo russo deu origem à produção de uma absolutização discursiva raramente vista, excludente de abordagens não-hegemônicas e um obstáculo à compreensão do mundo em que vivemos de forma crítica. Uma análise da ideologia e da história da modernidade também nos ensina que todas as guerras operam sob o domínio da persistente chantagem do nacionalismo e da coação do cidadão anônimo pela ordem estabelecida no quadro do mito do Estado-nação.

Se a vida é um labirinto de contradições, a iminência da morte multiplica o eco desesperado das dinâmicas do absurdo. E nisto opera um desconhecido impulso não de vida, mas de sobrevivência e morte. Razão bastante para admitirmos: não nos podemos colocar realmente na pele de quem é cercado pelo nada de toda a moral enquanto escuta o assobio cego dos obuses. Desde logo, este conjunto de posicionamentos não se pode substituir aos motivos de quem ontem se manteve combativo, crítico ou mesmo neutral, contra a ruína dos governos russo e ucraniano, e hoje se vê forçado pelas circunstâncias a combater as tropas russas face à esmagadora opressão do governo de Putin. E não se pode substituir mesmo quando as razões aqui formuladas se encontrem nos antípodas do belicismo.

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Calor e chuva
Caminham pela janela
Lágrimas de outono

Yumi Kojima