Rebanhos Patrióticos

Diante da convocação para a participação no espetáculo eleitoral, os rebanhos, à esquerda e à direita, mobilizam-se em torno de seus respectivos pastores. Não hesitam em demonstrar fidelidade aos “líderes” do momento. Pequenos comerciantes, inclusive, veem seus caixas crescerem devido ao aumento na comercialização de bonés, adesivos, broches e outros produtos que homenageiam o homem que senta no trono do palácio e o “pai dos pobres”. Os moderados reivindicam a adoção de novas políticas públicas e a inclusão dos “excluídos”, rastejando-se pela distribuição “equitativa” das recompensas. Enfatizam que o momento exige união nacional em defesa da democracia e da felicidade do Brasil. Para eles, essa é a tarefa “histórica” do povo. Afinal de contas, segundo o “pai das nações”, “a voz do povo é a voz de Deus”. Os conservadores, por sua vez, oram pela segurança da “família brasileira”, constituída pelos “cidadãos de bem”. Dizem que essas são pessoas que contam com a vontade divina e estão dispostas a enfrentar quaisquer ameaças aos costumes tradicionais da “pátria mãe gentil”. O “amor à nação”, portanto, é a ideia fixa que orienta as condutas dos partidários da ordem, vermelhos ou verde-amarelos. São rebanhos que clamam pelo lema “Ordem e Progresso” e fiéis à autoridade dos costumes.

Fonte: Flecheira Libertária, n. 673, 31 de maio de 2022. Ano XVI.

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https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2022/05/flecheira673.pdf

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Nas águas do mar
Águas-vivas flutuam
Tranqüilamente …

Miranda