Dentro das celas, contra as prisões I

Em carta escrita nas celas das prisões chilenas de San Miguel e Rancagua, presxs anarquistas apoiam as greves de fome levadas adiante por presos mapuche. À decisão pela greve, partilhada pelos peñi encarcerados no complexo de Angol, propagam a “solidariedade combativa com o levante mapuche autônomo, compreendendo-o nas diferenças de cada luta, mas insistindo em todas as razões e motivos que nos unem como rebeldes e insurrectxs”. Saudaram também a Yiannis Michailidis, que passou mais de 60 dias recusando alimentação na prisão: “Desde o território ocupado pelo Estado chileno até a região grega, direto ao coração do companheiro Yiannis Michailidis um abraço subversivo e anárquico com toda a irmandade internacionalista em revolta permanente, com toda a força da memória em resistência e do ataque ao mundo podre da normalidade capitalista”. Assinada coletivamente por Francisco Solar, Joaquín Chancks, Juan Aliste, Marcelo Villarroel e Mónica Caballero, a carta se encerra com a afirmação da anarquia e da vida livre. “Que a vitória em cada batalha de resistência cotidiana contra as prisões vá semeando o caminho para a liberação total de povos, indivíduos e comunidades que lutam, em todo o planeta, pela vida e contra o capital. Enquanto existir miséria, haverá rebelião! Morte ao Estado e viva a anarquia!”

Dentro das celas, contra as prisões II

Yiannis Michailidis está há mais de 8 anos encarcerado. Há 11 anos ele é perseguido pelo Estado. Primeiro, recebeu ordem de prisão durante uma operação contra a Conspiração das Células de Fogo. Michailidis foi detido por apoiar a liberdade de anarquistas presxs e, por “falta de provas”, deixou a cela, mas continuou sob processo judicial. Depois, enquanto fugia, foi acusado de roubar agências bancárias. As autoridades foram somando acusações contra ele. Por uma fuga durante a prisão preventiva, usando uma viatura policial, Michailidis foi acusado de tentativa de homicídio contra um agente de segurança. O anarquista traçou mais de um plano de fuga, porém foi recapturado todas as vezes. Enquanto isso, acrescentaram-lhe um processo por porte de armas e “terrorismo individual”. Em maio deste ano, depois de cumprir mais da metade de sua sentença mais longa, teve sua liberdade condicional negada. O Estado grego continua a sequestrá-lo. Assim, o libertário iniciou a longa greve de fome, encerrada há algumas semanas.

>> Para ler o Flecheira Libertária na íntegra, clique aqui:

https://www.nu-sol.org/wp-content/uploads/2022/08/flecheira685.pdf

Fonte: Flecheira Libertária, n. 685, 23 de agosto de 2022. Ano XVI.

agência de notícias anarquistas-ana

Madrugada fria.
A lua no fim da rua
vê nascer o dia.

Ronaldo Bomfim