[Chile] Por um setembro negro e combativo

SETEMBRO NEGRO. Domingo 11, 10h00, Plaza Los Héroes. Santiago do Chile.

Setembro chegou e os apelos à ação persistem, assim como a memória persiste apesar das constantes tentativas de esmagá-la, cooptá-la ou transformá-la em algo estático, tentativas que vão desde o fascismo à social-democracia. A memória e a ação nos levantam em cada ato de resistência diante da violência do Estado e do capital, a mesma violência que realizou o golpe militar junto com a tortura e o extermínio de milhares de pessoas na ditadura e que sequestrou o jovem Mapuche José Huenante em democracia e assassinou a companheira Claudia López e todos aqueles que caíram em combate.

Ano após ano vemos que a imprensa burguesa fala de “jornadas mais calmas que os anos anteriores”, como se essa simples declaração apagasse as múltiplas expressões de resistência e luta de rua contra a polícia ou qualquer outro agente do Estado em nossas cidades e territórios, centrais ou periféricos, em marchas ou barricadas, dia ou noite, e que ano após ano saem para lembrar ao poder que não há esquecimento nem perdão, que a memória de nossos companheiros e companheiras também é fogo e que persiste como arma.

49 anos após o golpe, 24 anos após o assassinato de Claudia López nas barricadas de La Pincoya nas mãos dos carabineros e 17 anos após o desaparecimento forçado de José Huenante na democracia, também nas mãos dos pacos [polícias], dizemos em alto e bom som que ainda temos a raiva.

Por um setembro negro e combativo.

Força, resistência e liberdade para todos os presos políticos.

agência de notícias anarquistas-ana

zínias frescas,
brancas, amarelas,
cadê as borboletas?

Rosa Clement