Uma marcha solidária atravessa o centro da capital sob o lema “Fazer sindicalismo não é crime”.
Entre dois e três meses. Esse é o tempo que pode levar até que as seis pessoas condenadas no caso La Suiza entrem na prisão. Condenadas a três anos e meio de prisão por crimes de coação grave e obstrução à justiça, seu caso está agora pendente perante a Suprema Corte, à qual as trabalhadoras, afiliadas à CNT, apelaram para evitar a prisão. A defesa sempre sustentou que as seis trabalhadoras foram condenadas por fazer sindicalismo através de concentrações em frente à confeitaria La Suiza de Gijón, que estava envolvida em uma disputa trabalhista na época, e elas negam ter feito ameaças ou coagido os proprietários do estabelecimento.
Neste sábado (24/09) em Madri, as condenadas puderam sentir o carinho de uma multidão de madrilenhos e madrilenhas, assim como de centenas de pessoas que chegaram à capital em 20 ônibus vindos de toda a Espanha. Os organizadores falaram de 10.000 pessoas na marcha, que contou com a presença do secretário geral da CGT, Miguel Fadrique, dos deputados madrilenhos do Unidas Podemos, Alejandra Jacinto e Agustín Moreno, do jornalista Antonio Maestre e Tino Brugos, da SUATEA.
Juan Javier Herrera, secretário geral da CNT, declarou durante a marcha que o apoio demonstrado pelo público neste caso “marca um ponto de inflexão” na luta sindical. Jara, uma das condenadas à prisão, está satisfeita com o trabalho realizado e classifica o apoio que resultou desta convocatória como “incrível”: “Ver tantas pessoas nos apoiando significa que quando suas forças enfraquecem, você ganha impulso e continua um pouco mais”.
O grito “Vocês não estão sozinhas” ressoou no comício final, no qual as mulheres condenadas tomaram a palavra, culminando uma marcha que, sob o lema “Fazer sindicalismo não é crime”, começou em frente ao Ministério da Justiça na Calle de San Bernardo e terminou em frente à Glorieta de Carlos V, em Atocha ao meio-dia.
As pessoas condenadas estão confiantes de que a Suprema Corte acabará enterrando um caso que elas denunciam ter sido uma montagem. O próximo passo é a convocatória para uma nova mobilização, desta vez em Xixón, com data e local ainda a serem determinados. Nesta sexta-feira, um manifesto foi apresentado pelo mundo da cultura em apoio as condenadas, com as assinaturas do músico Xune Elipe, do editor Daniel Álvarez Prendes, do ator Alberto San Juan, do sociólogo Juan Carlos Monedero, da colunista Cristina Fallarás, da filósofa Clara Serra, dos ensaístas Santiago Alba Rico, César Rendueles, Daniel Bernabé e Pablo Batalla, do artista Ánxel Nava, dos escritores Guillem Martínez e Paco Álvarez, dos historiadores Xavier Domènech e Francisco Erice, e dos jornalistas David Artime, Nuria Alabao e Xuán Candano, entre outras 100 pessoas.
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