Por Mario Gutiérrez Vega | 02/10/2022
A Secretaria da Defesa Nacional (Sedena) vigia coletivos feministas, os quais situa como grupos subversivos, anarquistas e guerrilhas que há no país.
Informes de inteligência gerados por comandos e zonas militares revelam que o Exército segue de perto as atividades de feministas e ativistas que lutam a favor dos direitos das mulheres.
Os relatórios estão dentro das centenas de milhares de correios eletrônicos extraídos dos servidores da Sedena pelo grupo “Guacamaya”.
Em 8 de agosto passado, a Zona Militar 1, com sede na Cidade do México, enviou ao Centro Coordenador de Fusão de Inteligência Militar uma radiografia dos grupos sociais que operam e se mobilizam na capital, vários deles responsáveis por atos de vandalismo e agressões de rua.
A Sedena identifica a existência de 15 coletivos feministas relevantes na Cidade do México, entre eles Bloque Negro, Coordinadora 8M, Las Brujas del Mar, Marea Negra, Coordinadora 8M e Colectiva Aquelarre Feminista.
O documento enumera as marchas feministas ocorridas desde 2019 e detalha ações como a ocupação da sede da Comissão Nacional dos Direitos Humanos no centro da capital do país. Neste evento identifica com seu nome completo e apelidos 11 mulheres do Bloque Negro.
A Sedena exibe sete fichas que tem a Promotoria de Justiça da Cidade do México sobre pessoas acusadas de atos delitivos em marchas e atos feministas. Os dados de seis mulheres e um homem, detalha o informe de inteligência, servirão para obter “objetivos prioritários e iniciar pastas de investigação”.
Outra comunicação em poder da Sedena, fechada em dezembro de 2020 e que foi compartilhada pela mesa de coordenação de segurança em Puebla, brinda informação específica sobre a criação do coletivo Brujas Sufragistas. Aí se identifica, com nome e fotografia, às principais integrantes do grupo e seus aliados na Cidade do México e em Guadalajara. O documento põe especial atenção em suas redes sociais como meio de ligação, comunicação e mobilização.
Como sucedeu em 1968 e na década dos setenta durante a Guerra Suja, hoje o Exército vigia os movimentos das organizações sociais e dos cidadãos que se mobilizam com diversas demandas.
O informe da Zona Militar 1 aponta que existem 18 grupos anarquistas em 14 estados do país. A maioria está sob o abrigo da Coordenadora Estudantil Anarquista, à qual a Sedena cataloga como de tendência “radical e violenta”.
A informação que brinda o Exército permite estabelecer um mapa das organizações sindicais, sociais, estudantis e grupos de pressão que atuam na Cidade do México. Por exemplo, o Centro Miguel Agustín Pro, que acompanhou com assessoria jurídica os pais e mães dos 43 normalistas de Ayotzinapa, o cataloga como um grupo de pressão.
A Sedena considera que os grupos guerrilheiros como o EPR, o ERPI e o EZLN seguem ativos. Inclusive, faz uma relação dos líderes de cada organização e os que provocam ataques a seu nome.
Entre os relatórios hackeados por “Guacamaya” está um informe de 22 de abril deste ano elaborado pela coordenação regional da Guarda Nacional em Villaflores, Chiapas. O documento descreve a presença ativa do EPR nos municípios chiapanecos de Ángel Albino Corzo, La Concordia, Villa Corzo e Villaflores.
Como se revelou em Loret Capítulo 96, o hackeamento aos servidores da Sedena representa a divulgação de informação de segurança nacional relacionada com o combate à delinquência organizada e grupos armados.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Cerejeira silvestre –
Sobre o regato se move
Uma roda d’água.
Kawai Chigetsu
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!