As mudanças climáticas estão atingindo o Irã duramente. Nesse país em grande parte desértico ou semidesértico, com seu clima continental, quente no verão e frio no inverno, mudanças radicais estão afetando o próprio funcionamento da sociedade. No início de agosto, as temperaturas ultrapassaram 50°C. Pela primeira vez, um país inteiro parou suas atividades por causa da onda de calor extremo: escolas, escritórios do governo e bancos foram fechados em 3 de agosto. No ano passado, as usinas de energia já haviam sido fechadas, também devido à infraestrutura defeituosa. Este ano, cortes de energia e água foram registrados em Teerã e em outras cidades desde junho.
O Marrocos também bateu um recorde de calor: a estação meteorológica de Agadir registrou uma temperatura máxima de 50,4°C na sexta-feira, 11 de agosto. Essa temperatura está entre 5 e 13 graus acima do normal para o mês.
No Canadá, os incêndios florestais deste verão emitiram o equivalente a mais de um bilhão de toneladas de CO2. Isso é mais de três vezes as emissões anuais de um grande país industrializado como a França, ou o equivalente às emissões anuais do Japão, o quinto maior poluidor do mundo. Os enormes incêndios que estão devorando as florestas do extremo norte, na Sibéria e no Canadá, estão destruindo árvores que capturam CO2 e, em troca, liberam quantidades fenomenais de gases de efeito estufa. Um círculo vicioso.
No Havaí, o gigantesco incêndio que devastou a ilha de Maui está tendo consequências imensuráveis. Pelo menos 99 mortes já foram registradas em Lahaina, embora as equipes de cães tenham inspecionado apenas parte da área de busca. Cerca de 1.000 pessoas estão desaparecidas, mais de 2.200 edifícios foram destruídos e milhares de pessoas estão desabrigadas. As chamas destruíram mais de 880 hectares. O custo da reconstrução de Lahaina é estimado em 5,5 bilhões de dólares.
Na mesma semana, ficamos sabendo que a demanda por petróleo estava prestes a bater um recorde histórico. Espera-se que ela atinja “102,2 milhões de barris por dia” em 2023, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), o “nível mais alto já registrado”. Espera-se que a TotalEnergies, a Shell, a BP, a Chevron, a ExxonMobil e a Aramco obtenham lucros de US$ 340 bilhões até 2023. Mas, mesmo do ponto de vista puramente contábil e econômico, as escolhas atuais são suicidas: os danos causados pelo caos climático custarão infinitamente mais do que os lucros obtidos por um punhado de empresas ultra-ricas com a exploração do petróleo.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!