[Espanha] Notas sobre a Autodefesa

Por Rosa Fraile

A QUESTÃO da Autodefesa feminista não é nada novo. Vem de longe. As sufragistas inglesas já se formavam em técnicas de Jiu-Jitsu como Autodefesa para enfrentar as violências policiais. Foi Edith Margaret Garrud, mestra em artes marciais, que desde 1908 até o estouro da 1ª Guerra Mundial, organizou classes especializadas em técnicas de Autodefesa para mulheres sufragistas. Em pouco tempo eram capazes de safar-se da garra policial e escapavam.

Décadas depois, na segunda onda feminista, a associação Wen-Do Women’s Self Defence, nasce com o fim de ensinar Autodefesa às mulheres. Mas agora o objetivo era poder fazer frente às agressões machistas usando o método Wen-do. Desde então foi uma série incessante de técnicas diferentes que serviram para aportar fortaleza, empoderamento e segurança às mulheres.

Mas trata-se só de saber quebrar espinhas e braços, ser capaz de quebrar uma tábua, ou saber sair correndo? Sem discussão é necessário, mas não suficiente. Há mais em jogo. Tem que abarcar questões emocionais e psicológicas e não se limitar a atuações grupais pontuais se queremos imprimir-lhe um caráter transformador e revolucionário.

Temos que desenvolver estratégias coletivas de Autodefesa que nos facilitem estruturar um contundente contra-ataque, passando à ação coletiva para combater as agressões. Tarefa que nos incumbe tanto a homens como a mulheres, pois os depredadores, sós ou em manadas, seguem varrendo lares e ruas em busca de vítimas.

A maioria dos ataques sexuais a mulheres e menores se produzem em entornos ‘familiares-amistosos’ com enganos e autoridade patriarcal. É necessário aprender a detectar antecipadamente as agressões, e gestionar atitudes, vozes e gestos que sirvam para defender-nos. Se deve educar em sexualidade e psicoafectividade quase desde o berço a todo ser humano. É necessário aprender a não calar nem guardar silêncio.

Nesta batalha a educação é um pilar fundamental para armar o ataque ao patriarcado. A direita o sabe e atua promovendo a educação segregada por sexos, pretendendo aplicar diferenças parentais, e impondo o silêncio em questões sexuais.

É necessário passar ao ataque!

Fonte: https://www.cnt.es/noticias/notas-sobre-la-Autodefesa/

Tradução > Sol de Abril

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Alice Ruiz