A ruptura do pacto social democrata pelos de baixo!

A eleição de Lula/PT e Elmano/PT no Ceará pareciam selar uma força onipotente no estado. A força que levou a vitória no primeiro turno quando nenhuma pesquisa levantava essa possibilidade, deu força para o PT e seu grupo político, levando-o a acelerar sua integração sistêmica.

Elmano de Freitas/PT foi advogado do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra/MST, portanto, alguém que vem do movimento social. Parte de seu corpo de secretários também vem de movimentos como Miguel Braz/Consulta Popular, Moisés Brás que vem da FETRAECE, Cacica Irê do povo Jenipapo-Kanindé entre outros. Supostamente seriam aliados dos movimentos sociais, mas são entraves entre a luta dos povos e os capitalistas.

Transição energética e o papel do Ceará

O Nordeste brasileiro, em especial o Ceará, é polo para a produção de hidrogênio verde no Complexo Termelétrico do Pecém. Estima-se que a demanda pela transição energética, acelerada pela segunda Guerra Fria, possa fazer o capitalismo “verde”, permitindo uma produção de mercadorias de modo “sustentável”, como se um sistema historicamente predador da força de trabalho das massas populares e dos ciclos biológicos da Natureza fosse passível de ter alguma sustentabilidade social ou ecológica.

Nesta transição está em jogo a produção do hidrogênio verde, mas também da energia solar e eólica como alternativas aos combustíveis fósseis. Há décadas que as populações costeiras do nordeste brasileiro sofrem com a investida de empresas de energia eólica, que convertem terras tradicionalmente ocupadas em parques eólicos e solares que têm por objetivo abastecer a demanda energética das indústrias capitalistas, destruindo os modos de vida tradicionais de comunidades pesqueiras.

Percebemos, então, que o centro da disputa da “transição energética” ou da guerra por recursos minerais e energéticos tem como objetivo abrir frentes de expansão econômicas para a reprodução do sistema interestatal capitalista numa fase em que sucessivas crises de acumulação do capitalismo ultramonopolista vão se conjungando com os efeitos das crises ambientais, como bem evidencia a presente emergência climática. Nesse processo, o capitalismo “verde” potencializa as hierarquias do capitalismo fóssil como aquela entre campo e cidade, pois recursos energéticos para as indústrias capitalistas nas cidades são gerados às custas dos territórios de povos tradicionais.

É, assim, uma falsa transição porque baseada numa suposta mudança para tecnologias ditas renováveis, mas sem mudança de sistema socioeconômico, sem contestação nem busca de superação do principal causador da atual crise sócioecológica que é o sistema interestatal capitalista.

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agência de notícias anarquistas-ana

Alta madrugada,
sabiá boêmio entoa
um lânguido canto.

Alberto Murata