Realizou-se o primeiro fórum sobre anarquismo na UAQ (Universidade Autônoma de Querétaro)
Por Cristo Alejandro Recéndiz
Durante três dias se abordaram diversos temas ligados ao anarquismo: desde sua história, influência social, propaganda ácrata ou anarquista, o anarcoveganismo e o anarcofeminismo, assim como a fotografia anarquista, a geografia anarquista, a pedagogia libertária, etc.
“O anarquismo ressurge, já que o chamado socialismo autoritário – ou comunismo – resultou ser igualmente explorador como o capitalismo; a experiência histórica nos ensina que ante a barbárie capitalista devem ressurgir as tendências anarquistas”, pontua o sociólogo José Domingo Rosales Suasti, sociólogo palestrante no Primeiro Fórum de Análise do Pensamento Anarquista.
A respeito, os organizadores do fórum, Luis Fernando Valdelamar Suárez, estudante de licenciatura em Comunicação e Jornalismo e David Ezequiel Rodríguez Ramírez, da licenciatura em Antropologia, ressaltam a importância de recuperar o Anarquismo com um sistema de ideias com mais de dois séculos de história, e que exerceu uma marcada influência de radicalismo em vários movimentos sociais e culturais posteriores a Revolução Francesa.
Entre os participantes estava Emiliano Castro, que falou dos objetivos do anarquismo na atualidade, sublinhando que as discussões em reuniões, fóruns e assembleias eram importantes, mas que é necessário sair dos espaços autoproclamados anarquistas.
“Temos que repensar um a anarquismo do século XXI, como disse meu companheiro, nos organizamos em movimentos populares, assembleias horizontais e apartidárias, mas nos limitamos a existir; agora temos que nos fazer escutar, pois parecemos sectários, somente nós mesmos entendemos nossos conceitos; agora temos que fazer um anarquismo para não anarquistas, sair para que todas as pessoas nos entendam”, grifou.
De sua parte, Ociel Adame, professor em escola secundária na Cidade do México, narrou sua experiência no ensino de História para os jovens e falou sobre o ativismo e as lutas de Emma Goldman, para destacar, depois, que como anarquistas esquecemos a autocrítica e se interiorizou práticas como o machismo: “50% da população do país são mulheres, mas são as que menos participam em qualquer aspecto da vida”, disse, acrescentando o fato de que durante o Fórum a maioria dos participantes eram homens.
Os organizadores ainda comentaram para a comunidade universitária que o fenômeno do anarquismo é um relevante objeto de investigação, em especial para as faculdades de Filosofia e Ciências Políticas e Sociais, porque se trata de revisar as implicações históricas de uma das mais importantes ideologias nos âmbitos revolucionários dos séculos XIX e XX.
Durante três dias se abordaram diversos temas ligados ao anarquismo: desde sua história, influência social, propaganda ácrata ou anarquista, o anarcoveganismo e o anarcofeminismo, assim como a fotografia anarquista, a geografia anarquista, a pedagogia libertária, entre outros temas.
Entre os participantes estiveram Eduardo Salazar Martínez, da Escola Nacional de Antropologia e Historia; Sahiye Cruz Villegas, da Universidade Iberoamericana de León; Carla Silvia Campos Torres, representante da Organização Anti-especista, “Hermanas de Garras” e o Coletivo Liberte-se – Ativismo Vegano Querétaro.
As palestras ocorreram em três distintas sedes: no primeiro dia de encontro foram dentro da Faculdade de Ciências Políticas da Universidade Autônoma de Querétaro (UAQ); a segunda jornada foi no antigo Centro Preparatório, atual Faculdade de Filosofia, enquanto que no último dia se organizou na Casa Bakú, Centro Histórico.
Além de estudantes e egressos, da UAQ, outros palestrantes foram: Daniel Aguilar, da Universidade Politécnica de Querétaro, Rebeca Jiménez Marcos, da Licenciatura em Filosofia da UNAM, assim como Yadira López e Rubén Ramos, da licenciatura em Comunicação e Cultura pela Universidade Autônoma da Cidade do México (UACM).
Tradução > Liberto
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