A Confederação Nacional do Trabalho (CNT) considera a primeira Greve Geral Feminista Internacional todo um êxito em suas quatro vertentes, laboral, de cuidados, estudantil e de consumo
Devemos assinalar que já antes de realizar-se a greve, esta foi todo um êxito já só pelo fato de que se puseram sobre a mesa debates em torno ao machismo, a precariedade e a desigualdade das mulheres em nossa sociedade. Pese ao boicote e silêncio que sofreu a convocatória de greve de 24 horas por CCOO, UGT, ELA, LAB, CIG [“principais” sindicatos do país], alguns partidos políticos e grandes meios de comunicação.
Partindo de que o caráter da greve foi único, no laboral e onde a participação foi variada segundo territórios e setores, encontramos setores mais feminilizados como podem ser Telemarketing, onde a participação chegou a ser de até 50%. Se observam atrasos nos transportes e inclusive na indústria, um setor altamente masculinizado, vemos que oscila a participação de 10 a 20%.
Em grandes e médias empresas se observam mais taxas de participação que nas pequenas, ainda que em ambas recebemos queixas de pressões, ameaças e equívocos atualmente em mãos de nossos serviços jurídicos.
Na administração nós encontramos muitas vezes com que a mesma tenha inflado as necessidades dos serviços, encontrando-nos por exemplo com o caso de um serviço de emergências com 120% de serviços mínimos na Junta de Castilla e León. Vemos que hoje em jornada de greve nos falam do direito ao trabalho, mas se esquecem no resto do ano.
Houve grêmios que se somaram à greve como são as jornalistas, em cujo ramo houve paralisações que, inclusive, chegaram a ser de 100% como em programas como “Carne Cruda”, o programa de Ana Rosa, “Espejo Público”,…
Foram suspensas também rodagens de séries como “Acacias, las chicas del cable”, “Amar es para Siempre”, “La otra mirada”,…
Por territórios, encontramos que a participação nas grandes capitais é ampla, visibilizando-se nos piquetes que colapsaram os centros das principais cidades. Ao contrário, nas cidades menores o cômputo global é bastante inferior, ainda que nas capitais de província se notaram participação.
No âmbito estudantil, o seguimento foi praticamente total, especialmente no ensino médio e universitários, acontecendo o caso de universidades massivamente paralisadas como a Universidade de Sevilla, onde muitos centros não abriram e grande parte do professorado secundaram a greve de 24 horas.
A CNT participou desde o começo do turno da noite do dia de ontem (07/03) em dezenas de províncias, participando em dezenas de atos, desde cacerolaços até piquetes em bicicleta, passando por manifestações noturnas aos tradicionais piquetes informando às trabalhadoras e os trabalhadores dos direitos que podem acolher se fazem greve.
Observamos em determinadas províncias muita beligerância à greve, como o caso de Valladolid, onde detiveram companheiras da Assembleia Feminista 8M, tiraram cartazes e não deixaram fazer seu trabalho aos comitês de greve, mas as companheiras não deixaram de fazer seu trabalho para conseguir que a greve fosse um êxito.
Vemos que as mobilizações da manhã em princípio convocadas por associações estudantis se viram acompanhadas por milhares de trabalhadoras e trabalhadores em greve que as converteram em multitudinárias.
E estamos convencidos que esta tarde as mobilizações vão ser mais massivas se cabe, dado que as pessoas ameaçadas e enganadas que não puderam secundar as 24 horas vão estar nas ruas fazendo escutar sua voz e valer seus direitos.
Tradução : Sol de Abril
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