Tudo me sabe o metal, tudo me cheira a asfalto
(e desinfetante)
me engole este silêncio estrondoso que me rodeia,
este vazio que me enche.
As lembranças ferem,
o futuro segue inerte
sem qualquer promessa
e o presente me desperta todos os dias
uniformizado para a recontagem das 8.
Flutuo à deriva em um barco afundado
e este mar de asfalto se ergue
como hipócrita monumento
aos covardes que o construíram.
Mal vivo entre as frestas dos meus escombros,
tentando calmar minha sede comendo poeira e detritos.
O medo me paralisa
de me perder em meu labirinto.
Tudo me sabe e a lágrimas, vejo tudo ocre e cinza,
suo a impotência de não poder abrir a porta,
de vomitar correntes.
Tropeço buscando saídas para meu deserto
a minha pequena porção de castigo e paredes.
O medo me paralisa
de me perder ao me encontrar.
16-01-2019 Rodrigo Lanza (Isolamento/FIES- Arquivo de Internos de Seguimento Especial)
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Tradução > Keka
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UM ÓTIMO TEXTO!
COMO FAZ FALTA ESSE TIPO DE ESPAÇO NO BRASIL. O MAIS PRÓXIMO É O CCS DE SP!
ESSE CASO É O CÚMULO DO ABSURDO! A JUSTIÇA ESPANHOLA NÃO TENTA NEM DISSIMULAR SEU APOIO AO PATRONATO, AO FASCISMO!
Excelente
Esquerdistas não são anarquistas. Lulistas muito menos. Uma publicação desacertada que não colabora com a coherencia anarquista.