A seguir, entrevista a um combatente internacionalista das YPG.
Podes apresentar-te e introduzir a tua história em Rojava?
O meu nome de militante é Sorxwin Soresger, tenho cerca de trinta anos e cresci na Europa. Participei em diferentes lutas na Europa até que decidi juntar-me às YPG como voluntário internacionalista no Nordeste da Síria em 2015, para me juntar à luta contra o Estado Islâmico e defender a revolução de Rojava.
Como era a situação geopolítica quando foste para Rojava? Qual era a situação da guerra e a política em torno dela?
É uma questão muito ampla. Talvez não consiga ser muito preciso, visto que já foi há alguns anos e a minha memória não é muito boa. Lembro-me que era a época do Obama no ocidente e que isso teve um impacto aqui. Após a vitória em Kobane, os americanos começaram a coordenar-se mais com as nossas tropas (por exemplo, desenvolvendo um sistema de comunicação com as nossas unidades no terreno e com os seus aviões de combate). Em Bakur e no resto da Turquia o HDP também estava com força após uma grande vitória política nas eleições. No final de 2015 o Estado turco e a máfia ligada a ele iniciaram uma operação para criminalizá-los e atingir de forma mais ampla o movimento curdo, iniciando uma operação militar contra cidades e vilas do lado curdo. Lembro-me de uma vez que estava em Qamishlo (na Síria) a olhar para a sua cidade gémea, Nusaybin (do lado turco da fronteira), que havia sido destruída por tanques turcos. Neste dia senti-me muito desconfortável. Nós estávamos no país em situação oficial de guerra, mas na verdade a guerra acontecia a algumas centenas de metros de onde estávamos, do outro lado da fronteira, num país que não estava oficialmente em estado de guerra civil. Lembro-me que fiquei muito zangado com os media ocidentais por não cobrirem esses eventos. De resto, a situação em Rojava era bastante diferente de agora. A fronteira com o Iraque não era hermética como agora e a Turquia não tinha ainda construído o muro que existe hoje. Além disso, o Daesh ainda estava presente e controlava territórios. Quando cheguei a Rojava, o tema principal era a criação da aliança das SDF (concretamente uma aliança entre as milícias YPG e ASL para impedir a expansão do Estado Islâmico). Em 2015, após a batalha de Kobane, as nossas forças iniciaram uma grande ofensiva para cortar a linha de abastecimento do Daesh que vinha da Turquia. No fim de 2015, partimos para a ofensiva na principal cidade controlada pelos jihadistas, onde havia o maior e mais infame mercado de escravos, Al-Shadadi. Foi uma operação longa e perdemos muitos bons camaradas nesta batalha. A frente era muito extensa desde a cidade até às aldeias perdidas no meio do deserto. Depois de alguns meses de lutas intensas, conseguimos ganhar o controlo da cidade e libertar milhares de pessoas do poder jihadista.
>> Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui:
https://guilhotina.info/2021/05/07/defender-rojava-entrevista/
agência de notícias anarquistas-ana
Neve ou não neve
onde há amigos
a vida é leve
Alice Ruiz
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!