Por Suso García
Entrevista a Sòni Turon i Garcia, Presidenta da FAL | Ilustração de LaRara | Extraído do CNT nº 426
Sònia Turon i Garcia, desenvolveu desde sempre um sem fim de atividades relacionadas com a Cultura e a Memória Histórica da CNT e o Movimento Libertário. Tanto por tradição familiar, é filha e neta de anarquistas, como por sua militância social anarquista, se envolveu em todas as tarefas nas quais a Organização solicitou sua colaboração. Mas seguramente sua escolha como presidenta da Fundação Anselmo Lorenzo (FAL), vai supor para ela um novo desafio.
A FAL realizou um excelente trabalho nestes últimos anos, pela mão do companheiro Palacios. O que destacarias do trabalho realizado e que metas marcas para a Fundação?
Fizeram o trabalho duro, sempre o menos visível. Tiveram que lidar com a burocracia, as obras, os problemas no âmbito administrativo e legal. Conseguiram fazer operativos dos locais magníficos. Um que salvaguarda nosso arquivo e outro que permite uma presença física que está a caminho de converter-se em uma referência internacional. Atividades culturais e políticas, internas da CNT, edição e livraria… Tudo isso sem deixar de trabalhar em sua atividade central: salvaguardar, difundir, impulsionar a cultura e as práticas libertárias e anarcossindicalistas.
Metas? A Fundação será o que cheguemos a imaginar entre todos. Sem as pessoas que já colaboravam com a Fundação e as que se somaram, não me meto neste problema. Claro, seguir na linha anterior em muitos aspectos e, aproveitando que nos deixaram resolvidas as questões burocráticas, aprofundar em novos tipos de atividade, reforçar o arquivo como referência histórica e acadêmica, reforçar o conhecimento da FAL na Organização e convertê-la no lugar a ter em conta para propostas por parte de militantes e sindicatos… Creio que é bastante.
A Fundação é uma referência para os investigadores acadêmicos, fora de nossos círculos militantes?
A Fundação é uma referência fora de nossos círculos, o que ocorre é que isso acontece entre os investigadores individuais, não de seus centros acadêmicos ou outras entidades culturais. É algo que há que forçar. Criaremos relações entre iguais. Quer dizer, ser parte ativa, não meramente de apoio documental, em qualquer evento sobre um tema que nos diz respeito. Sermos tidos em conta como especialistas em nossa própria história e que isso se converta em “prestígio” acadêmico.
Temos como patrimônio parte do arquivo da Revolução Social. Um arquivo que está à altura dos mais importantes da Europa para o movimento obreiro, mas as “autoridades competentes” (e isso inclui as esquerdas da Transição) farão o possível por ocultá-lo na névoa. Porque mostra uma Revolução que buscava a justiça social e a liberdade fora de seus pressupostos ideológicos, com base no povo auto-organizado, e mostra que podia e pode fazer-se. E, também, que essa Revolução se baseou na construção social, e a documentação destrói a lenda negra que deixaram cair sobre nós.
Pensas que a FAL deveria descentralizar suas atividades e fazer parte da vida cultural de todos os sindicatos da CNT?
Sim. Creio que devemos criar um sistema através do qual haja um fluxo e refluxo de atos. Criar mais atividades (como as Exposições) que possam “viajar” e provocar que outras criadas pelos sindicatos se realizem na sede central que, ao fim e ao cabo, é sua casa.
Podemos os filiados e filiadas potencializar, fomentar, participar na FAL?
Não creio que, a quem queira, falte imaginação. Pediria-lhe que a use e, assim, de entrada, nos ajudaria a somar novas ideias. Há muitas formas de fazê-lo: oficinas, consultas, ajuda nas tarefas, excursões culturais…, dito em bruto. Contataremos para oferecer e perguntar, e esperamos ideias e provocações de vossa parte. Uf! Fica trabalho para séculos, mas é um trabalho prazeroso.
Muita agradecida Sonia. Queremos felicitar-te de todo coração desde toda a equipe que formamos o jornal CNT. Desejamos-te o melhor dos acertos em tua nova tarefa.
Fonte: https://www.cnt.es/noticias/hemos-de-crear-relaciones-entre-iguales/
Tradução > Sol de Abril
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