[Chile] Três anos após a revolta popular de 2019, as conclusões são claras.

Os pactos e acordos de poder e o processo constituinte resultante para uma nova constituição (acordado por todas as partes) fracassaram.

O governo progressista da esquerda social-democrata (FA/PC) vacila e cede a cada golpe de mesa da direita e das Forças Armadas e reprime impiedosamente aqueles que continuam a lutar (estudantes secundaristas).

Os setores do neofascismo liberal e os nostálgicos de Pinochet que eternamente recusam mudanças fortaleceram seu discurso oportunista, posicionando-se pouco a pouco como a oposição ao governo.

Os setores revolucionários não conseguiram capitalizar um projeto político de luta e foram diluídos entre aqueles que postularam que era necessário votar e continuar a luta e aqueles que continuaram a apostar no conflito de rua com o consequente isolamento do discurso e da prática. Nem um nem outro estão em uma boa posição hoje, numa época em que o povo, após uma revolta e uma longa pandemia, quer paz, segurança e soluções rápidas do Estado e um retorno à velha normalidade anterior a 2019.

A derrota da aprovação é um sinal claro de que o progressivismo social-democrata dominante e suas ideias e discursos nascidos da intelligentsia pós-moderna e não da conexão popular, não conseguiram encantar as maiorias e assim enterraram a ilusão de mudança na qual muitos estavam apostando. Nem as mudanças nasceriam desta rota para estrangular a revolta e desviar a atenção das exigências centrais que se chocavam diretamente com os fundamentos do modelo econômico dominante, e era óbvio que acabaria sendo esboçada nas costas do povo. Em outras palavras, este processo nasceu um fracasso para o povo e uma vitória para os poderosos.

O anticomunismo, bombardeado e financiado pela direita e pelo fascismo através das redes sociais e nas ruas, conseguiu penetrar em importantes setores da população, difamando este conceito. Diante disso, os setores antiautoritários, anarquistas e antifascistas ainda têm a oportunidade de assumir sua posição histórica ao lado das lutas exploradas e dos trabalhadores para se tornarem, a longo prazo, aqueles que fortalecem a consciência, a auto-organização, a solidariedade e a autonomia que o povo precisa para se radicalizar e lutar.

A luta foi sem representantes, urnas eleitorais, pactos ou acordos e essa é a ênfase que devemos colocar sobre a mesa durante este mês. Vamos abandonar a nostalgia do mês de outubro e continuar a luta.

Grupo de Propaganda Revolucionária – La Ruptura.

Tradução > Liberto

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