Os juízes cruéis e indecisos, os que na maioria dos casos aplicam penas duras – muitas vezes além dos limites da vida humana – os que metem na prisão pessoas por dívidas de alguns milhares de euros, os que tornam ilegal e abusiva qualquer greve que sai do comum, aqueles que expulsam de suas casas milhares de famílias que pegaram empréstimos nos bancos, não condenaram NENHUM político ou grande executivo por saquear o patrimônio público. Eles não condenaram NENHUM criminoso de guerra por facilitar a participação das tropas da OTAN em suas intervenções criminosas em várias outras colônias ao redor do globo. Não condenaram NENHUM dono de navio pelas inúmeras infrações ambientais que envenenam nossas vidas. Eles NUNCA condenaram executivos de empresas farmacêuticas que subornam médicos e funcionários do governo para controlar o mercado de remédios, o que se traduz em milhares de mortes de pessoas pobres. Eles quase não condenaram nenhum policial de baixo escalão que assassinou nas ruas, espancou impiedosamente em manifestações e estuprou em delegacias de polícia. Eles não condenaram NENHUM policial grego de alto escalão envolvido em tráfico humano, tráfico de drogas e contrabando de combustível e cigarros. Eles não condenaram NENHUM estuprador de alto nível da sociedade que usa seu poder financeiro nos corpos dos fracos destruindo suas vidas. – Células de Ação Direta
Em 4 de abril, os agentes da justiça burguesa querem colocar a Ação Anarquista no banco dos réus de terrorismo de estado. Nos mesmos bancos de onde o crime estatal e capitalista de Tempe* será tirado, a tirania enfrentará mais uma vez as forças de combate da violência revolucionária, da subversão e da libertação social.
A ambição do terror institucionalizado do Estado e dos patrões quer fazer valer o monopólio da violência legítima e classista contra a antiviolência legitimada pelo proletariado defendida pela Ação Anarquista, servindo à frente da guerrilha antiautoritária. Quer caluniar e difamar pessoas e escolhas de resistência militante, semear terror e medo através de convicções de longa data para dobrar aqueles que resistem intransigentemente à decadência e empobrecimento desta terra, fazendo um exemplo da base social em luta.
A tirania constitui o arco reacionário, buscando até o arrependimento silencioso diante do medo de uma vida soterrada por anos no inferno da democracia. Uma vida atrás das barras de ferro, respiros emprestados e medidos no sufoco generalizado das paredes. Diante dela está, imaculada pela degeneração e apatia, a responsabilidade política de defender a verdade contra sua morte. A responsabilidade política de defender na prática todo juramento de compromisso, lealdade, devoção e dedicação à perspectiva da transformação revolucionária por meio da luta subversiva.
A Ação Anarquista mais uma vez encara seus inimigos sem nenhum traço de remorso e capitulação porque a dignidade revolucionária não pode ser comprada. Não se curva a seus perseguidores, não se desculpa com os carrascos da liberdade, não recua nem foge diante das tarefas revolucionárias. Defende-se, com orgulhosa integridade, a honrar até o fim os juramentos e compromissos que pesam o fardo histórico da luta pela libertação e pela revolução.
Tendo a honra de fazer parte desta componente radical de resistência e luta militante, defenderei até às mais profundas trevas o caminho de fogo que está partindo o mundo em dois, passando pelos templos e fábricas do terror burguês. Munido da recusa armada de ser espectador da passagem da história, defendo até o fim as tarefas individuais e coletivas da guerra revolucionária.
Não importa quantos anos tenham que passar, não importa quantas vezes eu tenha que morrer de privação e perda, guardarei, com o mesmo orgulho inexorável, o pensamento de que mesmo no mar mais calmo a espuma das ondas que morrem permanecerá para me lembrar do impacto após a turbulência.
Nunca se curvar
Inflexível até a libertação total
Thanos Hatziangelou, membro preso da Organização de Ação Anarquista
Ala Especial, Hospital da Prisão de Korydallos
08.03.2023
*Refere-se ao terrível desastre de trem que ocorreu fora da cidade de Tempe, perto da cidade de Larissa. 57 pessoas foram mortas devido à falta de pessoal e equipamento abaixo do padrão causado por medidas de austeridade.
Fonte: https://athens.indymedia.org/post/1624067/
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