[Espanha] Insultos racistas no futebol

Sou torcedor da Sociedad Deportiva Rayo Vallekano…, que um anarquista seja torcedor de um time de futebol não é compreensível do ponto de vista anarquista. Mas se o leitor dessa reclamação (por assim dizer) decidir ler livros como o do anarquista Alberto Luque, Melé en las gradasReflexiones para la recuperación del deporte obrero, ele poderá ser condescendente.

O Rayo é o bairro, seu povo, seus torcedores. Não importa se ganham ou perdem (naturalmente gostamos que ganhem, mas de forma limpa, sem trapaças), torcemos pelo “nosso” time.

Mas acontece que não é só isso. É algo mais. É um sentimento de vizinhança, de classe trabalhadora, de proletariado, de luta por um mundo melhor. E você pode sentir isso no campo, na rua, nos bares do bairro…, no bairro.

Não gostamos de homofobia, não gostamos de racismo, não gostamos de fascismo… É por isso que, agora que surgiu um “grande” caso envolvendo um imigrante rico, como o do jogador do [Real] Madrid, todos estão se descabelando… Mas certamente nada acontecerá, esses três que foram “presos” pela polícia por ódio racial serão multados ou pouco mais, e então estarão na rua. E, sem dúvida, eles voltarão para as arquibancadas.

Mas o que aconteceu quando muitos torcedores do Rayo gritaram para um jogador do Albacete que ele era um “maldito nazista”? O que aconteceu? O Rayo foi punido, a partida foi imediatamente suspensa e, vários dias depois, o jogo foi disputado a portas fechadas. Sanções para as arquibancadas, especialmente para os Bukaneros.

Os ricos protegem uns aos outros. Portanto, chamar um maldito nazista de nazista, o que não é um insulto, pois ele era e é um nazista, acarreta penalidades. Insultar um jogador de elite por ser de uma raça diferente acarretará a mesma penalidade? Eu certamente acho que não.

Saúde.

Simon Pena

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

no lago
um pato
toma banho de chuveiro

Rogério Martins