[EUA] Illinois: ALF Liberta todas as raposas da Fazenda de raposas Aeschleman

14 de outubro: Nem sequer uma cerca protegia o celeiro da Aeschleman Fur Company (1574 County Road 1600 E Roanoke, IL 61561), de onde já podíamos ouvir os gritos de angústia das raposas. Será que elas sentiam nossa presença? Talvez tenham sentido o cheiro, ou nos ouvido cavando a parede do celeiro? Ou talvez elas apenas gritassem todas as noites, esperando que alguém as ajudasse a escapar deste inferno que não fizeram nada para merecer.

Nós ouvimos vocês!

Estamos chegando!

Finalmente fizemos um buraco grande o suficiente para entrar no celeiro. Era grande, com centenas de gaiolas, mas fileiras inteiras estavam vazias. Será que esse comerciante de peles havia passado por tempos difíceis, ou já tinha assassinado a maioria de seus prisioneiros até agora, no final de outubro? Esperávamos pelo primeiro, mas os cativos restantes eram tudo que importava agora. Começamos a trabalhar garantindo que eles teriam mais de uma saída. A grande porta deslizante do celeiro não se mexia, mas felizmente era feita de chapa metálica maleável que conseguimos dobrar para fora o suficiente para fazer um buraco do tamanho de uma raposa. Na outra extremidade, vendo que a porta da frente não tinha alarme, simplesmente a abrimos e deixamos entrar o ar fresco da noite.

Quando finalmente nos aproximamos da primeira gaiola, a raposa lá dentro reagiu agressivamente, rosnando e mordendo nossos alicates de corte. Se estivéssemos em sua posição, sem dúvida faríamos o mesmo, mas esta noite você aprenderá que nem todos os humanos são escória que abusa de animais. Abrimos a gaiola e a agressão rapidamente se transformou em curiosidade. Abrimos a próxima, e a próxima… até que todas as aproximadamente 80 raposas estivessem livres.

Algumas das gaiolas estavam presas com fechos e precisaram ser cortadas, outras tinham uma simples trava. Algumas das raposas faziam barulho no início, mas uma vez que a porta da gaiola era aberta, todas exibiam uma curiosidade silenciosa. O que está acontecendo? Ouso pular para fora? Para onde vou depois disso? À medida que mais gaiolas eram abertas, notamos raposas correndo pelo celeiro. Depois de abrir a última das gaiolas, nós mesmos saímos. Ali no campo atrás do celeiro, uma linda raposa branca solitária correu ao nosso redor de maneira quase brincalhona. Ela permaneceu e nos observou como se dissesse obrigada; um comportamento verdadeiramente surpreendente vindo de uma que só conhecera aprisionamento e abuso. Um momento mágico que não ousamos parar para apreciar. Você não precisa nos agradecer, vê-la deixar este lugar horrível é todo o agradecimento que precisamos. Agora é hora de correr!

Nós, a Frente de Libertação Animal, prometemos às raposas e minks deste mundo há décadas que destruiríamos esta indústria vil. Estamos muito, muito atrasados no cronograma e, no entanto, ela está tão perto do colapso. Permitimos que ela cambaleasse à beira do precipício por anos, quase como se a estivéssemos desafiando a recuar e voltar ao que era há 30 anos; uma era dourada das peles contra a qual inúmeros ativistas lutaram tanto para acabar. Caro leitor, isso é algo que você quer ver acontecer?

Porque se não, saiba que você é a peça final que precisamos para empurrar esta indústria desprezível do precipício de uma vez por todas. Sua inação só serve aos criadores de peles. Eles estão contando com isso.

Faça-os contar gaiolas vazias.

Fonte: https://animalliberationpressoffice.org/NAALPO/2025/10/22/alf-liberates-every-last-fox-from-aeschleman-fox-farm-illinois-usa/

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

À sombra, num banco,
folha cai suave
sobre meu cabelo branco

Winston

Milhares de crianças correm risco de morte em cidade sitiada no Sudão

Milhares de crianças estão enfrentando um risco iminente de morte, à medida que as taxas de desnutrição disparam na cidade sitiada de al-Fashir, na região sudanesa de Darfur, informaram quatro agências da Organização das Nações Unidas nesta quinta-feira.

Mais de um quarto de milhão de civis, cerca de metade deles crianças, ficaram sem acesso a alimentos e assistência médica na cidade durante um impasse de 16 meses, disseram as agências.

“As instalações de saúde entraram em colapso, e milhares de crianças que sofrem de desnutrição aguda grave estão agora sem tratamento”, disseram as agências.

Al-Fashir, atingida pela fome, é o último reduto do Exército sudanês na vasta região ocidental, enquanto luta contra as paramilitares Forças de Apoio Rápido em uma guerra civil que começou em abril de 2023.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM), a agência de refugiados Acnur, a organização infantil Unicef e o Programa Mundial de Alimentos disseram que seus representantes haviam visto uma devastação generalizada em Darfur e em outras partes do país durante as visitas.

As taxas de desnutrição também estavam aumentando em todo o país, disseram as agências.

“A fome foi confirmada em partes do Sudão no ano passado e a situação da fome continua catastrófica, com as crianças entre as mais atingidas”, disseram as agências.

As pessoas que retornaram à capital este ano, depois que o Exército retomou Cartum, encontraram bairros devastados.

“Encontrei pessoas voltando para uma cidade ainda marcada pelo conflito, onde as casas estão danificadas e os serviços básicos mal funcionam”, disse Ugochi Daniels, diretor-geral adjunto de operações da OIM.

No total, mais de 30 milhões de pessoas, incluindo cerca de 15 milhões de menores, estavam precisando urgentemente de ajuda, disseram as agências.

Apenas um quarto dos US$4,2 bilhões solicitados no Plano de Resposta Humanitária da ONU para o Sudão de 2025 foi financiado até o momento, acrescentaram.

Fonte: agências de notícias

agência de notícias anarquistas-ana

Vendaval. Nas nuvens,
veloz desfila o falcão:
um surfista no ar.

Ronaldo Bomfim

Uma charge…

Democracia é farsa! Escrotos! Abaixo o militarismo!

DEMOCRACIA É FARSA!

No dia 23 de outubro passado, enquanto o presidente brasileiro Lula se reunia com o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto (ex-general militar, acusado de abusos de direitos humanos e crimes de guerra durante os dias sombrios do regime de Suharto), em Jacarta, dezenas de anarquistas estão presos naquele país após as revoltas em massa em agosto de 2025. Os companheiros podem pegar até 20 anos de prisão!!!

ESCROTOS!

Em reunião, os dois presidentes pediram a implementação de um acordo de cooperação em defesa entre as duas nações. “Além de pedirem a implementação do Acordo de Cooperação em Defesa, Lula e Subianto se mostraram satisfeitos com a participação recíproca em feiras e exposições do setor [leia-se mercado da morte, da repressão, venda e compra de armas] e também com o fortalecimento da cooperação entre as indústrias de defesa de ambos os países.” – Fonte: agências de notícias.

ABAIXO O MILITARISMO!

Conteúdo relacionado:
https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/08/13/industria-da-morte-repressao-presidente-lula-e-presidente-da-indonesia-prabowo-subianto-concordaram-em-aumentar-a-cooperacao-em-varios-setores-incluindo-defesa-e-industria-de-defesa

agência de notícias anarquistas-ana

O cogumelo nasce
no tronco podre do Estado—
vida após a morte.

Liberto Herrera

[França] Saint-Nazaire. Biblioteca feminista e anarquista

Abre no primeiro sábado de cada mês, em Saint-Nazaire (Loire-Atlantique), nas instalações “autogeridas” do Amies de May, boulevard de la Renaissance.

Louise Michel, Christine Delphy, Alexandre Berkman… Nenhum retorno literário às aulas aqui, nenhum best-seller político nem romances de estação de trem. “Oferecemos livros difíceis de encontrar em outros lugares, só em algumas bibliotecas autogeridas”, diz Corine Cadren. Com Yann Perry, ela está na origem da nova biblioteca “feminista e anarquista”.

A partir deste fim de semana, está aberto todo primeiro sábado do mês, das 14h às 18h, no Boulevard de la Renaissance. Fica nas instalações do Amies de May, inaugurado há um ano, que acolhe diversas atividades ativistas: oficinas de Slam, conferências etc.

“Nenhum feminismo de direita ou extrema direita nas nossas prateleiras”, adverte Corinne Cadren. Ela cuidou desse aspecto, solicitando publicadores e doadores. Há trabalhos abordando correntes feministas internacionais, como o “Afrofeminismo”, nascido contra a opressão das mulheres negras. A biblioteca também oferece obras políticas sobre o anarquismo, vários movimentos de luta, para gays, lésbicas e transgêneros, a emancipação das minorias contra a sociedade patriarcal.

“Ao aderir (por 5€), assina-se uma carta de valores que corresponde ao espírito das nossas instalações autogeridas”, explica Yann Perry. “Sem subsídio, tudo é financiado por nós. Estamos empenhados em desenvolver uma visão social da vida, para fornecer uma história diferente daquela frequentemente escrita pelos vencedores!”

Todos podem pegar três livros emprestados por mês. “Também temos um pouco de literatura, fundamentos, livros raros para consulta”, diz Michel Perraud.

ladm.noblogs.org

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

mar não tem desenho
o vento não deixa
o tamanho…

Guimarães Rosa

[Espanha] Volta o Tattoo Circus de Sevilha

Bem-vindos…

Nos dias 28, 29 e 30 de novembro estaremos, mais uma vez, lembrando daqueles que continuam privados de sua liberdade, falando e refletindo sobre a luta anticarcerária enquanto tatuamos.

Como sempre, também haverá palestras, cartas para presos e presas, distros, apresentações, discotecagem, comida e confeitaria vegana.

Lembrar-vos que será um espaço livre de drogas e de toda atitude de merda!

Guardem a data, que mais tarde publicaremos toda a programação em detalhes. Se você quiser fazer parte do Tattoo Circus, pode entrar em contato conosco através do Instagram @tattocircus_sevilla ou do e-mail tattoocircussevilla@gmail.com.

Fogo às prisões e à sociedade que as precisa! Abaixo os muros das prisões!

Lugar
CGT Sevilha
C. Afonso XII, 26, Sevilha
Data
28, 29 e 30 de novembro

tattoocircusevilla.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

O rio não segue
o mapa do engenheiro—
ele inventa seu leito.

Liberto Herrera

[Chile] A via eleitoral não é o caminho, a única forma é a de outubro – Rede de Luta e Propaganda

Toda a classe política tentou apagar ou minimizar as razões que deram origem à revolta de outubro [2019, “Estallido Social”].

Hoje, os mesmos setores que então se esconderam após discursos de ordem e governabilidade distribuem o poder em um espetáculo miserável. Um teatro no qual as disputas entre partidos apenas maquiam a continuidade do mesmo modelo, enquanto nos impõe, democraticamente, a obrigação de legitimar este circo com o voto.

Os governos, sejam de direita ou progressistas, junto com a constituição e o modelo neoliberal, converteram o território em um negócio. A terra, a água e os bens comuns são entregues ao bloco corporativo-extrativista: mineradoras, madeireiras, bancos e fundos de investimento que lucram com tudo. O Estado atua como sua garantia, assegurando que este país siga funcionando ao ritmo do capital e não das pessoas nem do planeta, ao mesmo tempo em que reprime – desaparece e assassina – os que se levantam contra este sistema para defender a terra e a vida, nas cidades, a alimapu, lafkenmapu e Wallmapu.

A revolta de outubro revelou que existe uma raiva generalizada e coletiva contra a classe política, mas também nos mostrou a armadilha: ofereceu uma saída institucional para desativar a força da rua, um tratado que pretendia canalizar a raiva e neutralizá-la, para devolver-nos a ordem da obediência, concedendo meses de luta ao processo eleitoral, que bem conhecemos só consolidou a frustração.

O sistema soube absorver, mas também soube golpear: os presos, os traumas oculares e os assassinados são prova disso.

Hoje a insegurança e a imigração são usadas pelo poder para justificar mais controle, mais polícias e mais cárceres. O medo se converte na nova moeda de governabilidade. Mas a insegurança real não está na rua, está no endividamento, no colapso mental, nas zonas de sacrifício, nas extensas jornadas laborais, no negócio que fazem com nossas vidas. Essa é a violência cotidiana com a que nos mantêm fragmentados, fechados em casas vigiadas, endividados e cansados.

As promessas da transição democrática estão obsoletas faz muito tempo, e as últimas revoltas a nível mundial nos confirmam que a luta não se dá nos parlamentos nem nas urnas, mas nas ruas, nos territórios, nos corpos que resistem e nas comunidades que se organizam.

Outubro evidenciou a forma: panelas comuns, assembleias territoriais, redes de assembleias, redes feministas, barricadas, coordenadoras de solidariedade com os presos, brigadas de saúde, atividades contraculturais, violência de rua, hortas coletivas, meios de contrainformação; projetos que só se sustentam fora dos partidos e da lógica eleitoral. Assim se tece outra alternativa: a da organização horizontal, autônoma, solidária e combativa. Aí pulsam as possibilidades de outros paradigmas de vida.

Não necessitamos que ninguém nos dirija.

A organizar-nos, defender-nos, cuidar-nos e multiplicar as práticas que constroem a autonomia e fortalecem a luta!

Rede de Luta e Propaganda

17 de outubro de 2025

Fonte: https://lapeste.org/la-via-electoral-no-es-el-camino-la-unica-forma-es-la-de-octubre-red-de-luta-y-propaganda/

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Semente rebelde
brota no cemitério
dos reis e papas.

Liberto Herrera

[EUA] Dia nacional americano contra a brutalidade policial

Todos os anos, em 22 de outubro, comunidades nos Estados Unidos observam o Dia Nacional de Protesto pelo fim da Brutalidade Policial, da Repressão e da Criminalização de uma Geração. Estabelecido em 1996 pela Coalizão 22 de Outubro, o dia chama a atenção para a violência policial sistêmica e a contínua falta de responsabilização por má conduta da polícia.

As estatísticas se mantêm alarmantes. Dados do Mapping Police Violence mostram que, em 2024, a polícia dos EUA matou 1365 pessoas, maior número já registrado. Além disso, negros americanos continuam a ser mortos pela polícia quase três vezes mais do que americanos brancos. Apesar de décadas de esforços para reformas, a frequência da força letal não diminuiu e as disparidades estruturais na aplicação da lei entre as jurisdições persistem.

Os eventos de 22 de outubro incluem vigílias, passeatas, palestras e ações de coleta de dados que documentam a violência do Estado e defendem as famílias afetadas. O dia também reforça a importância do trabalho jurídico e comunitário de base sustentado e de abordagens equitativas para a segurança pública que vão além de respostas militarizadas.

O Centro de Defesa das Liberdades Civis reconhece o dia como um momento essencial para examinar os padrões de repressão e apoiar as demandas nacionais americanas por transparência, responsabilidade e libertação; além de lutar contra a repressão do Estado em todas as formas. O nosso cliente preso, Malik Muhammad, exemplifica por que esse trabalho é tão crítico.

Para quem está começando a conhecer o CLDC, Malik foi submetido a uma transferência retaliatória da Prisão Estadual de Oregon em Salem, para a Instituição Correcional de Snake River em Ontário, Oregon (extremo leste de Oregon; mais perto de Idaho do que Portland ou Eugene). Antes da transferência, Malik foi submetido a torturas cruéis e incomuns na prisão; alojado em confinamento solitário por mais de 250 dias, às vezes forçado a dormir no chão sem suprimentos de higiene ou qualquer pertence, nem mesmo livros. Esse abuso e negligência por parte do O.D.O.C. foi feito apesar de Malik ser veterano de guerra com síndrome de estresse pós-traumático.

Malik lutou contra a repressão do Estado, dentro ou fora da prisão, e foi forçado a se envolver com o sistema por meio de greves de fome; não só para protestar a própria punição cruel e incomum, mas também melhorar a vida e as condições dos companheiros de prisão. Malik continua a lutar, sem máscaras, pelos direitos e dignidade das pessoas. Infelizmente, esse movimento do Departamento de Correções somente piorou a situação, e foi arrancado da família e do sistema de apoio e enviado para as fronteiras entre Oregon e Idaho.

Para ler mais sobre Malik, veja a página de blog (malikspeaks.noblogs.org). Se tiver interesse em escrever, certifique-se de ler estas instruções sobre como se comunicar com um prisioneiro em Snake River primeiro (penmateapp.com).

Malik Muhammad #23935744

Snake River Correctional Institution

777 Stanton Blvd

Ontario, OR 97914-8335

EUA

“Meu nome é Malik Farrad Muhammad. Eu sou muçulmano, pansexual, preto e palestino, tenho 26 anos (sim, muito confuso). Sou anarquista antifascista, abolicionista antirracista (sim, policiais e prisões) pelo meu amor à liberdade! Meu primeiro protesto foi no ensino médio: uma greve apresentada após o assassinato de Treyvon Martin. A partir daí, nunca mais me tornei ativo até ‘Bernie or Bust’ e, é claro, a revolta de George Floyd. Viajei pelo país, organizei, lutei e acabei sendo sequestrado, resgatado e, agora, mantido prisioneiro aqui no OSP.

Tenho um filho lindo e uma família amorosa em casa no Centro-Oeste. Também sou veterano de guerra, no exército era tripulante de tanque; e não, eu não tenho orgulho de ter feito parte da máquina assassina, portanto, não me agradeça pelo meu serviço [N.T.: os americanos, em geral, agradecem ao serviço de qualquer pessoa que afirme ter servido]. Eu amo música mais do que qualquer coisa, sou guitarrista e aspirante a pianista, de todos os gêneros.

Não há muito mais a dizer, exceto que sou amante da liberdade, da equidade e da igualdade, e que lutarei por elas até o último suspiro. Ao contrário daqueles que podem se arrepender de algo que fizeram para serem condenados ou daqueles que moderaram as ações por medo das consequências, eu não me arrependo de nada, mesmo de não ter feito mais antes de ser pego. Vou viver para o povo e vou morrer pelo povo porque amo o povo, nós, que amamos a liberdade, não podemos descansar até que ela chegue.”

Fonte: https://cldc.org/national-day-against-police-brutality/

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

No telhado ao lado,
Sinfonia de pardais —
Ah… chuva vernal!

Teruko Oda

Contra ventos e marés: Apoio aos companheiros da CNT-AIT espanhola contra os ataques da CNT-CIT!

Lyon (França), 21/08/2025

Como militantes da Federação Anarquista (FA) francófona, denunciamos inequivocamente os escandalosos ataques da CNT-CIT contra a CNT-AIT na Espanha.

A CNT (Confederação Nacional do Trabalho) conhecida como “CNT-AIT”, organização anarcossindicalista espanhola filiada à AIT (Associação Internacional dos Trabalhadores), está atualmente sendo levada à justiça burguesa por outra organização sindical próxima: a “CNT-CIT” (CNT-e), filiada à CIT (Confederação Internacional do Trabalho), que ela cofundou após ser expulsa da AIT em 2016, e consequentemente após se separar da CNT-AIT.

Acontece que a CNT-CIT entrou em guerra, não contra o Estado e o Capital, mas contra… sua homóloga: uma organização sindical verdadeiramente anarquista com a qual, há menos de dez anos, formava uma única e mesma estrutura! Como se a situação já não fosse suficientemente absurda, os métodos utilizados são simplesmente delirantes.

Em essência, a CNT-CIT acusa a CNT-AIT de usurpar uma identidade que lhes pertence e de tentar enganar os sindicalistas. Então, pretende obrigar a CNT-AIT a deixar de utilizar a denominação “Confederação Nacional do Trabalho”, as siglas “CNT”, seus sinais distintivos (bandeiras e logotipos) e seu emblema histórico (Hércules e o Leão de Nemeia). Mas isso já não é nenhuma “resolução amigável”.

Como meio de ação, a CNT-CIT invoca a “propriedade privada” após ter registrado tudo isso como “marcas nacionais registradas” junto ao Escritório de Patentes e Marcas. Para fazer valer este “direito”, recorre a um tribunal burguês (a Audiência Nacional) para processar a CNT-AIT, ação que lhe permitiria reclamar, em cada caso, até 50.000 € de indenizações, além de juros, de mais de trinta sindicatos acusados por supostos “danos morais”.

Desnecessário dizer que nenhum dos diversos sindicatos da CNT-AIT está em condições de pagar uma quantia tão colossal. Este caso, que poderia dizimar a organização, poderia até levar a que companheiras sindicalistas fossem condenados a multas extremamente elevadas, ou mesmo a penas de prisão. Neste exato momento, companheiros madrilenhos estão ameaçados de despejo de sua histórica sede na praça de Tirso de Molina, no centro de Madrid. E isto é apenas o início da ofensiva…

É evidente que estas manobras legais não pretendem apenas privar a CNT-AIT de seu patrimônio e seu legado: sobretudo pretendem enterrá-la sob indenizações faraônicas e, em última instância, fazê-la desaparecer completamente, confiscar suas sedes e permitir que a CNT-CIT se imponha, de maneira tão hegemônica quanto falaciosa, como a única organização “anarcossindicalista” do país.

Nem sequer precisaríamos nos posicionar sobre os motivos das divergências ideológicas que separam as duas organizações sindicais, tão aberrante é a situação! O objeto de nosso apoio se impõe por si só: independentemente dos argumentos da CNT-CIT, nada justifica recorrer à justiça burguesa para extorquir a CNT-AIT, invocando seu direito à propriedade privada. O cúmulo da ironia para uma organização que se autodenomina “anarquista”! Trata-se de uma violência política e econômica que não podemos apoiar, nem no conteúdo nem na forma.

No entanto, devemos distinguir entre, por um lado, a responsabilidade da direção da CNT-e e da CIT e, por outro, a dos militantes a elas filiados. Porém, quem mais senão os militantes de base, em suas seções de empresa, em seus sindicatos locais, em seus respectivos sindicatos e federações, poderiam impedir que suas direções se entregassem a tal loucura?

Poder-se-ia preferir não se posicionar sobre o que poderia parecer uma “simples rixa de aldeia”, ou mesmo não se sentir preocupado com este “problema espanhol”, apesar do internacionalismo que nos caracteriza desde os primórdios de nosso movimento.

Contudo, esta situação nos parece extremamente grave. Estes ataques da CNT-CIT, em total contradição com os princípios anarquistas que afirma defender, não são apenas uma afronta à história e ao legado da CNT espanhola. Ainda mais vil, estas manobras, pouco dignas dos piores sindicatos colaboracionistas, movidas pela sede de poder e pela ganância da direção, acabam jogando o jogo do Estado e do Capital: mão a mão para colocar de joelhos tanto a CNT-AIT quanto os militantes sindicais sincera e decididamente envolvidos nas lutas econômicas e sociais.

Por isso, esperamos que cessem estas agressões contra os companheiros da CNT-AIT espanhola e criticamos aqueles que continuam apoiando ou justificando as ações absolutamente indefensáveis da CNT-CIT espanhola.

Não fechemos os olhos perante esta sinistra situação e sejamos capazes de oferecer a ajuda e a solidariedade necessárias, sobretudo a uma organização decididamente anarquista e legítima herdeira da CNT da Revolução Espanhola!

Portanto, conclamamos todas as organizações, agrupamentos e pessoas, tanto anarquistas quanto sindicalistas, a expressarem sua firme e decidida solidariedade com os companheiros da CNT-AIT espanhola! Para que cessem definitivamente os odiosos ataques da CNT-CIT!

Convidamos, com maior razão, nossos companheiros militantes da CNT-f francófona a se unirem a nós para denunciar estas ações abertamente anti-anarquistas da principal organização da CIT, estrutura à qual acabaram de se filiar.

Apoio aos companheiros e companheiras anarquistas da CNT-AIT espanhola!
Vida longa ao anarcossindicalismo!

Assinado: ligação Comuna de Lyon (FA69, communedelyon@federation-anarchiste.org), ligação Calvados (FA14, calvados@federation-anarchiste.org) & grupo Henri Laborit (FA85, henri-laborit@federation-anarchiste.org) da Federação Anarquista (FA), membro da Internacional das Federações Anarquistas (IFA).

Fonte: https://www.cntait.org/contra-viento-y-marea-apoyo-a-ls-companers-de-la-cnt-ait-espanola-contra-los-ataques-de-la-cnt-cit/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Abelhas procuram
— na florada escassa —
prolongar a lida.

Maria Helena Sato

Em tempos de oportunismos, cinismos, hipocrisias, greenwashins: Marina Silva, Neca Setubal, Itaú, indústria do petróleo…

Você sabia que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, optou pelo silêncio após o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) autorizar a Petrobras a explorar petróleo na Foz do Amazonas?

Você sabia que o banco Itaú financia projetos de exploração e expansão de combustíveis fósseis na Amazônia?

Você sabia que Maria Alice Setubal, a Neca, é herdeira do conglomerado Itaú, ou seja, herdeira de uma das famílias mais ricas do Brasil?

Você sabia que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é amigaça da herdeira-bilionária do Itaú, Maria Alice Setubal, a Neca?

Você sabia que a herdeira do Itaú bancou 83% do Instituto Marina Silva, que leva seu nome com sede em Brasília?

Você sabia que o Itaú registrou lucros bilionários consecutivos nos últimos anos no Brasil?

Você sabia que em setembro passado o Itaú realizou demissões em massa, mesmo com lucros bilionários?

Você sabia que a maioria das ONG´s ambientalistas brasileiras “passam um pano” para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva?

Você sabia que a atriz “progressista” Fernanda Torres e sua mãe, a também atriz Fernanda Montenegro, são “garota$” propaganda do Itaú?

Resumindo. É muito oportuni$mo, cini$mo e hipocri$ia. Marina é conivente com a destruição da natureza em nome do “desenvolvimento sustentável”, do “capitalismo verde”.

COP 30 é uma far$a, todas foram!

Foda-se Lula, Marina, Itaú… e o mundo do petróleo!

Viva a Natureza Livre e Selvagem!!!

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2025/10/23/eua-grandes-bancos-investiram-us-2-bilhoes-em-petroleo-e-gas-na-amazonia-desde-o-ano-passado/

agência de notícias anarquistas-ana

Ipê florido —
Despencam flores
dourando o chão.

Rubens Amato

A Poesia como Ação Direta: Versos que Desobedecem e Desmantelam

A poesia, em sua essência mais pura, é um ato de liberdade radical. Ela nasce da recusa em aceitar a linguagem domesticada pelo Poder, transformando-a em um campo de batalha onde as palavras se rebelam contra seus significados impostos. Enquanto o Estado e o Capital dependem de um discurso rígido, técnico e desumanizante para perpetuar sua lógica, o poema desorganiza a gramática do opressor, criando novas sintaxes de existência. Ele é, portanto, um território liberto, um espaço autônomo onde a única lei é a imaginação do indivíduo, tornando-se um refúgio e uma trincheira contra a pasteurização do pensamento.

Num sistema capitalista que reduz todas as relações ao valor de troca, a poesia ergue-se como um monumento à gratuidade subversiva. Ela é inútil para a lógica da acumulação; não pode ser totalmente mercantilizada sem perder sua alma. O seu valor não é de mercado, mas de combustão interna. Ao celebrar o que não tem preço — o efêmero, o sublime, a raiva, a dor, a beleza inútil — a poesia desvela a pobreza espiritual de um mundo reduzido a mercadoria. Ela é um escândalo para a produtividade, um desperdício magnificente de tempo e energia que sabota, em seu microcosmos, o princípio de rendimento que rege as nossas vidas.

Para a máquina estatal, que exige obediência e ordem, a poesia é uma arma de desestabilização por excelência. Sua natureza é ambígua, polissêmica e insubmissa. Não aceita uma única interpretação, assim como o anarquismo não aceita um único dono. Através da metáfora, do ritmo e do nonsense, o poema desprograma a mente do condicionamento, ensinando-a a desconfiar da linguagem clara e linear do decreto e da propaganda. Ele é, em si, uma prática de desobediência civil linguística, um exercício constante de questionamento da autoridade das narrativas oficiais.

Mais do que um protesto individual, a poesia pode ser uma experiência coletiva de construção de mundos. Ela não apenas denuncia a jaula, mas oferece visões tangíveis de liberdade. Ao compartilhar uma percepção do mundo fora dos eixos, o poeta semeia a solidariedade entre os que também anseiam por um horizonte diferente. A poesia, assim, torna-se um veículo para a “propaganda pelo fato” cultural, um meio de agitação que, ao tocar a sensibilidade, é capaz de mobilizar de forma mais profunda e duradoura do que um panfleto. Ela forja uma comunidade afetiva de resistência.

Portanto, defender a poesia não é um gesto meramente cultural, mas um ato político revolucionário. Nas mãos do anarquismo, ela não é um ornamento, mas uma ferramenta de desmantelamento. Cada verso que rompe com a lógica estabelecida é um golpe contra os alicerces do controle. Cada imagem que evoca um mundo sem amos é um projeto de futuro. A poesia é a arma que carregamos na ponta da língua, capaz de, através do puro poder de criação, corroer as certezas do capital e do Estado e abrir frestas por onde respira — e finalmente irrompe — a liberdade.

Liberto Herrera

agência de notícias anarquistas-ana

Sol de primavera…
Apenas um pardalzinho
Canta…Canta…Canta…

Irene Massumi Fuke

“Esses investimentos são cúmplices de um genocídio: estão matando nossa cultura, nossa história e destruindo a biodiversidade da Amazônia.”

Indígenas da Amazônia, cujos territórios estão sendo afetados pela exploração de petróleo e gás, ofereceram os seguintes comentários sobre os bancos que mais financiam a expansão de combustíveis fósseis naquela região:

Olivia Bisa, presidente do Governo Territorial Autônomo da Nação Chapra (Peru), disse: “É revoltante que o Bank of America, o Scotiabank, o Credicorp e o Itaú estejam aumentando seu financiamento a petróleo e gás na Amazônia justamente em um momento em que a floresta está sob grave ameaça. Há décadas, os povos indígenas sofrem os impactos mais severos dessa destruição. Estamos pedindo que os bancos mudem de rumo agora: ao encerrar o apoio às indústrias extrativas na Amazônia, eles podem ajudar a proteger a floresta que sustenta nossas vidas e o futuro do planeta.”

Ingry Mojanajinsoy, Presidente da Associação dos Cabildos Inga do Município de Villagarzón Putumayo (ACIMVIP) (Colombia):”Empresas petrolíferas como a Gran Tierra trouxeram conflito, deslocamento e perda cultural para o nosso território. Apesar de anos de resistência, a Gran Tierra continua se expandindo, ameaçando nosso modo de vida. Os bancos que financiam a Gran Tierra devem parar imediatamente. Nunca demos consentimento para que o petróleo fosse extraído de nossas terras.”

Jonas Mura, cacique do Território Indígena Gavião Real (Brasil): “A Eneva tem causado muitos prejuízos no nosso território. O barulho, o tráfego constante de caminhões e as explosões têm afugentado os animais e afetado nossas caças. Pior ainda: estão entrando sem o nosso consentimento. Nosso território se sente ameaçado, e nossas famílias estão sendo diretamente prejudicadas. Vivem aqui cerca de 1700 indígenas, e a nossa sobrevivência depende da floresta. Pedimos que bancos como Itaú, Santander e Banco do Nordeste parem de financiar empresas que exploram combustíveis fósseis em territórios Indígenas. Essas empresas não têm compromisso com o meio ambiente, nem com os povos originários e tradicionais, nem com o futuro do planeta. Esses investimentos são cúmplices de um genocídio: estão matando nossa cultura, nossa história e destruindo a biodiversidade da Amazônia.”

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No final da rua
reluz um brilho amarelo
Ipê florido

Eunice Arruda

[França] Lançamento: “Três mulheres revoltadas: Emma Goldman, Voltairine de Cleyre, Lucy Parsons”, de Léa Gauthier

Elas estavam com raiva e recusavam-se a aceitar a paralisia. Essas três mulheres nos mostram o caminho. Emma Goldman, Voltairine de Cleyre e Lucy Parsons: elas viveram numa época em que o capitalismo industrial nascia violentamente. Cada uma à sua maneira, elas travaram uma luta, expressaram sua raiva. Lucy Parsons, contra a exploração salarial; Voltairine de Cleyre, pela educação; Emma Goldman, pela liberdade dos corpos. Longe de desejar o caos, a destruição, elas abriram, lutando palmo a palmo, sem nunca baixar a guarda, espaços de resistência onde inventar vidas invejáveis.

Trois Femmes En Colère: Emma Goldman, Voltairine De Cleyre, Lucy Parsons

de Léa Gauthier

ISBN: 9782228939706

Editor: PAYOT

Lançamento: outubro de 2025

Páginas: 224

19,33€

payot-rivages.fr

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gotas de orvalho
cobrem a borboleta
camuflagem de prata

Sérvio Lima

[Grécia] Campanha para cobrir os custos judiciais do caso de tortura de Vasileios Maggos pela polícia

Campanha de financiamento coletivo para os custos judiciais do caso de tortura de Vasileios Maggos pela polícia.

No verão de 2020, a luta contra a incineração de resíduos pela AGET-Lafarge em Volos intensificou-se com uma grande manifestação em 13 de junho, em frente à fábrica da AGET.

O aparato repressivo do Estado, a serviço dos interesses empresariais, assumiu a tarefa de suprimir a onda popular de oposição à incineração de lixo e impor silêncio absoluto sobre a cidade. Durante dois dias, a polícia agiu como um exército de ocupação em Volos. Agressões a manifestantes ocorreram em vários pontos da cidade, dezenas foram hospitalizados, o local da manifestação foi transformado em uma câmara de gás, manifestantes foram detidos, pessoas de todas as idades foram aterrorizadas, casas de “suspeitos” foram invadidas e uma ampla rede de vigilância sobre ativistas foi instalada.

No auge dessa campanha repressiva planejada e premeditada, ocorreu o espancamento e tortura brutais de Vassilis Maggos, no dia seguinte à manifestação, processo que levou à sua morte um mês depois, em 13 de julho de 2020.

A partir daí, iniciou-se uma grande luta para revelar a natureza do assassinato estatal direcionado de Vassilis Maggos, desmascarar os esforços das autoridades estatais e judiciais para encobrir o caso, criar um movimento de solidariedade com os muitos ativistas perseguidos e continuar a luta contra os “monstros empresariais” da AGET-Lafarge e suas práticas mortais de incineração de resíduos.

Essa luta já conquistou a condenação de três policiais por causarem lesões corporais graves a Vassilis Maggos, o indiciamento de seis policiais por tortura (como crime grave), a absolvição dos companheiros julgados por participarem da manifestação de 13 de junho de 2020 contra a incineração de lixo e o arquivamento das pesadas acusações que tentaram impor a outros manifestantes.

Essa resistência se manteve graças ao esforço constante e determinado de coletivos da cidade de Volos, e também à atuação decisiva e simbólica de Giannis Maggos, que levou o caso de Vassilis a todos os cantos da Grécia e do exterior. Uma ampla e diversa onda de solidariedade apoiou essa luta, levando o nome de Vassilis a cada cidade, bairro, escola e espaço de encontro.

Hoje, estamos em um momento de intensificação dessas lutas. Por um lado, o julgamento dos seis policiais que torturaram Vassilis Maggos começará em 20 de novembro, no Tribunal Criminal de Karditsa. Por outro, o julgamento de doze ativistas acusados por sua participação na manifestação de 13 de junho contra a incineração de lixo terá início em 28 de janeiro. Esses dois julgamentos são cruciais para derrotar o plano de subjugação dos movimentos de resistência e exigem grande mobilização social e apoio material.

Até o momento, foram realizadas três audiências sobre contravenções cometidas por policiais (com recurso pendente), duas audiências no processo contra o companheiro K.A. por crime grave (com recurso pendente) e uma audiência no processo contra o companheiro Th.S. por contravenção.

Está claro que a longa batalha judicial, que já ultrapassa cinco anos, visa, entre outras coisas, esgotar politicamente e destruir financeiramente os ativistas envolvidos, mantendo-os como reféns. A campanha de apoio financeiro que estamos lançando é parte integral da solidariedade política com o movimento em luta na região.

É uma condição necessária para levar essa luta até o fim.


É também uma forma de mostrar que essa luta diz respeito a toda a sociedade em resistência, pois busca criar condições de justiça social centradas nos direitos e necessidades dos oprimidos.

Tudo o que temos é uns aos outros.

Não esquecer, não perdoar, vingar e lutar até o fim.

Apoiamos o caso de Vasileios Maggos e dos demais ativistas.


20 de novembro de 2025, 9h. Tribunal de Karditsa

Coordenação dos Coletivos de Volos
(Syntonismos Syllogikotiton Volou)

>> Apoie aquihttps://www.firefund.net/vasileiosmaggos

Tradução > Contrafatual

Conteúdos relacionados: https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2020/07/15/grecia-vasilis-maggos-foi-brutalmente-espancado-por-policiais-em-uma-manifestacao-de-solidariedade-um-mes-depois-ele-e-encontrado-morto/

https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2021/12/15/grecia-a-morte-acidental-de-um-anarquista/

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Transborda a paixão
e lava as calçadas sujas
da moral burguesa.

Liberto Herrera

[Belo Horizonte-MG] AS SOLUÇÕES JÁ ESTÃO AQUI! Debate com Peter Gelderloos: lançamento da pré-venda

Sáb, 08/11/2025, às 17h

Kasa Invisivel, Av. Bias Fortes, 1034 – centro, Belo Horizonte.

A Biblioteca da Kasa Invisível recebe o autor e convida a todos para uma conversa pública acerca de seu livro, “As soluções já estão aqui: estratégias revolucionárias ecológicas vindas de baixo“, editado neste ano pelas editoras Teia dos Povos, GLAC e Entremares.

*O livro poderá ser encomendado com desconto ao longo do evento!

O livro:

Um chamado urgente que ecoa das margens para o centro de nosso tempo histórico. Publicado originalmente pela Pluto Press (2022) e agora no Brasil, com prefácio de Anne Xukuru, o livro desmascara a farsa dos governos, corporações e ONGs que vendem falsas saídas “verdes” enquanto aprofundam a devastação.

Acompanhando por décadas as lutas anticapitalistas, Peter Gelderloos recolheu experiências de territórios insurgentes: comunidades indígenas que replantam florestas, camponeses que defendem a soberania alimentar, coletivos urbanos que reinventam a vida comum.

Em diálogo com povos do Brasil, da Venezuela, da Indonésia, da Europa e de tantas fronteiras em disputa, o autor mostra que a verdadeira resposta à catástrofe climática já está em curso — enraizada na autonomia, na solidariedade e na prática cotidiana de quem resiste.

O autor:

Peter Gelderloos — Ativista anarquista norte-americano, atuou também na Catalunha, é autor de Anarquia Funciona (2010) e Como a não violência protege o Estado (2005), referência em debates sobre resistência. Em 2024, ele coproduziu Revolução ou Morte, uma série documental focada na crise climática global, em colaboração com o coletivo de mídia SubMedia.

kasainvisivel.org

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Num vôo direto
o pássaro volta
procurando um teto

Eugénia Tabosa

Os protestos indígenas no Equador completam um mês com três mortos e o diálogo rompido

Os protestos indígenas no Equador completam um mês com ao menos três manifestantes mortos, 15 desaparecidos, quase 300 feridos e 377 violações dos direitos humanos.

Por Martín Cúneo | 22/10/2025

Em 16 de setembro o poderoso movimento indígena se lançava às ruas e a bloquear estradas em várias províncias da serra equatoriana. O paro indefinido decretado pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) três dias depois foi contestado com a declaração do estado de exceção em sete províncias e com uma repressão sistemática da polícia e do exército equatoriano, que incluiu o uso “desproporcional” de gases lacrimogêneos e armas de fogo, segundo denuncia o Escritório em Washington para Assuntos Latino-Americanos (WOLA).

Até a data, ao menos três pessoas faleceram em consequência da violência policial e militar: o líder indígena kichwa de 46 anos, Efraín Fuerez; José Alberto Guamán Izam, de 30 anos, da comunidade de Cachibiro, agricultor e pai de dois filhos, e Rosa Elena Paqui, mulher indígena saraguro de 61 anos, por uma parada cardiorrespiratória causada pelos gases lacrimogêneos.

Segundo documenta WOLA, a repressão alcançou a imprensa, com jornalistas “retidos e deportados” e o fechamento de mídias comunitárias. Também foi reportado invasões sem ordem judicial, cortes de internet e telefonia nas províncias mobilizadas e “deportações sumárias”, segundo esta organização estadunidense. Segundo as cifras da Conaie, quando completa um mês de mobilização, aos três mortos, se somam 296 pessoas feridas e 377 violações dos direitos humanos.

Em 16 de outubro, 132 organizações internacionais de direitos humanos exigiam ao Governo equatoriano frear a militarização e o “uso excessivo da força”. O comunicado enfatiza a criminalização judicial das organizações indígenas e defensores de direitos humanos “sob acusações como terrorismo, enriquecimento ilícito e paralisação dos serviços públicos”. Segundo denunciam estas ONGs de todo o mundo, o Governo de Noboa está recorrendo ao bloqueio de contas bancárias de várias organizações sociais e defensores de direitos humanos.

As principais demandas indígenas seguem sendo a revogação da lei que elimina o subsídio ao diesel, mais recursos para a saúde, o fim das demissões em massa, a redução do IVA a 12% e o rechaço ao referendo convocado pelo presidente, Daniel Noboa, para permitir a reinstalação de bases militares estadunidenses no território. Com o transcorrer do paro indefinido, às primeiras demandas se somou a liberação dos detidos e o fim da criminalização.

O principal foco de resistência indígena é a província de Imbabura, onde o Governo dirigiu um operativo militar para “reprimir o povo e liberar as vias”, segundo a Conaie, organização que culpou ao Governo de Noboa da ruptura das negociações e da criminalização da qual estão sendo vítimas: “Não somos terroristas, somos povos milenares que nos regemos pelos princípios de unidade e solidariedade”. As tentativas de transladar os protestos a Quito e tomar a capital, como em anteriores paros que fizeram o governo equatoriano se dobrar, foram obstaculizados pelas forças de segurança que impediram a passagem dos caminhões que transladavam manifestantes e dispersou com gases lacrimogêneos as manifestações na cidade em 12 de outubro passado.

Apesar de que o Governo afirmou desde o princípio que não iria negociar com o movimento indígena, em 15 de outubro se sentou com os representantes indígenas de Imbabura e dos povos kichwa da serra para chegar a um acordo que não durou muito. “Hoje se levanta o paro, hoje se abrem as vias”, disse o ministro do Interior John Reimberg. Mas no dia seguinte, os protestos continuavam. As demandas de manter o subsidio do diesel, de liberar a todos os manifestantes detidos, em especial os “12 de Otavalo” acusados de terrorismo, ou o esclarecimento das mortes produzidas seguiam sem ver-se satisfeitas.

Em 19 de outubro, o Governo rompia oficialmente o diálogo com o movimento indígena e o responsabilizava de “qualquer coisa que aconteça”. A Conaie rechaça esta decisão, à qual qualifica de “autoritária” e acusa Noboa de “fechar toda possibilidade de diálogo real enquanto cumpre as exigências do Fundo Monetário Internacional à custa do sofrimento do povo e o aumento da pobreza”.

Fonte: https://www.elsaltodiario.com/ecuador/protestas-indigena-cumplen-un-mes-tres-muertos-dialogo-roto

Tradução > Sol de Abril

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Sol de primavera…
Apenas um pardalzinho
Canta…Canta…Canta…

Irene Massumi Fuke