USI em solidariedade com a flotilha de Gaza: greve geral na Itália!

Nossos companheiros e nossas companheiras da Itália, na USI, juntaram-se recentemente à convocação da greve geral massiva que sacudiu o país italiano no final de setembro, em solidariedade com a flotilha de Gaza e o povo palestino. As mobilizações de 22 de setembro deram origem a grandes manifestações em muitas cidades e à exigência unitária de que o governo italiano deixasse de vender armas a Israel.

Agora, em vista dos recentes acontecimentos no mar e das últimas ações militares do governo israelense (que impediu os navios da flotilha de entregar sua ajuda necessária e abrir um corredor humanitário para Gaza), foi convocada uma greve geral conjunta para amanhã (3 de outubro). A seguir, você pode encontrar um link para o manifesto da USI e para a convocação de greve (em italiano) PROSEGUE A MOBILIZAÇÃO – USI-CIT (https://usi-cit.org/prosegue_la_mobilitazione/).

Como eles mesmos dizem: “A USI-CIT participará de todas as ações de base em solidariedade com o povo palestino e de todas as iniciativas populares que visem pôr fim ao genocídio.” Portanto, nossos companheiros e nossas companheiras juntam-se ao apelo para interromper toda cooperação econômica entre o Governo italiano e o Estado de Israel, e para que a classe trabalhadora boicote esses laços e impeça o envio de armas e ajuda militar, por meio de piquetes nos portos e outras infraestruturas.

Isto é apenas o começo de um estado de mobilização geral! Muita sorte na consecução deste importante objetivo humanitário!

www.iclcit.org

agência de notícias anarquistas-ana

Sulco fundo de arado.
A terra aberta ferida
Eis a vida.

Eunice Arruda

[EUA] Feira Anarquista de Zines de Portland, 5 de outubro

ENQUANTO A MISÉRIA EXISTIR, ESCOLHEMOS A REBELIÃO

Feira Anarquista de Zines de Portland 2025

5 de outubro, das 11h às 19h

Festa pós-evento às 21h (atrações a anunciar)

portlandanarchyfair@anche.no

Todo mundo que já viveu aqui sabe que existem duas Portland: a Portland da elite rica e de seus lacaios yuppies, e a Portland dos pobres, da ralé. Os arquitetos dessa miséria estão tentando aliviar a tensão que se acumula na linha de falha entre essas duas cidades por meio de jogos políticos, de uma marca “contracultural”, de lavagem arco-íris e de “serviços” assistenciais que não passam de migalhas colocadas em uma ratoeira.

A visão deles para a cidade e para a região mais ampla é cristalina: pretendem transformar o vale do rio Columbia em um novo Vale do Silício, usando as florestas e rios para alimentar suas fábricas, e Portland como playground para o afluxo de trabalhadores da tecnologia que já está bem em andamento. Portland encontra-se em uma encruzilhada crítica, não apenas nesses planos para a região, mas também nos desígnios maiores de dominação em suas guerras em curso contra a própria vida. O atual “cluster de semicondutores” de Oregon produz microchips que são o núcleo sem coração da máquina que espalha guerra pelo mundo, que deporta e aprisiona segundo uma lógica de lucro e controle, que explora impiedosamente aqueles que conseguem escapar da captura direta. E eles estão sendo fabricados aqui mesmo.

A posição central de Portland nesses projetos de morte significa, por um lado, que a cidade enfrenta esforços cada vez mais intensos de “limpeza social”, para eliminar todos e tudo o que seja hostil ou desagradável para os ricos e sua tecno-distopia. Quando dizem que querem “limpar” Portland, é isso que querem dizer: para tornar a cidade lucrativa, precisam varrer todos os indesejáveis e criar a imagem de uma página em branco. É para isso que servem os incontáveis canteiros de obras de condomínios de luxo espalhados pela cidade, vazios, enquanto pessoas nas ruas são empurradas para a cadeia, recolhidas, pisoteadas e escondidas como lixo. O milionésimo café ou restaurante yuppie, refúgios seguros para certos tipos de pessoas, enquanto outras ficam de fora, implorando por restos. Todo mundo sabe para quem é toda essa porcaria e quem precisa ser “limpo” para abrir caminho para ela.

Por outro lado, porém, isso significa que os que estão no poder cometeram um erro terrível; estão contando com que baixemos a cabeça e cooperemos em silêncio. Mas eles não são os únicos com planos. Sua visão para Portland deu um passo gigantesco para trás depois de 2020, quando a rebelião lançou tudo no caos. Agora, as tentativas dos patrões de recuperar terreno em Portland dependem de uma massa pacificada e abatida, que será expulsa como as pragas que eles acreditam que somos. Mas nós podemos ser ratos roendo os fios dessa máquina, uma praga além dos seus piores pesadelos, sabotando os responsáveis por essa miséria onde quer que tentem rastejar para dentro de nossas vidas. Sim, podemos agir, recusando-nos a dar ouvidos aos vários gerentes que tentarão devolver as coisas à normalidade: partidos políticos, líderes, ONGs, organizações comunitárias e todos os outros que só querem peões para seu jogo doentio.

Essas são as perspectivas e práticas que queremos explorar na Feira Anarquista de Zines de Portland, por meio de publicações e discussões – onde nos situamos na luta contra o poder em todas as suas muitas máscaras e que escolhas enfrentamos no caminho à frente? Os patrões querem aliviar a tensão e suavizar a linha de falha que atravessa Portland. Vamos fazê-la explodir.

Fonte: https://rosecitycounterinfo.noblogs.org/2025/09/portland-anarchist-zine-fair/

Tradução > Contrafatual

agência de notícias anarquistas-ana

Ao brilho suave
da lua de primavera
um vulto se aproxima.

Benedita Azevedo

A Julia Chuñil, queimaram-na!!

1º de outubro – 7 de outubro

Chamado internacional à ação e propaganda em busca da verdade e justiça

Os anarquistas e movimentos de esquerda radical nos unimos em um chamado solidário aos múltiplos protestos surgidos ao longo do território chileno pelas novas declarações emitidas pela família de Julia Chuñil, nas quais se comunica como o empresariado, o governo e a justiça chilena se ataram para ocultar a verdade: Julia foi queimada!

Entendemos que este é mais uma das centenas de casos que ocorreram em território usurpado pelos Estados da Argentina e do Chile, e que mostra como a repressão e as violações dos direitos básicos são um luxo para os setores marginalizados por sua racialidade, sexualidade, nacionalidade, classe e muitas outras categorias que posicionam uma ínfima parte no topo do poder.

Aos companheiros mapuches, nossa solidariedade, vocês são o exemplo vivo de como o Estado não muda, mas que se transforma, e de como a falsa ilusão da “concertação” trouxe consigo os piores vestígios e ferramentas que foram utilizados na Ditadura, para serem agora empregados contra o povo-nação que busca autonomia.

Por isso, fazemos um chamado, não só em território nacional, mas expandindo nossas redes para outras línguas e territórios, a uma semana de agitação, ação e propaganda em busca não só da verdade sobre Julia Chuñil, mas sobre a verdade de centenas e milhares de casos replicados em todos os asquerosos Estados deste planeta que perpetuam a violência e o silêncio contra nossos companheiros que defendem seus territórios das mãos do extrativismo capitalista.

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agência de notícias anarquistas-ana

Mas tão rápido
o beija-flor sumiu
Um risco brilhante

Teruo Hamada

Do Debate à Ação: Forjando a Liberdade em Lajinha (MG)!

Companheiras, companheiros, povo consciente de Lajinha e de todo território dominado pelo Estado brasileiro!

Enquanto os de cima festejam em seus salões e apostam na nossa desunião, nós, da União Anarquista Federalista (UAF), fazemos o que eles mais temem: nos reunimos, debatemos e forjamos nossa própria liberdade. No fim da tarde de 30 de setembro, a revolução não gritou nas ruas, mas sussurrou e raciocinou em uma poderosa roda de conversa. O povo se reuniu não para ouvir um líder, mas para construir, coletivamente, o caminho da sua própria emancipação.

Os temas não foram acadêmicos. Foram ferramentas. Autogestão – a prova prática de que não precisamos de patrões para organizar nosso trabalho e nossas vidas. Apoio Mútuo – a arma letal contra a lógica individualista e competitiva que o Capital nos impõe. Solidariedade de Classe – a compreensão de que a luta do operário da fábrica é a mesma do camponês do campo, do favelado, do estudante endividado e da mãe solo que luta para sobreviver.

Este não foi um debate de ideias abstratas. Foi uma trincheira de formação revolucionária. Foi a demonstração de que o povo, quando se organiza horizontalmente, é perfeitamente capaz de pensar, de aprender e de ensinar. Enquanto o Estado nos trata como incapazes e o Capital nos reduz a meros números, nós, anarquistas, reafirmamos: o conhecimento é poder, e esse poder deve ser de todos!

A roda de conversa é a antítese do parlamento burguês. Enquanto eles falam sobre nós, sem nós, nós falamos por nós, entre nós. É a ação direta aplicada à educação. É a semente da nova sociedade sendo plantada no terreno fértil da consciência popular. É a prova de que a revolução não se faz apenas com confronto, mas também com a paciência revolucionária de educar, organizar e construir poder popular.

Mas, companheiras e companheiros, de que adianta o debate se ele não se transformar em prática? A autogestão discutida deve virar uma cooperativa de trabalhadores, uma horta comunitária. O apoio mútuo deve se materializar em uma caixa de solidariedade para greves, no apoio a um morador despejado. A solidariedade de classe deve ecoar nos piquetes de luta e nas assembleias populares.

A UAF não veio a Lajinha para doutrinar. Veio para semear e, ao mesmo tempo, aprender. Convocamos a todos que participaram e a todos que sentem o chamado da liberdade:

Aos que entenderam que a verdadeira educação é libertária,

Aos que veem na autogestão o futuro da sociedade

Aos que praticam o apoio mútuo no seu dia a dia e querem transformá-lo em força política,

ASSOCIEM-SEM À UAF E VAMOS OMBREAR POR UM MUNDO MELHOR!

Que a roda de Lajinha não seja um evento isolado. Que seja o primeiro de muitos círculos de estudo, de muitos grupos de afinidade, de muitos núcleos de poder popular. Que de cada conversa surja uma comissão de bairro, que de cada debate nasça um novo sindicato combativo.

A noite em Lajinha foi iluminada não apenas pela luz do fim de tarde, mas pela chama da inteligência coletiva e da vontade de lutar. Que essa chama se alastre, queimando as correntes da ignorância e da opressão.

Pela educação libertária! Pela construção da organização popular antiestatal e anticapitalista!

A luta continua, na teoria e na prática!

Viva a Anarquia! Viva a UAF!

União Anarquista Federalista (UAF)

uafbr.noblogs.org

agência de notícias anarquistas-ana

zínias frescas,
brancas, amarelas,
cadê as borboletas?

Rosa Clement

[Espanha] 1ª Feira do Livro Anarquista e Social de Vigo

A 1ª Feira do Livro Anarquista e Social de Vigo abrirá suas portas nos dias 10, 11 e 12 de outubro, nas Galerias da Rua Príncipe, nº 22, com o propósito de criar um espaço de encontro, reflexão e difusão de ideias transformadoras.

Este evento surge com a intenção de dar visibilidade à riqueza do pensamento crítico, da memória histórica e das práticas coletivas que, a partir de perspectivas libertárias, têm acompanhado historicamente as lutas operárias e sociais de Vigo.

No momento atual, em que os totalitarismos ressurgem sob múltiplas formas e os discursos autoritários se normalizam na vida política e midiática, a cultura libertária adquire uma importância renovada. Diante da imposição, da obediência cega e da concentração do poder, o pensamento libertário defende a autogestão, a solidariedade e a liberdade como bases de uma sociedade verdadeiramente justa.

A feira não é apenas uma vitrine de livros, mas um espaço vivo de resistência cultural e política, onde o passado libertário de nossa cidade se conecta com as lutas do presente. É um convite para questionar o estabelecido, para construir alternativas coletivas e para manter acesa a chama da emancipação em tempos de incerteza e repressão.

Esperamos por você nos dias 10, 11 e 12 de outubro.

Saúde e Revolução

F.L.A.S. VIGO

cntvigo.org

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Fileira de ipês
ornamenta o quarteirão —
Radiante manhã.

Alberto Murata

[Espanha] Julio Prades Perfagés

Em 22 de agosto de 1967, morreu em Saint-Marc (Angoulême, Poitou-Charentes, França) o anarcossindicalista Víctor Cenón Julio Prades Perfagés. Ele havia nascido em 12 de abril de 1879 – algumas fontes citam erroneamente 1878 – em Massalió (Matarraña, Franja de Ponent). Era filho de Ramón Prades Llonga e de Lucía Perfagés Armengol.

Lavrador de profissão, era casado com María Rosa Ribera Costó, com quem teve sete filhos (Ramón Jacinto, Alfredo, Lourdes, Pilar, Rafaela, Aniceto e Tomás). Nos anos vinte, foi um dos criadores do Centro Operário e um dos fundadores da Confederação Nacional do Trabalho (CNT) em Massalió. Em decorrência do levante revolucionário aragonês de dezembro de 1933, foi detido em 15 de dezembro daquele ano em sua casa pela Guarda Civil e encerrado, com outros companheiros, no depósito municipal de Vall-de-roures (Matarraña, Franja de Ponent); em janeiro de 1934, foi liberado por não ter sua participação nos fatos sido comprovada.

Durante a Revolução e a guerra, participou das duas coletividades agrícolas em Massalió. Durante a ofensiva contrarrevolucionária comunista no verão de 1937 contra o Aragão libertário, seu filho, Ramón Jacinto Prades Ribera, foi preso pelos estalinistas. A partir de 7 de abril de 1938, teve que refugiar-se com sua família em Sant Vicenç dels Horts (Baix Llobregat, Catalunha). Em 1939, com o triunfo franquista, cruzou os Pireneus com sua família e foi internado no campo de concentração de Bram. Em 10 de janeiro de 1941, foi condenado in absentia pelas autoridades franquistas a cinco anos de inabilitação absoluta e a 500 pesetas de multa.

Após a Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se em Angoulême, onde continuou trabalhando como operário agrícola e militante na Federação Local da CNT desta localidade. Julio Prades Perfagés morreu em 22 de agosto de 1967 na residência de sua filha Rafaela em Saint-Marc (Angoulême, Poitou-Charentes, França) e foi enterrado dois dias depois.

Fonte: https://pacosalud.blogspot.com/2025/08/julio-prades-perfages.html

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

A tarde é bem quente.
Cansada, boneca ao lado,
menina dormindo.

Humberto del Maestro

[Espanha] Precisamos da sua ajuda: Campanha em defesa da Cinètika

Nós somos a Cinètika, um centro social ocupado e autogerido em Sant Andreu del Palomar, Barcelona. Há 10 anos criamos uma instituição popular autônoma com um projeto político anticapitalista e transfeminista, onde são realizadas uma série de atividades (cinema, biblioteca, academia, sindicato de moradia, rede de distribuição de alimentos, etc.) e iniciativas políticas (jornadas, debates, abrigo para coletivos, convocatórias…).

A Prefeitura de Barcelona, atualmente governada pelo PSC, iniciou processos para tentar nos despejar, tentando utilizar subterfúgios administrativos com base na falta de licença de atividade e em políticas securitárias. Por isso, vamos iniciar uma campanha política para tentar deter esta ofensiva.

Como parte desta campanha, planejamos uma série de ações nas quais qualquer pessoa pode nos ajudar:

1.    Divulgando o material da campanha que lançaremos a partir de meados de setembro com o seguinte lema em suas redes sociais. Você pode nos encontrar em: Mastodon, Canal do Telegram, Blog, Instagram.

2.    Fazendo vídeos de apoio e enviando para este mesmo e-mail antes do final de setembro. Pedimos também que aguardem o lançamento da campanha para compartilhá-los em suas redes. Vocês podem aparecer de rosto coberto, mascarados ou com o rosto descoberto, como preferirem. Se não quiserem fazer vídeo, também podem tirar uma foto com uma faixa de apoio!

3.    Comparecendo aos atos, se estiverem em Barcelona, que divulgaremos em nossos canais e redes. Agradecemos se puderem ajudar a divulgar as convocações em seus coletivos e assembleias.

4.    Ficando atentos às futuras ações e à evolução do caso.

Acreditamos que, nos tempos atuais, os centros sociais e os coletivos de base são mais importantes do que nunca. Por isso, defendê-los é uma questão de solidariedade e apoio mútuo, uma defesa das barricadas que erguemos contra o modelo capitalista que nos impõem, porque nos reconhecemos como companheiras.

#defensemlacinètika

lacinetika.wordpress.com

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

quarto escuro
silhuetas se amam
pecado puro

Carlos Seabra

[Wallmapu/Chile] Comunicado da Família Chuñil Catricura

30 de setembro de 2025

Com muita dor em nossos corações, após meses de busca, manifestações, convocação e o apoio de muitos, divulgamos a notícia após uma longa investigação onde se descobriu que o principal suspeito que a assediava, oferecia dinheiro, etc., foi descoberto em um áudio de chamada.

*Julia Chuñil¹. “A queimaram”: Juan Carlos Morstadt revelou por telefone o destino de Julia Chuñil*

Na coletiva de imprensa realizada hoje, segunda-feira, 30/09, pelas advogadas, organizações de direitos humanos (Comitê de Ética Contra a Tortura e Anistia Internacional) e com a presença de Pablo, filho e porta-voz da família, foi anunciada uma prova que abala a investigação sobre o desaparecimento de Julia Chuñil.

Foi exposto que o principal suspeito, Juan Carlos Morstadt Anwandter, em uma interceptação telefônica autorizada, disse ao seu pai que Julia Chuñil “a queimaram”. Esta revelação impactante, feita quase 11 meses após seu desaparecimento, contrasta com o que eles acusam ser uma montagem da Promotoria para incriminar os próprios filhos da vítima, enquanto a evidência contra Morstadt, dono do imóvel, é ignorada.

Pedimos muito respeito e apoio à família, nestes momentos tão difíceis, assimilando a impossibilidade de vê-la com vida. Agradecemos a todos pelo apoio que nos deram, que nos deu forças para continuar em sua busca. A quase um ano de seu desaparecimento, esperamos que a investigação continue e que esta pessoa seja investigada e nos entregue Julia Chuñil Catricura. Convocamos todos a se manifestarem e exigirem que esta pessoa diga onde ela está. É difícil conter as lágrimas. Como família, manteremos a firmeza para esperar por Julia, dar-lhe o descanso que ela merece e que a justiça seja feita em breve, para que esta pessoa pague pela dor que causou à família após meses de tristeza, angústia, tentativas de incriminação contra seus próprios filhos e o assassinato de seus animais, que faziam parte dela.

Julia Chuñil Catricura, você ficará marcada na história como a grande mulher corajosa que lutou por seus direitos e sempre orgulhosa de suas raízes mapuches, nosso símbolo de luta e resistência.

Nota

[1] Julia Chuñil Catricura é uma líder mapuche e presidente da comunidade de Putragel. Participou ativamente da expansão do terreno Blanco Lepin em 2015 e liderou a luta pela proteção de aproximadamente 900 hectares de floresta nativa na comuna de Máfil. Em 8 de novembro de 2024, seu desaparecimento é registrado em meio a ameaças contra ela e sua família.

Fonte: https://redcontrainformativa.noblogs.org/wallmapu-chile-comunicado-familia-chunil-catricura/

agência de notícias anarquistas-ana

Ao nascer do dia
retorno de longa viagem —
A corruíra canta.

Guin Ga Eden

[França] Biblioteca autogerida de Toulouse redefine o feminismo através dos livros

Por Domitille Perpère

O setor editorial parece ter encontrado um novo nicho econômico, na intersecção entre questões sociais, políticas e culturais: o feminismo. Mais do que uma simples reivindicação, os livros feministas têm se imposto progressivamente como um fenômeno incontornável no mercado literário.

Essa explosão de obras sobre mulheres, seus direitos, história e lutas, reflete tanto uma necessidade da sociedade quanto uma dinâmica econômica em alta. De acordo com pesquisa da revista Libre Hebdo, publicada em 2021, a produção de livros de não ficção sobre mulheres aumentou 15% entre 2017 e 2020, mostrando interesse crescente pelo assunto. Nesse contexto, a biblioteca Anarcha-féministe de Toulouse, recentemente transferida para o endereço 270 avenue de Muret, encarna esse encontro entre ideais feministas e engajamento social.

Lugar de educação popular e acesso livre à cultura

Longe dos circuitos tradicionais da indústria editorial, esse espaço autogerido valoriza a diversidade e a representatividade das obras. Marina, voluntária envolvida na gestão da biblioteca, explica: “Para nós, é muito importante ter um espaço saudável, onde livros podem ser apresentados e buscar certa diversidade e representatividade. É um local de acolhimento e integração no bairro.” Um desafio fundamental que se traduz numa seleção minuciosa das obras nas prateleiras, mas também na organização de eventos como leituras coletivas, noites de contos e animações, que permitem desconstruir estereótipos e incentivar uma reflexão partilhada sobre questões sociais.

Os voluntários, de muitas origens, trabalham juntos para oferecer um espaço onde os livros não são só objetos de consumo, mas vetores de reflexão coletiva. Uma das ferramentas emblemáticas usadas no espaço é a leitura coletiva: método de leitura compartilhada no qual se divide o livro em partes para analisar os capítulos e discutir coletivamente as ideias apresentadas. Essa prática, que remonta aos meios operários, incentiva a questionar, desconstruir e melhorar a maneira como a obra é percebida.

O modelo alternativo de gestão da biblioteca

Os voluntários também criaram um sistema de empréstimo que se destina a ser acessível a todos, sem pressão financeira. A ausência de prazo para devolução facilita o acesso aos livros sem impor restrições econômicas. Esse é um ponto fundamental do seu compromisso: oferecer acesso à cultura aos que não têm condições de comprar livros novos ou que procuram um lugar onde o valor das obras não resida apenas na sua venda.

Esse modelo de gestão alternativa e autogerida também se destaca pela ausência de pressão comercial. As obras disponíveis não são sucessos nem publicações para o grande público, em vez disso, títulos engajados, às vezes difíceis de encontrar em outros lugares. Os leitores podem descobrir obras raras ou marginais que abordam temas inovadores: como feminismo interseccional, sexualidade e pós-colonialismo, entre outros. Esse modelo teve boa aceitação entre a população local, como atesta Jade, leitora habitual da biblioteca: “É um espaço onde há leituras comprometidas, livros que misturam ficção científica, romances ou ensaios e que você não encontra em nenhum outro lugar”. Mathéo, outro leitor, testemunha: “A gente pega emprestado quantos livros quiser, pelo tempo que quiser, e pode relaxar, sem ter o custo de compra do livro. Temos acesso a livros a custo menor, não há apego emocional aos livros. Claro, não pode esquecer de devolver os livros”, sorri. As obras, às vezes, são anotadas pelos leitores anteriores, prática que permite se preparar para assuntos delicados e questionar o conteúdo.

O feminismo como motor econômico para a publicação

O feminismo, longe de ser só um movimento ideológico, tornou-se um desafio econômico para os editores e um setor em crescimento no mundo editorial. As editoras independentes, à imagem da biblioteca de Toulouse, souberam tirar proveito desse renovado interesse, apostando em publicações que combinam engajamento político e estética literária. Assim, respondem à demanda, cada vez maior, por obras que não se limitam a contar uma história, mas participam de um verdadeiro projeto de transformação social.

Iniciativas como as da biblioteca Anarcha-féministe testemunham o impacto crescente do feminismo no setor editorial, mas também a vontade de criar espaços de leitura nos quais a política, a educação e a cultura se encontram. O feminismo, nessa dinâmica, tornou-se não apenas uma causa, mas um produto cultural. Esse fenômeno vai muito além do mercado: incorpora uma mudança de paradigma, na qual os livros se tornam instrumentos de emancipação, educação e revolta.

Fonte: https://www.le24heures.fr/2025/01/28/a-toulouse-une-bibliotheque-autogeree-redefinit-le-feminisme-a-travers-les-livres/

Tradução > CF Puig

agência de notícias anarquistas-ana

Alegres grilos
Gritam na grama gris:
Música noturna.

Eduardo Otsuka

[Itália] Operações de busca e apreensão relacionadas ao ataque de 2023 ao tribunal de Pisa.

Na manhã de 11 de setembro, uma operação policial coordenada pela DDAA [Direção Distrital Antimáfia e Antiterrorismo] na principal cidade da Toscana e conduzida pela DIGOS [Divisão Geral de Investigações e Operações Especiais] em Pisa e Florença ocorreu nos municípios de Carrara, Montignoso, Pisa e Sarzana.

A operação parece ter sido batizada de “Entrega” [Delivery].

Conforme nossas informações, dois companheiros anarquistas que estão sujeitos a uma ordem de prisão preventiva em regime de prisão domiciliar (ainda não se sabe se há alguma restrição específica; atualizações serão fornecidas) foram presos em Pisa e Carrara.

Os camaradas – que já haviam sido revistados em 26 de março em relação aos mesmos atos – estão sob investigação por “atos terroristas envolvendo dispositivos letais ou explosivos” e outros crimes relacionados. Isso faz parte do processo relativo ao ataque ao tribunal de Pisa em 21 de fevereiro de 2023. Gostaríamos também de salientar que os camaradas estiveram envolvidos na operação “Scripta Scelera” de 2023, orquestrada pela DDAA de Gênova [Genoa] contra a revista quinzenal anarquista internacionalista “Bezmotivny” (e que essencialmente “naufragou” durante o julgamento realizado em Massa contra quatro réus).

De acordo com as últimas informações, os outros camaradas envolvidos nesta operação foram apenas revistados em suas casas e veículos. Isso também estava relacionado ao crime de “associação subversiva com o objetivo de terrorismo ou subversão da ordem democrática”.

“Todos os dias, em todos os tribunais, centenas de pessoas exploradas são condenadas. Por meio de sentenças, homens e mulheres são enterrados em prisões e suas amizades e relações amorosas são mutiladas. Por meio de explosivos, estruturas serão atingidas e homens poderosos serão mutilados. Por cada morte no mar, na prisão, no trabalho, nos CPRs, não uma, mas 100 bombas contra os senhores. Suas câmeras e guardas patrulhando a cidade nunca serão suficientes para impedir que a ação penetre em seus prédios”, dizia a declaração do Gruppo di Solidarietà Rivoluzionaria – Consegne a Domicilio [Grupo de Solidariedade Revolucionária – Entregas em Domicílio] (afiliado à FAI-FRI), sobre a ação contra o tribunal. Esta ação fez parte de uma intensa mobilização contra o regime prisional 41 bis e a prisão perpétua sem liberdade condicional, e foi realizada em solidariedade com Alfredo Cospito, que estava em greve de fome há mais de 120 dias na altura. “Solidariedade com todos os prisioneiros revolucionários em todo o mundo. Apoiem as lutas sociais com a luta revolucionária”, concluía o texto.

AO LADO DOS CAMARADAS PRESOS

Dois dos que foram revistados

ATUALIZAÇÃO: Os camaradas estão em prisão domiciliar com todas as restrições (sem comunicação ou visitas permitidas).

Fonte: https://abolitionmedia.noblogs.org/21449/

Tradução > Lagarto Azul / acervo trans-anarquista

agência de notícias anarquistas-ana

Rosto no vidro
uma criança eterna
olha o vazio

Alphonse Piché

[Espanha] Crentes, agnósticos e… ateus lúcidos!

Já disse outras vezes que, quando (muito) jovem – pecados da juventude –, fui um fervoroso crente político. Não no sentido estritamente religioso, mas acaba sendo algo muito parecido para o assunto que nos interessa. No meu caso, terrivelmente inclinado para a esquerda na minha juventude, a crença consistia em confiar no sistema eleitoral para mudar as coisas (para melhor, entende-se). Devo dizer, deixando de lado qualquer aparência de modéstia, que isso não me fez cair em nenhum tipo de fanatismo, nem abraçar qualquer dogma (coisas que, frequentemente, são extremamente equivalentes). Apesar disso, como todo crente de qualquer tipo e nível, isso me dava uma dose nada desprezível de tranquilidade existencial, que agora não tenho nem busco.

A questão é que, com os anos, meu ateísmo político foi aumentando sem que – e aqui é onde começo a falar uma língua desconhecida para grande parte das pessoas – eu tenha me tornado uma espécie de desligado nem um sem-vergonha (pelo menos, não para uma determinada visão das coisas distante da reação). No lugar deste último termo depreciativo, eu usaria o de “cínico” no seu sentido mais vulgar, mas vamos ter respeito por essa escola de filósofos, que não eram desprovidos de vergonha no pior sentido, mas sim excêntricos e céticos em relação às convenções sociais. Sim, também sou orgulhosamente cínico nesse sentido.

Esse meu ateísmo tão lúcido e pertinaz, também chamado de niilismo – termo que quase agrada mais a mim, por ser outro conceito profundamente mal interpretado –, faz com que a não participação política se desenvolva em mim de uma maneira terrivelmente natural e, por que não dizer assim, existencialmente prazerosa. Eu sou assim, o que vamos fazer?

Claro, quando falamos de política em sentido amplo, não nos referimos exclusivamente a, de vez em quando, ir votar num bando de iluminados para que decidam por você – mas vá explicar isso para o povão (com perdão). Há quem considere que a crença em uma autoridade sobrenatural (chamem de Deus ou como quiserem) está intimamente ligada à subordinação à autoridade política (chamem de Estado, por favor). Não, não falo desses sonhadores loucos anarquistas, que claro, também, mas me refiro a importantes juristas desta época contemporânea declaradamente insana.

Minha trajetória de vida – e isso não enriquece em nada meu desenvolvimento pessoal, sejamos extremamente sinceros – está cheia de inúmeros encontros dialéticos com crentes de vários graus. Nessas experiências, muitas vezes se acredita que, fora dessa forma de democracia – onde você escolhe o amo ao seu gosto com uma deliciosa aparência de liberdade –, há coisas muito piores: ditaduras, caos… Por outro lado, desculpem de novo, mas esse argumento só confirma ainda mais nossa posição, já que parece muito similar à crença religiosa, segundo a qual a falta de fé abre a porta para todos os males possíveis.

Dirão que, claro, há não crentes não praticantes, ou seja, que vão votar e o fazem por motivos peculiares, como achar que é melhor que uns governem do que outros. Tudo bem, será que são ateus só na aparência, mas respeitam os sagrados sacramentos e querem um sumo pontífice progressista? Sem comentários.

Num debate recente, num contexto tão questionável quanto o balcão de um bar, meus interlocutores reconheceram dois fatores tão esperançosos quanto: que a corrupção dentro do sistema é intolerável e que – não necessariamente ligado ao anterior – não se pode mudar as coisas dentro dele. Mas isso foi seguido por uma frase do tipo “mas tem que ir votar”. Claro, não era a primeira vez que ouvia esse argumento, mas eu mesmo ainda me surpreendo com minha capacidade de ficar pasmo.

Entender que o sistema político é um circo, cheio de lixo e mentiras, não faz com que muita gente perca a fé – acaba sustentando a tenda de um jeito ou de outro. Claro, sempre há a opção – também frequentemente mencionada nesses pseudo-debates – de votar em branco. Tudo bem, mas então você não é um ateu de verdade, meu amigo, é uma espécie de agnóstico; ou seja, alguém muito provavelmente ávido por continuar acreditando, talvez trocando os deuses, mas mantendo o esquema intacto.

Juan Cáspar

Fonte: https://acracia.org/creyentes-agnosticos-y-lucidos-ateos/

Tradução > Liberto

agência de notícias anarquistas-ana

Manchas de tarde
na água. E um vôo branco
transborda a paisagem.

Yeda Prates Bernis

[Chile] Programação do IV Congresso Internacional de Pesquisas sobre Anarquismo(s)

O IV Congresso Internacional de Pesquisa sobre Anarquismo(s) será realizado em Santiago de 8 a 11 de outubro de 2025, marcando um novo marco no diálogo e na reflexão sobre as ideias libertárias.

Após suas edições bem-sucedidas em Buenos Aires (2016), Montevidéu (2019) e São Paulo (2022), este encontro consolida sua tradição de ser um espaço plural e transdisciplinar. Com o apoio institucional do Departamento de História da Universidade de Santiago do Chile (USACH), o congresso promete quatro dias de intenso intercâmbio intelectual e cultural.

O evento acontecerá em diferentes locais, combinando o rigor acadêmico com a divulgação cultural e o encontro comunitário.

• De 8 a 10 de outubro:

As jornadas principais de palestras e mesas temáticas serão realizadas nas dependências:

Universidade de Santiago do Chile (USACH), Casa Central

Av. Alameda Libertador Bernardo O’Higgins #3363, Metrô Estación Central, Santiago

(Salão de Honra – Auditório Eduardo Morales)

Instituto de Estudos Avançados (IDEA-USACH)

Román Díaz # 89, Metrô Salvador, Providencia, Santiago.

(Auditório IDEA – Sala Videoconferências IDEA)

Librería Proyección

(San Francisco #51, Metrô U. de Chile, Santiago)

• Sábado 11 de outubro: A clausura será de 10:30 a 18:00 hrs em:

 Escola Popular de Artes

(Santa Rosa #599, Metrô Matta,Santiago).

O programa oficial, disponível para consulta, detalha uma vasta agenda organizada em eixos temáticos que abrangem história, filosofia, educação, gênero, ecologia e muito mais.

Para acessar a programação detalhada, conhecer os horários específicos de cada atividade e ficar por dentro das últimas novidades, os organizadores convidam a seguir as contas oficiais:

• Instagram: @4congresoanarquismos

• Blog: https://4congresoanarquismos.noblogs.org/

• E-mail de contato: 4congresoanarquismos@gmail.com

Esperamos você em Santiago para construir, debater e aprender juntos!

agência de notícias anarquistas-ana

Recolhida em si mesma
a alma do figo
é flor em za-zen.

Yeda Prates Bernis

A Rua é Nossa! Semeando a Anarquia em Muriaé/MG!

Companheiras, companheiros, povo trabalhador de Muriaé e de todo o Brasil!

No dia 29 de setembro, as ruas da cidade foram tomadas por uma voz que não é a dos poderosos, não é a dos políticos profissionais e muito menos a dos exploradores. Foi a voz do povo, ecoando em alto e bom som através da ação direta da União Anarquista Federalista (UAF). Panfletos que desmascaram a farsa do Estado e do Capital foram distribuídos mão a mão. Cartazes que clamam por liberdade e autogestão foram fixados como bandeiras de guerra nos muros da cidade. A propaganda revolucionária não pediu licença: ocupou.

Este não foi um simples passeio. Foi um ato de coragem e um lembrete potente: a organização popular não espera por eleições, não deposita esperança em salvadores de paletó. A mudança real nasce da base, das mãos calejadas de quem constrói a riqueza e dos pés cansados de quem pisa o asfalto todos os dias. A UAF, com esta ação, não veio trazer uma verdade pronta, mas sim um convite à luta e à construção coletiva. Veio dizer que a semente da anarquia – que é a semente da liberdade, da solidariedade e do apoio mútuo – pode e deve florescer em cada bairro, em cada fábrica, em cada escola.

Enquanto o Estado nos oprime com seus impostos, sua polícia e suas leis que só servem para proteger a propriedade privada dos ricos; enquanto o Capital nos explora com salários de fome, jornadas exaustivas e a ameaça constante do desemprego, nós, anarquistas, respondemos com a única linguagem que eles entendem: a Ação Direta.

Distribuir um panfleto é um ato de ação direta. É educar, é agitar, é organizar sem intermediários.

Fixar um cartaz é um ato de ação direta. É retomar o espaço público que nos é roubado pela propaganda comercial e pelo cinismo político.

Ocupar as ruas é um ato de ação direta. É mostrar que a cidade também nos pertence, a nós, a classe que a constrói e a mantém de pé.

Mas esta ação, por mais importante que seja, é apenas o começo. Uma faísca num campo seco de injustiças. Sozinhos, somos facilmente abafados.

Organizados, seremos uma tempestade que nenhum governo consegue conter.

A UAF não quer ser a sua vanguarda. Quer ser a sua ferramenta, o seu braço organizado na luta cotidiana. Convocamos a todas e todos que se identificam com esta luta:

  • Aos que estão cansados de ser governados: Juntem-se a nós!
  • Aos que sonham com uma sociedade sem patrões nem Estado: Juntem-se a nós!
  • Aos que acreditam que o poder deve estar nas mãos do povo, organizado de baixo para cima: Juntem-se a nós!

Não basta torcer pela revolução na sombra. É preciso construí-la à luz do dia. É preciso estudar, debater, formar grupos de afinidade, criar sindicatos combativos, fortalecer as comunidades e, acima de tudo, agir.

A semente foi plantada em Muriaé. Cabe a nós, povo organizado, regá-la com nossa coragem e nossa luta incessante. Que a ação de 29 de setembro seja a primeira de muitas. Que cada rua, cada praça, cada coração oprimido se torne um território livre da luta anarquista.

Pela organização popular! Pela ação direta! Pela revolução social!

Viva a Anarquia! Viva a UAF!

União Anarquista Federalista (UAF)

uafbr.noblogs.org

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probleminhas terrenos:
quem vive mais
morre menos?

Millôr Fernandes

[EUA] História radical e predecessores revolucionários: O que a juventude queer deve saber sobre seus ancestrais

É hora de recuperar o que é nosso, de reapropriar os muitos fragmentos de nosso legado popular de boa rebeldia.

Por Cindy Barukh Milstein

O texto a seguir é um trecho adaptado de “Be Gay, Do Crime: Everyday Acts of Queer Rebellion” (Seja gay, cometa crimes: atos cotidianos de rebelião queer), editado por Riley Clare Valentine, Blu Buchanan, e Zane McNeill, colaborador da LGBTQ Nation.

Esses dias, frequentemente se encontra o slogan “Proteja crianças trans” em camisetas, pintado em banneres, ou entoado nas ruas durante manifestações. Os radicais acrescentaram um toque especial, intercalando ilustrações de uma rosa e uma adaga entre essas três palavras simples, dando-lhes um toque mais ousado. Mas ume amigue minhe anarquista de quinze anos recentemente compartilhou sua crítica sobre essa frase popular, declarando categoricamente que: “Nós podemos nos defender!”.

Sua afirmação aponta para os superpoderes de muitos jovens de hoje, ao menos a partir de meu ponto de vista como pessoa queer mais velha e anarquista em Turtle Island. Elus já sabem, desde cedo, que não se encaixam nos padrões heteronormativos. Elus já parecem abertamente confortáveis com quem são, de tantas maneiras fabulosas que não se enquadram nos padrões de gênero e até mesmo que aboliram o gênero. E, como adolescentes e até pré-adolescentes, elus já estão reagindo e se esforçando para criar suas próprias utopias queer.

Todavia, essas juventudes frequentemente não percebem que seu espírito de luta não é tão diferente do de seus antepassados, nem sua dedicação à autodefesa da comunidade. Basta dar uma olhada em apenas uma citação desta ampla amostra de atos cotidianos de resistência e rebelião queer, proclamada pelo antifascista gay Willem Arondeus quando enfrentada a execução por ações militantes diretas contra o nazismo… “Homossexuais não são covardes.” Na verdade, muitos de nós, adultos, também não conhecemos nossas próprias histórias vindas de baixo.

A história, como diz o ditado, é escrita por aqueles que estão no poder, que intencionalmente conspiram para solidificar seu domínio coercitivo e violento, apagando tudo o que não se conforma à sua narrativa. Os hegemônicos vitoriosos — sejam eles o colonialismo e o capitalismo; os Estados, a polícia, e as prisões; ou os homofóbicos, transfóbicos, e fascistas —, em essência, colocam nossas histórias populares em um armário e trancam a porta.

Ou é isso o que eles pensam.

Be Gay, Do Crime, com sua abundância de ofertas calendáricas, age como um alicate de corte. Cada entrada abre outro cadeado, permitindo-nos roubar de volta o que é nosso. Para reapropriar os muitos fragmentos de nossos legados de boa rebeldia, que de outra forma seriam “perdidos” para as histórias impostas de cima para baixo, e usar esses gloriosos remanescentes, essas pontas soltas, para criar figurativamente nossos próprios amuletos de proteção mútua. E para compartilhar esses talismãs da lembrança livremente com cúmplices, co-conspiradores e outros hereges visionários como o material que sustenta nossa construção de mundo não sancionada e descaradamente mágica.

Este livro é de fato uma forma de proteção comunitária – um tema que permeia todas as suas páginas. É o tipo de proteção que vem do aprendizado sobre a história radical e os antecessores revolucionários, tirando força do conhecimento de que já fizemos isso antes, e não apenas uma ou duas vezes. Durante séculos, resistimos e nos revoltamos, fizemos avanços, choramos entes queridos, experimentamos e às vezes falhamos, criamos espaços autônomos, grafamos paredes e bloqueamos prédios, escolhemos nossos próprios parentes, emprestamos nossos corações e solidariedade, vivemos perigosamente e dançamos ilegalmente, nos rebelamos e nos assumimos, lutamos, desafiamos fronteiras e quebramos binários, permanecemos ilegivelmente subversivos e muito mais.

Como cada capítulo nos lembra, quando chega a hora da verdade, defendemos uns aos outros, e a sabedoria não desaparece, mesmo que os poderes constituídos conspirem para enterrar nossas histórias. “Estamos aqui, somos queer, não vamos desaparecer” (Noruega, 25 de junho de 2022). E quer sejamos jovens, idosos ou qualquer coisa entre os dois, como este livro sublinha, persistimos em atos diários de reciprocidade que reduzem os danos e aliviam o sofrimento, dentro e fora dos nossos círculos.

Ou como o poeta Federico García Lorca diz… “Eu sempre estarei do lado daqueles que não têm nada e que nem sequer podem desfrutar em paz do pouco que têm”.

Fonte: https://blog.pmpress.org/2025/08/25/radical-history-revolutionary-predecessors-what-queer-youth-should-know-about-their-ancestors/

Tradução > Lagarto Azul / acerto trans-anarquista

agência de notícias anarquistas-ana

Lua de primavera.
O teu brilho não permite
que eu aperte o passo.

Neide Portugal

[Espanha] XIII Jornadas Homenagem “Dia da Guerrilha” – El Torno (Cáceres)


Nos próximos dias 3 e 4 de outubro, o povo de El Torno acolherá as XIII Jornadas Homenagem Dia da Guerrilha, um espaço de memória e dignidade para honrar aqueles que se levantaram contra o fascismo e a opressão.

Na sexta-feira, 3, às 19h30, na Casa de Cultura Dulce Chacón, serão abertas as jornadas com a apresentação do livro Extremadura Contra o Olvido, a cargo de Ángel Olmedo e Chema Álvarez.

No sábado, 4, o Mirador da Memória será o palco do ato central de homenagem às guerrilheiras, guerrilheiros e a todas as pessoas que, com coragem e esperança, lutaram pela liberdade. A jornada continuará no local de Las Vaquerizas com um almoço fraterno, a apresentação do jornal Extremadura Livre e apresentações musicais. À tarde, às 19h00, a Casa de Cultura acolherá a apresentação do livro Querida mía, a cargo de Paqui Maqueda Fernández.

Estas jornadas não são apenas uma lembrança: são um grito vivo de resistência, um lembrete de que a memória não se rende e de que a luta contra toda forma de dominação continua pulsando em nossos povos.

cnt.es

agência de notícias anarquistas-ana

pétala amarela
a borboleta saltou
sem pára-quedas

João Acuio

[Grécia] Patras: Chamada para a Greve Geral de 1º de outubro

1º DE OUTUBRO: GREVE GERAL

CONCENTRAÇÃO: 10:30 PRAÇA GEORGIOU

Contra a guerra, o sionismo, o imperialismo

Liberdade para a Palestina – Bloqueio ao genocídio

Solidariedade a quem zarpa para Gaza

Contra a pobreza, a miséria, o feudalismo trabalhista, os despejos e leilões de casas, os assassinatos patronais, o terrorismo de Estado e a criminalização das lutas

Não esquecemos – não perdoamos o crime estatal-capitalista em Tempe

Solidariedade ao grevista de fome Panos Routsis

Nenhuma paz sem justiça

ORGANIZEMOS A AUTODEFESA SOCIAL – E O CONTRA-ATAQUE DE CLASSE

Organização na base | Unidade na ação

Após o término da marcha de protesto, haverá uma festa no espaço autogerido “Epi ta Prosopou”, onde parte da renda será destinada ao apoio financeiro de uma família de trabalhadores com 3 filhos, cuja eletricidade foi cortada há um mês devido a uma dívida de 1500 euros.

Grupo Anarquista “Cavalo Indomável”

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ipê amarelo
até a calçada
floresce

Ricardo Silvestrin