Bilhete de humor sobre o tratamento “político-midiático-judiciário” do movimento ‘Coletes Amarelos’. Agradeço ao escritor de Montpellier por nos permitir compartilhá-lo.
Acredito que a imagem que mais me marcou das manifestações gregas foi filmada (vídeo linkado abaixo) em 5 de outubro de 2011. Neste dia, os manifestantes recuam por conta da perseguição em moto feita pela polícia, conhecida por sua brutalidade e ódio. De repente, um dos motociclistas cai. Ele recebe um coquetel molotov na cabeça. O predador vira a presa. E a multidão grita: Queime, verme! Queime!
Diante dessa imagem, como diante da violência policial, não há como disfarçar a reação: ou se entusiasma, ou se condena – o que pode variar é o nível de intensidade.
E o que isso tem a ver com o movimento “Coletes Amarelos”? De um lado, os manifestantes são condenados pela intenção de atirar uma pedra ou, simplesmente, porque eles são suspeitos por terem a vontade de participar de uma manifestação. Os policiais os apresentam como sendo loucos perigosos, prontos para matar e a choramingar suas feridas pedindo muito dinheiro. Os magistrados condenam, os políticos exultam, os editorialistas exclamam em tom sensacionalista: “Republica ameaçada por bandidos!”.
De outro lado, as pessoas estão realmente feridas, perdem um olho, uma mão, são espancadas, ameaçadas, insultadas, detidas arbitrariamente, fichadas. A polícia diz que faz tudo dentro da lei e que não há evidências de que esses fatos são reais. Os magistrados aprovam, os políticos e mídias se omitem.
O abismo entre essas duas situações é chamado pelos jornalistas de “sentimento de injustiça”. Isso não é um sentimento, é uma constatação. E o dispositivo político-midiático-judiciário que justifica todas as injustiças, que acoberta todos os crimes repressivos, começa a ruir diante desse monte de imundície.
> Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=QKxQtGbaat8
Fonte: https://lepressoir-info.org/spip.php?article1386
Tradução > P.O.A.E.F.
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!