[Espanha] Encontro em homenagem a Guillermina Rojas, mulher, obreira e anarquista na praça que o município de Cádiz lhe dedicou

Os Ateneus Libertários Fermín Salvochea de Cádiz e Guillermina Rojas de Sevilla, a Assembleia Feminista e o Café Feminista de Cádiz e o Sindicato de Ensino da CGT os convidam a que na terça-feira 7 às 19 horas nos acompanhem em um encontro de reconhecimento de Guillermina Rojas na praça onde a Prefeitura pôs seu nome (junto à parada de ônibus da praça de España).

Contaremos com a presença da professora Gloria Espigado que pesquisou a figura de Guillermina Rojas.

Queremos recordar a mulher que foi professora e costureira, ativista, colaboradora de imprensa, oradora de clube, de imaginação viva, de palavra fácil, militante de sociedades femininas e obreiras, e política que transitou do republicanismo federal ao anarquismo. Sem esquecer sua intervenção nas agitações de rua, capaz de agitar uma turba em dias de revolução, e ainda de capitaneá-la nas barricadas e sua rebeldia ante o destino que lhe estava reservado como mulher”.

Há 150 anos ela caminhou em uma direção diferente da que marcavam os tempos que lhe coube viver. Até o ponto que pagou sua ousadia com a pedra do silêncio e o esquecimento. Hoje a recordamos como revolucionária e mulher, por ser símbolo dos que pensam que são possíveis outros futuros diferentes dos que propõe o pensamento único.

Uns dados biográficos

Guillermina Rojas Orgis nasceu no povoado de Tenerife, Puerto da Cruz em 25 de junho de 1848. Seus pais eram um sapateiro e uma costureira que em 1854 se instalaram em Cádiz. Aprendeu o ofício de costureira e em 1866 solicitou o ingresso na Escola Normal de Magistério. Terminados seus estudos começa a trabalhar na Escola Pública de Meninas instalada nos claustros do convento desamortizado de San Francisco. Em agosto de 1869, a abandonou por desacordo com os métodos e conteúdos de ensino que se praticavam. Na ocasião já estava integrada ao republicanismo. Criou e foi presidenta do Círculo feminino “Mariana de Pineda” que fundou uma escola para mulheres adultas. Ao mesmo tempo que tinha contatos com o obreirismo pró-internacionalista, através da sociedade Hércules, germe da federação local da AIT em Cádiz.

Trabalhou de costureira até 1871, quando apareceu em Madrid. Frequentou o Clube republicano “Emancipación Social” e se converteu em uma militante conhecida na cidade que participava em atos e na vida do partido republicano. Interveio em comícios nos quais “censurou a propriedade individual por injusta; a ideia de pátria por anti-humanitária, e a atual constituição da família, por deficiente a respeito do cuidado físico e moral dos filhos, e tirânica a respeito da mulher”. Para escândalo de muitos se declarou defensora do amor livre e contrária ao matrimônio, propugnando a liberdade de consciência religiosa. Em fevereiro e março de 1872 foi a secretária do conselho local da Federação madrilenha e, quando da cisão marxista optou pelo socialismo antiautoritário.

Após o fim da Primeira República, parece que se refugiou em Múrcia onde atuou como secretária local da AIT nessa localidade. Depois se perde a sua pista. Possivelmente foi uma das deportadas às colônias dos Mares do Sul. Inclusive pôde terminar seus dias no México.

Fonte: http://rojoynegro.info/evento/eje-violeta/encuentro-homenaje-guillermina-rojas-mulher-obrera-anarquista-la-plaza-el-ayuntami

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

Sesta no jardim:
a borboleta me acorda.
Coça o meu nariz.

Anibal Beça