[Espanha] A CNT reivindica uma rua em Jerez para Sebastián Oliva, o anarcossindicalista fuzilado pelo franquismo

O sindicato está a três anos esperando que se materialize o compromisso anunciado pelo governo local.

Em março de 2016 o sindicato CNT de Jerez solicitou à prefeitura da cidade uma rua com o nome do anarcossindicalista Sebastián Oliva,que foi fuzilado em 1936 pelo bando franquista. A solicitação contava com o respaldo dos familiares de Oliva e de entidades pela Recuperação da Memória Histórica. Além disso, uma petição que também recebeu a aprovação do governo municipal.

No entanto, e como denuncia este sindicato em uma nota, três anos depois a proposta de localizar uma rua para dar-lhe o nome de Sebastián Oliva ainda não tinha sido implementada.

“Como argumentamos em ocasiões anteriores: entendemos que o espaço urbano é de todos, e que a prefeitura de nossa cidade tem a obrigação moral de fazer um reconhecimento às pessoas que lutaram por mudar a sociedade e melhorar as condições dos/as deserdados”, reclamaram desde a CNT, assegurando que sua petição é “uma questão de justiça”.

Por isso, reclamaram que a prefeitura de Jerez “tenha um mínimo gesto de dignidade” e se lembre, “de uma vez”, de uma das pessoas que trabalhou pela emancipação e “que morreu injustamente nas mãos do fascismo”.

Sebastián Oliva Jiménez nasceu em Ubrique, em 1881 e se destacou nas lutas camponesas na comarca de Jerez em princípios do século XX. Em 1916 se tornou presidente da Federação Nacional de Agricultores(FNA), cuja sede se estabeleceu em Jerez. A FNA se tornou a principal organização em escala nacional dos trabalhadores do campo. Em 1918 conseguiu aderi-la em bloco à Confederação Nacional do Trabalho(CNT), central anarcossindicalista.

Oliva dirigiu uma editora na qual se imprimiam folhetos para camponeses: a Biblioteca de Cultura Obreira e esteve a frente de La voz del campesino, jornal que ecoava as lutas obreiras e agrárias em toda Espanha.

Famoso orador, participou em campanhas de propaganda com Salvador Seguí pela Andaluzia Oriental. Nos anos da II República retomou por breve tempo a direção de La voz del campesino (até 1932), e se posicionou com a orientação mais moderada dentro da CNTA seu trabalho sindical, Sebastián acrescentou seu compromisso com a educação, como professor cortijero (professor itinerante que ensinava nos cortijos¹) e com uma escola na rua Cruces de Jerez.

Em 19 de Agosto de 1936 foi fuzilado pelo franquismo nas imediações do Alcázar de Jerez. Em 19 de Agosto de 2019 se completaram 83 anos de seu assassinato.

Fonte: https://www.lavozdelsur.é/cnt-reivindica-uma-rua-em-jerez-para-sebastian-oliva-el-anarco-sindicalista-fuzilado-por-el-franquismo/

>> Nota:

[1] Habitações rurais da Andaluzia.

Tradução > Sol de Abril

agência de notícias anarquistas-ana

No extremo vazio
do mais oco, sopro sons:
flauta de bambu.

Urhacy Faustino