Segunda-feira, 21 de outubro de 2019
Os protestos no Chile não só mostraram o descontentamento dos cidadãos com as condições desiguais nas quais vivem milhares de chilenos, também a extrema repressão policial contra os manifestantes. Assim o revelaram o Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) do Chile, ao realizar um trabalho de monitoramento e resguardo dos direitos das pessoas durante os protestos.
Segundo o diretor desta instituição, Sergio Micco, se coletou informação sobre o estado das pessoas feridas e detidas, e as violações aos direitos humanos por parte das forças da ordem no país do sul. Ao menos 22 pessoas sofreram lesões graves, de acordo com o informe do INDH em base no informe de quatro hospitais. Entre as vítimas também haviam crianças feridas, produto da violenta repressão.
Este relatório se realizou em lugares como Santiago, Maipú, Iquique, Antofagasta, Coquimbo, Valparaíso, Rancagua, Talca, Concepción, Valdivia, Temuco, Puerto Montt e Punta Arenas. Assim também em delegacias, onde os detidos denunciaram o “uso desmedido da força no momento da detenção, vexações injustas a crianças, maus tratos, golpes nos rostos e coxas, torturas, desnudamentos a mulheres, vexações sexuais, entre outras violações”, como se lê no comunicado da INDH.
Ameaças de violação
A mídia chilena “El Desconcierto” revelou, através de sua página web, vários testemunhos de Mulheres que denunciam vexames e a aplicação de uma força desmedida por parte de carabineiros e militares. Mas não só isso, as vítimas também asseguram haver recebido ameaças de agressões sexuais por parte das forças da ordem.
Assim o divulgou uma cidadã chilena, Pamela Maldonado, que relatou como os carabineiros rodearam seu pai e o derrubaram a golpes. Ao ver a cena, Pamela saiu em sua defesa, mas também foi agredida e até ameaçada por um dos policiais de violá-la, quando se encontravam rumo à delegacia.
“O que segue são momentos de pavor. Rumo à delegacia um carabineiro começou a provocar os detidos, gritando contra os mapuches, “que odiava os comunistas” e inclusive ameaçou Pamela em agredi-la sexualmente.
– Vamos ver se você gosta – lhe disse para assustá-la.
A essas alturas ela não podia acreditar no que estava acontecendo, só abraçou seu pai para que não voltassem a golpeá-lo”.
Assim como Pamela, outras mulheres também sofreram agressões durante as intervenções policiais ou detenção. O INDH registrou denuncias de pessoas desnudadas em procedimentos policiais – principalmente mulheres -, além de detenções a crianças, maus tratos, golpes em rostos e coxas, torturas e vexações sexuais, entre outras violações.
A advogada da Rede Chilena Contra a Violência Contra as Mulheres, Silvana del Valle, declarou a “El Desconcierto” que as ações violentas por parte dos aparatos policiais respondem a que “sempre foram educados para serem dispositivos patriarcais”, como aconteceu em épocas anteriores durante a ditadura no Chile, e em outros contextos latino-americanos onde os mais vulneráveis; mulheres e crianças, foram vítimas do Estado.
Fonte: https://wayka.pe/chile-denuncian-torturas-desnudos-forzados-y-amenazas-de-violacion-en-protestas/
Tradução > Sol de Abril
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agência de notícias anarquistas-ana
no aconchego da terra
a semente
vive a espera
Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!