[Filipinas] Um pedido de solidariedade internacional para as iniciativas de resistência autônoma e do Food Not Bombs pelo mundo

A falta de moradia e a fome são prevalentes em muitos países. Pessoas pedindo comida e crianças desnutridas são imagens comuns em muitos lugares do mundo que costumavam ter comunidades e ecologia saudáveis. Enquanto as pessoas enfrentam a pobreza e a fome, os governos, em particular os do primeiro mundo, gastam centenas de milhares de milhões de dólares para desenvolver materiais de guerra que usam para controlar outros países através de guerras, intimidações e manipulações.

O Food Not Bombs (FNB) é uma ação solidária e não violenta contra a injustiça social. A partilha de alimentos é uma resposta prática à fome causada pela desigualdade, onde um grande número de pessoas são privadas de acesso a proteínas, ao mesmo tempo que as pequenas elites vivem extravagantemente e usam o patrimônio social para atividades estatais que envolvem violência sobre e opressão de pessoas e a destruição da ecologia. Pessoas de comunidades punk / hardcore, de faça-você-mesmo, de arte e anarquistas que estão envolvidas na cultura da partilha e inclinadas a processos horizontais são naturalmente atraídas pelo FNB.

Muitas comunidades marginalizadas no chamado arquipélago das Filipinas estão enfrentando a falta de bens básicos, como abrigo, comida, água, educação e meios de subsistência. A aguda desigualdade e justiça social rouba às pessoas oportunidades para melhorar o seu bem-estar e garantir o futuro das suas famílias e comunidades.

O FNB entrou no arquipélago durante os anos 90 como uma resposta à pobreza sistêmica. Rapidamente se espalhou como um incêndio no arquipélago, particularmente após a famosa Batalha de Seattle – uma resistência contra a liberalização do comércio durante a Conferência Mundial da OMC (Organização Mundial do Comércio). Aliás, durante este período, coletivos e indivíduos anarquistas brotaram como cogumelos que prosperam nas férteis cultura underground e comunidades artísticas.

Atualmente, as iniciativas do FNB no arquipélago operam de maneira autônoma em diferentes localidades em Luzon, Visayas e Mindanao. Algumas estão em constante coordenação entre si e muitas delas realizam regularmente diferentes atividades envolvendo a partilha de alimentos, informações, habilidades e lutas.

O FNB não é uma atividade monótona de fornecimento de alimentos para pessoas com fome. É uma resistência criativa projetada para fornecer não apenas requisitos de proteína, mas também a partilha de informações e habilidades críticas por meio de oficinas, discussões, diálogos, apresentações culturais e outras atividades educacionais. É frequentemente combinado com um mercado realmente livre, onde as pessoas são incentivadas a partilhar as suas coisas indesejadas com as e os mais necessitados. Este evento não foi concebido para recrutar pessoas para um grupo específico, mas incentiva as pessoas a auto-organizarem-se de forma voluntária, de acordo com sua própria capacidade. Incentiva as comunidades a praticar a autogestão sob o tema do respeito, da diversidade, da descentralização e das relações não hierárquicas. O FNB é ação direta contra o capitalismo, o consumismo e o estatismo. O FNB não é uma organização, mas um evento ou uma atividade que pode ser organizada por qualquer pessoa sem ter de pedir permissão a ninguém nem de afiliar-se a nenhum grupo. Um indivíduo ou grupo de pessoas poderia organizar o FNB a qualquer momento, em qualquer lugar, com base no seu contexto real, desde que sustentasse os princípios básicos da não hierarquia, do respeito, da ecologia e do antiautoritarismo.

Antes da Lei Anti-Terrorismo, Duterte já era violento. Os seus discursos humorísticos inapropriados com reviravoltas de atos e observações sexistas não podiam conceber a sua sede por violência. Em muitas ocasiões, ele mencionou explicitamente o seu envolvimento em assassinatos. Duterte é uma pessoa megalomaníaca; ele deseja mais poder e odeia aqueles que ameacem a sua posição. Ele é vingativo e zangado. As suas palavras não são vazias. Ele é equitativo em termos de retaliação com os seus “inimigos”; desde bandidos de classe baixa a professores, trabalhadores, trabalhadores estrangeiros, senadores e advogados e até as mídias corporativas e instituições internacionais não são poupados de formas de intimidação e assédio. O encarceramento das oposições e os assassinatos cometidos por funcionários de uniforme e pistoleiros mascarados são as marcas registradas do seu governo.

O seu apetite por violência matou voluntários do FNB e encarcerou um. Estas pessoas não violentas pereceram e sofreram durante as operações da Guerra às Drogas, que mataram mais de 12.000 pessoas, sendo que a grande maioria veio de famílias pobres e comunidades marginalizadas. Essencialmente, o programa de guerra às drogas é uma guerra contra os pobres e pretende intimidar as pessoas e todas as formas de oposição em geral.

A Lei Anti-Terrorista de 2020 certamente exacerbará a já péssima situação da nossa sociedade. O governo de Duterte astuciosamente apressou-se a aprovar a lei em meio da crise da pandemia. No momento perfeito, diferentes oposições tornaram-se imóveis, sem oportunidade de reagir. Foi aprovada ao nível do comitê e espera-se que os membros da Câmara dos Deputados debatam e acelerem a sua aprovação antes de fazerem uma pausa de dois meses a partir de 6 de junho deste ano.

Esta lei categorizará as atividades e iniciativas de voluntários do FNB, ativistas autônomos e anarquistas como terrorismo. De acordo com esta lei, as ações de solidariedade que geralmente são conduzidas pelos referidos grupos de pessoas serão consideradas crime, permitindo ao Estado deter indivíduos suspeitos sem mandato; detenções sem acusação mais longas e dar ao ramo executivo mais poder contra dissidentes. Foi descartada a Lei de Segurança Humana, removendo as obrigações do governo de compensar as pessoas acusadas indevidamente.

A Lei Anti-Terrorista de 2020 é um instrumento óbvio de um governo fascista para reduzir a liberdade com o desejo de incutir medo entre a população para servir os interesses dos oligarcas e parceiros estrangeiros.

Voluntários do Food Not Bombs, ativistas autônomos, artistas independentes e anarquistas condenam fortemente o governo fascista. Estamos apelando à resistência internacional para enviar solidariedade à luta de diferentes pessoas e comunidades do arquipélago contra o autoritário que serve os interesses das poucas elites privilegiadas.

Pedimos para, se puderem, organizar diferentes formas de ação contra a Embaixada das Filipinas no vosso próprio país de modo a enviar o vosso apoio à nossa luta pela liberdade.

LUTA PELA JUSTIÇA SOCIAL! COMBATE AO FASCISMO E AO TERRORISMO PATROCINADO PELO ESTADO! FIM À GUERRA, À POBREZA, À FOME E AO MASSACRE ECOLÓGICO

Food Not Bombs Archipelago

Fonte: https://etnikobandidoinfoshop.wordpress.com/2020/06/07/a-call-for-international-solidarity-to-autonomous-resistance-and-food-not-bombs-initiatives-around-the-globe/

Tradução > Ananás

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agência de notícias anarquistas-ana

O lago escurece –
Os gritos dos patos
Levemente brancos.

Bashô