O Movimento Abolicionista Revolucionário (RAM) aponta o papel reacionário da “liderança” liberal dentro de uma estratégia de contra-insurgência que tenta cooptar a resistência de volta ao sistema dominante quando a pura brutalidade falha em esmagar a rebelião.
A insurreição anti-policial que começou em Minneapolis e se espalhou por todos os EUA forneceu um vislumbre do potencial revolucionário que pode ser desencadeado contra a fundação supremacista branca da sociedade estadunidense.
Nas semanas que se seguiram ao incêndio da terceira delegacia em Minneapolis, os meios de comunicação corporativos, instituições educacionais, políticos liberais e ativistas de organizações sem fins lucrativos tentaram sufocar a energia revolucionária das ruas. De certa forma isto é mais eficiente do que a repressão policial devido ao seu caráter traiçoeiro.
Depois da mídia e os políticos denunciarem militantes como “agitadores externos”, ativistas liberais foram promovidos como os “verdadeiros líderes” do movimento na imprensa dominante. Eles pregam a não-violência, a diminuição da intensidade e a participação no sistema eleitoral como solução para a violência policial. Políticos do Partido Democrático, que se envolveram em panos quentes, estão lutando para apaziguar os manifestantes com compromissos e reformas. Embora a ideia da abolição policial tenha sido popularizada, ela foi confundida com reforma na imprensa capitalista, ecoando apelos para simplesmente “desfinanciar” a polícia.
Eles promovem imagens de policiais e políticos se ajoelhando, enquanto liberais aplaudem, numa tentativa de esconder a insurgência negra que fez a polícia fugir da terceira delegacia como ratos de um navio que está para afundar e o Trump esconder-se, assustado pela sua vida, num bunker por debaixo da Casa Branca.
A polícia não existe no vácuo. São apenas executores de um sistema supremacista branco que desvaloriza, degrada e, em última análise, destrói vidas negras. Uma posição verdadeiramente abolicionista inclui não só a abolição da polícia, mas também a das prisões, tribunais, militares e políticos — todos os quais estão interligados. Para os abolicionistas revolucionários nos EUA, o inimigo não é apenas a polícia, mas também o capitalismo e o Estado como um todo. Os revolucionários também devem se opor firmemente aos liberais contra-revolucionários dos meios de comunicação social corporativos e das organizações sem fins lucrativos, que fazem o trabalho da polícia por eles enquanto fingem agir no interesse das negras e negros. Estas instituições, embora aparecendo como aliados na luta, são, na realidade, as instituições contra-insurgentes predominantes. Quando o espancamento não funciona, a ONG costuma funcionar.
De uma posição abolicionista, nenhum compromisso com a supremacia branca é possível, e qualquer reforma só fortalece a posição do inimigo. É este sistema — todo o aparelho — que devemos abolir. A abolição não é uma exigência, mas o resultado de uma ação coletiva. A queima de delegacias e veículos policiais são ações abolicionistas. As pessoas descobrirem o seu poder defendendo suas comunidades é um ato de abolição. Expulsar fisicamente a polícia é abolição.
Não permitiremos que a contra-insurgência liberal coopte e distorça o movimento para abolir a polícia e as prisões!
Tiremos toda a polícia das ruas! Nenhuma reforma pode abolir a supremacia branca!
Através da ação revolucionária, nós venceremos!
Tradução > Ananás
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!