É sempre uma dor dizer adeus para sempre a um ser humano que foi apreciado e que cumpriu sua vida com coragem.
No caso de Stuart Christie, acho que o que podemos ter em mente é que ele foi formado na Inglaterra numa época em que as ideias libertárias podiam ser confundidas com um liberalismo morno muito próximo do poder (Bertrand Russel) e que no fundo alguns estavam satisfeitos com o reconhecimento de um reformismo prudente e calmo.
Stuart veio com outros camaradas para quebrar essa aparente calma com sua participação no movimento antifranquista, com sua prisão nas masmorras espanholas, sua libertação graças a múltiplas pressões. Ele foi um exemplo de ativismo antifascista que não se deixa seduzir por atitudes dúbias de aparente simpatia por parte dos poderosos. Pelo contrário, a contra-espionagem britânica foi muito cruel para Stuart Christie por causa de suas denúncias e suas publicações sobre atividades fascistas internacionais.
Stuart não parou e continuou suas atividades editoriais publicando ele mesmo um estudo sério sobre a FAI. A coleção Christiebooks publicou numerosas obras sobre o anarquismo ibérico, como a excelente tradução e anotação dos três volumes de La CNT en la revolución española graças ao trabalho de Paul Sharkey e Chris Ealham. Ele lançou www.katesharpleylibrary.net que oferece uma gama muito ampla da vida do movimento libertário de língua inglesa.
Ele nos deixa em um momento em que seu país e o capitalismo em geral (privado ou estatal marxista-leninista ou religioso) está em crise e, portanto, a continuidade, a seriedade, a vontade, que foram os pilares da vida de Stuart, continuam sendo contribuições sólidas para a militância atual e futura. É um legado sincero e ativo, um reflexo de seu sentimento sempre ligado à realidade e à rejeição da exploração social em todas as áreas da vida.
Que a terra seja leve para você Stuart.
Frank Mintz
Tradução > Liberto
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