Editorial: A luta continua. Desconfinamento e volta dos protestos
O governo faz muito tempo que sucumbe em incoerências e falsidades. Todas as suas ações são mostra disso. O péssimo manejo da pandemia, sua negligência em cuidar da população, a importância que dão à economia, a repressão aos protestos sociais, o encarceramento de nossas companheiras e companheiros da revolta, a justiça patriarcal e nossas miseráveis condições de existência, dão mostra de que estamos submetidos às garras do capitalismo mundial, do Estado patriarcal e da mente podre dos que dizem que nos governam. Sebastián Piñera é só uma parte da totalidade e sua renúncia não resolveria de nenhuma maneira o problema de raiz. Desde o anarquismo e da organização territorial, sustentamos que é só através da ação direta que resolveremos nossos problemas, nossas necessidades e recuperaremos nossas vidas. A luta é de grande fôlego, e portanto, o plebiscito que virá em outubro não nos contenta nem nos tranquiliza. Consideramos que é fundamental projetar uma luta que vá mais além da aprovação ou o rechaço e que não se detenha até alcançar a completa destruição da autoridade que nos submete. Nesse sentido, não podemos esquecer os mutilados, os assassinados, as violações da FE (Forças Especiais) e FA (Forças Armadas), assim como tampouco podemos esquecer nossos companheires prisioneiros da revolta. Embora uma nova constituição possa garantir melhores condições em alguns aspectos de nossas vidas, de nenhuma maneira garantirá a liberação de nossos companheires, nem tampouco nos trará de volta os que morreram em todos estes meses de revolta.
O retorno às ruas é algo que se sente. Em diversos lugares do país se começa a levantar barricadas e retomar os enfrentamentos com a polícia. Isto o vemos claramente como um sintoma de descontentamento que o Covid-19 não conseguiu apaziguar. A fenda histórica e existencial aberta pela revolta de 18 de outubro é demasiado profunda para que os distúrbios se acalmem. Devemos nos manter firmes. A luta continua.
Este boletim número 2 da Assembleia Libertária Chuchunco contêm reflexões antiautoritárias, poesia, desenhos e muito carinho:
• Chuchunco, terra de bandidos?
• Do trabalho à cozinha: Trabalhos domésticos, quarentena e patriarcado
• Reflexões sobre a pandemia e a revolta (Parte 2)
• Poema Jaleo e Jaurías
• Ilustrações
Sinta-se livre de lê-lo, difundi-lo, criticá-lo, conversar e compartir. Nada pior que as palavras ficarem estancadas.
Assembleia Libertária Chuchunco
Valle del Mapocho [Est. Central, Santiago]
Primavera, 2020
>> Para ler-baixar, clique aqui:
https://lapeste.org/wp-content/uploads/2020/09/boletin_02_alch_web.pdf
Tradução > Sol de Abril
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Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!