Por uma luta contra colonial indígena

Temos vivido momentos muito difíceis porque nos deparamos com a verdade: Nosso excesso de eurocentrismos confrontando a necessidade de alimentar nossas raízes rememorando nossos ancestrais.

Diversos jovens indígenas caminham pelas ruas e se reconhecem como “pardos” perdidos em um “não lugar” vítimas do racismo étnico e vítimas também da repressão militar nas periferias.

Sem acesso a políticas e direitos humanos, caminham inconscientes de suas raízes, mas com um desejo de reparo, buscam tantas formas de religar: jongo, maracatu, capoeira as quintas feiras, fogueiras em terrenos baldios, centros espiritualistas, medicinas tradicionais indígenas, movimento anarcopunk são tantos os caminhos que essa juventude se arrisca a fazer porque sabe que têm pertencimento!

Alguns já entenderam que tudo que nos ocorre veio através das caravelas, porque tiveram muita vontade de acessar essas memórias, e seguem firmes apesar de tanto luto e orfandade.

Já outros por medo do racismo evitam falar que são indígenas, e por anos ocultaram ou ocultam a informação porque sempre viveram nas cidades estudando e trabalhando, ou porque apenas seus pais nasceram em reservas e só visitam as aldeias em festividades ou quando têm dinheiro pra isso, como se nascer em uma reserva fosse determinar alguma coisa, Companheiros! Quem criou reservas não fomos nós indígenas, mas sim o invasor!

Ambos entenderam inclusive sobre como os invasores aplicaram ideias destruidoras que nos dividem nos dando a falsa sensação de que precisamos deles para lutar, através de seus ideais e líderes pelo Estado ou pela religião.

Esse é o modo de operação da colonização, ocultar de você quem você é, e de onde vem a luta que te faz estar vivo hoje!

Te convidamos a olhar melhor suas raízes, chegou um tempo em que não podemos mais seguir assim nesse ritmo, nossa luta não sai do lugar porque precisamos buscar quem somos, não nos conhecemos o suficiente, nossas lutas estão paradas, ocultas silenciadas olhem pra Abya Yala: México, Bolívia, Chile, Argentina se levantando para lutar, construindo uma luta ancestral, se auto declarando e tornando mundos autônomos possíveis, e nós aqui, não sabemos nada sobre como nossos parentes sobreviveram para que nós estivéssemos vivos!

Esperando que o estado faça algo por nós! Não, não fará!

Saber quem somos faz parte da Descolonização e isso não tem preço ou barganha que pague!

Eu lhes pergunto: Porque a colonização roubou toda nossa memória ancestral?

Pergunte-se quantas vezes for necessário!

Autonomia Indígena Libertária – AIL

agência de notícias anarquistas-ana

Ao pôr-do-sol
O brilho humilde
Das folhas de capim.

Paulo Franchetti

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