Por R. Pérez Barredo | 21/10/2021
O Arco de Santa María acolhe desde amanhã a exposição ‘Rai Ferrer. Pasión por la imagen y la palabra’, uma homenagem ao grande desenhista, ilustrador e jornalista burgalês falecido em 2017
Rai Ferrer sempre foi um tipo lúcido. Às vezes, francamente lúcido. Era um filho do povo e um ácrata, um pessimista bem humorado. Um homem furiosamente livre que nasceu, cresceu e amadureceu em tempos sinistros nos quais a liberdade era um anseio longínquo. Mas tinha talento para o desenho. E domínio da palavra. E assim foi como se abriu caminho naquela Barcelona fascinante dos últimos sessenta e dos setenta com todas as honras. Nascido no povoado burgalês de Manciles, teve uma infância desgraçada e doente. Conheceu orfanatos e esteve a ponto de uma tuberculose leva-lo a esse lugar do qual já não se regressa. Mas instalado pela mão de sua mãe em Barcelona, aos 14 anos (14!) começou a trabalhar na Editorial Bruguera. Ainda era a década dos 50, XXV Ano Triunfal. Quase nada.
Falecido em Barcelona no ano de 2017, Rai Ferrer nunca perdeu de vista sua terra de origem, onde tem familiares. Agora regressa, como redivivo, pela mão do Instituto Municipal de Cultura, que inaugurará no Arco de Santa María, a partir do dia 22 de outubro e até 28 de novembro, a exposição ‘Rai Ferrer. Pasión por la imagen y la palabra’, mostra com curadoria de sua viúva, a jornalista e crítica de arte Marie-Claire Uberquoi.
A exposição permitirá fazer-se uma ideia cabal do talento de Rai Ferrer como desenhista, ilustrador, desenhista gráfico, historiador e jornalista, pioneiro de tantas coisas. “É a exposição mais completa sobre a trajetória de Rai Ferrer. Haverá mais de duzentos originais (cartazes, capas de livros, revistas, desenhos, fotomontagens, artigos) onde abordou suas grandes paixões (também poderá contemplar-se um retrato da grande artista burgalesa Marta Tapia, com quem unia a Rai muito carinho). Porque Rai foi um apaixonado de muitos âmbitos da cultura. Tinha paixão pelo cinema, paixão pela história, paixão pela novela popular – a policial e a de aventuras -, paixão pelo jornalismo, pela ilustração…”, explica a este jornal, Uberquoi.
Não em vão, ao longo de sua extensa trajetória, o burgalês trabalhou nas prestigiosas e essenciais editoras Bruguera e Marco; foi diretor artístico do semanário ‘Strong’ (que publicou as HQs Lucky Luke, Los Pitufos ou Gastón el Gafe, entre outros) e do departamento juvenil da editoria Argos.
Também, foi cofundador do coletivo Onomatopeya (que ao cabo se converteria em sua assinatura como pseudônimo) e publicou infinidades de trabalhos em publicações míticas como ‘El viejo topo’, ‘Por favor’, ‘Fotogramas’ ou ‘El Papus’, onde exerceu como escritor e desenhista. Representante da Transição, também deixou sua marca em ‘Diario 16’, ‘Interviú’, ‘El Periódico’ e ‘Mundo Diario’, e realizou centenas de capas de novelas de todo tipo: policiais, românticas, de aventuras… Comprometido até os ossos, sempre de inspiração anarquista, escreveu e desenhou a biografia gráfico-literária de Durruti; um de seus últimos trabalhos foi o monumental livro gráfico-literário Viento del pueblo. Centenário da CNT.
No catálogo desta exposição há textos da própria Marie-Claire Uberquoi, mas também de Juan Manuel Bonet, Miguel Agustí, Mario Gas e Joan Ignasí Ortuño, e inclui um poema de Rai Ferrer.
Tradução > Sol de Abril
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o cabelo das velas
que apaga
Carlos Seabra
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...