[Grécia] Intervenção com spray na casa do arquiteto Balidi que se envolveu no processo de leilão das terras da Vio.Me | OPTH

Em Agosto de 2011 a Industrial Mining (Vio.Me.), subsidiária da Philkeram Johnson e propriedade da família Philippou, foi embolsada pela sua empresa-mãe com um empréstimo de 1,9 milhões de euros, numa tentativa da Philkeram Johnson de apresentar um passivo fictício, equilibrando assim o balanço negativo da empresa com esta combinação. Quem pagou pela referida combinação? Claro, os trabalhadores que permaneceram sem receber.

Após 18 meses de paralisação, em vez de resignação e fatalismo, os trabalhadores da Vio.Me. através de processos horizontais decidiram fazer algo que parecia impossível para muitos: assumir a fábrica e trabalhar nela eles mesmos! Em sua assembleia geral, o sindicato Vio.Me., portanto, decidiu pela autogestão, passando a ocupar a fábrica. Contra todas as probabilidades, Vio.Me. opera sem patrões, com autogestão da produção e com os próprios trabalhadores co-decidindo diretamente e democraticamente sobre tudo o que diz respeito ao seu funcionamento até hoje. Eles provam assim a alguns de nós, e aos outros trabalhadores que todos os dias “curvamos a cabeça” porque “não há outro caminho”, que talvez o impossível possa tornar-se realidade, se assim o decidirmos.

Os ataques do Estado foram muitos ao longo dos anos, mas a Vio.Me. e o mundo solidário que o apoiou, não deixaram que se extinguisse o raio de esperança que é o exemplo da fábrica autogestionária. Em 25/10/2018, o processo de tentativa de leilão de todo o terreno da fábrica e não apenas da seção de Philkeram Johnson conforme proposto pelos trabalhadores da Vio.Me. foi reiniciado nos tribunais de Tessalônica. Por fim, em 02/01/2023 a propriedade industrial de “Philkeram Johnson” na qual a Vio.Me. está localizada passou por leilão eletrônico (estabelecido durante o governo “esquerdista” do SY.RIZ.A.) para um investidor ainda desconhecido, cuja identidade será conhecida quando o processo de transferência da propriedade for concluído. Coordenados, sob a identificação de seus interesses, Estado e patrões querem acabar com o empreendimento de autogestão trabalhista da Vio.Me. e empurrar seus trabalhadores para a pobreza e o desemprego.

Hoje, a Vio.Me. enfrenta o maior risco desde o primeiro momento de sua operação. Hoje, a Vio.Me. precisa de solidariedade mais do que nunca.

Para nós, Vio.Me. é um exemplo libertário de auto-organização de classe e autogestão da produção. É a prova prática de que nós, trabalhadores, podemos produzir, suprir nossas necessidades, viver SEM PATRÔES. É POSSÍVEL o que nos parece impossível, quando sussurramos nos corredores de nossos locais de trabalho, indignados com nosso patrão que nos escraviza 8, 9 ou 10 horas por dia por um salário que não chega dá nem para cobrir nossas necessidades básicas. “E o que devemos fazer?”, “Há um desemprego enorme”, “Temos sorte de ter este trabalho também”, “É problema dele, ele faz o que quiser”. Temos de parar de aceitar nossa derrota. Resistir à constante desvalorização de nossas vidas. A Autogestão é possível. Compreender os meios de produção é possível. Viver sem patrões é possível. Pedir o apoio de outros trabalhadores e tê-lo é possível. E quem sabe, talvez se fizermos isso finalmente conseguiremos falar de uma vida sem patrões, sem Estado, sem guerras, sem injustiça, sem pobreza, sem miséria. Porque talvez então veremos que os patrões, o Estado e seus lacaios não são necessários em lugar nenhum.

Os trabalhadores da Vio.Me. entendem que a dignidade não é dada a você por ninguém. Você a reivindica e a conquista. Nossas lutas implacáveis podem ser vitoriosas. Estamos ao lado dos trabalhadores da Vio.Me., tendo como arma a solidariedade de classe, sempre com os olhos postos no caminho contínuo da revolução social. Sempre mantendo nossos olhos na perspectiva de uma sociedade autogestionada.

Porque toda tempestade começa com uma gota e devemos tentar, na escuridão dos tempos, ser essa gota.

Na noite de quarta-feira, 05/04, realizamos uma intervenção com spray na casa de um dos dois técnicos-arquitetos que participaram ativamente do processo de leilão do terreno onde está instalada a fábrica auto-organizada da Vio.Me.

DAS FÁBRICAS AOS TRABALHADORES

POLICIAIS, JUÍZES OUÇAM:

VIO.ME. VAI FICAR NAS MÃOS DOS TRABALHADORES

CONTRA-ATAQUE SOCIAL E DE CLASSE CONTRA O ESTADO E O CAPITAL

LUTA EM DEFESA DA VIO.ME:

SÁBADO, 8 DE ABRIL, 12H00, KAMARA, TESSALÔNICA

Iniciativa Libertária de Tessalônica

lib_thess@hotmail.com

libertasalonica.wordpress.com

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agência de notícias anarquistas-ana

Parou de chover:
No ar lavado, as árvores
Parecem mais verdes.

Paulo Franchetti