[Holanda] Onda de despejos em Amsterdã

Na terça-feira, 22 de março, a cidade de Amsterdã assistiu a uma grande onda de despejos.

Foi a primeira grande série de despejos, após a nova lei anti-ocupação na Holanda. A antiga atitude tolerante em relação à ocupação ilegal na Holanda foi substituída por uma abordagem de tolerância zero para aquele que tome o direito à moradia com suas próprias mãos.

Em vez de desalojar as casas ocupadas, uma por uma, a polícia de Amsterdã tem a tradição de desocupar por meio de “ondas de remoção”. Uma onda de despejos geralmente conta com um grande número de brigadas antidistúrbios, equipamentos especializados para quebrar portas e barricadas, cães policiais, caminhões de água blindados e, ás vezes, um helicóptero. Desta vez o circo de sempre foi acompanhado ainda pela polícia militar.

Começando no início da manhã, a polícia atravessou a cidade e expulsou um número de ocupações previamente avisadas. Em vez de se concentrar na defesa dos espaços a serem desalojados, desta vez foi feita uma chamada para ações descentralizadas e autônomas.

A noite anterior à evacuação foi caótica. Apesar de estarem presentes nas ruas de forma massiva durante toda a noite antes da onda de despejos, indivíduos atacaram e destruíram diversos objetivos do Estado e empresariais. Um carro da polícia foi incendiado, os bancos foram atacados e os caixas automáticos destruídos. Além disso, um carro pertencente a uma grande corporação habitacional foi reduzido a cinzas. Pichações okupas e antiautoritárias foram pintadas por toda a cidade.

Seis prisões foram feitas durante a noite. Uma pessoa foi detida quando se recusou a deixar o prédio ocupado e se manteve lá dentro.

Dez casas foram evacuadas após um dia de atividade policial. Os custos de uma onda de despejos são estimados em 700.000 €.

A ocupação em Amsterdã continuará e todos sabem disso.