[São Paulo-SP] No próximo dia 17 o CCS recebe lançamento do opúsculo “Fascismo: definição e história, Luce Fabbri”

O Centro de Cultura Social (CCS) recebe no dia 17 de agosto, sábado, às 16h30 o lançamento do opúsculo Fascismo: definição e história da anarquista ítalo-uruguaia Luce Fabbri (1908 – 2000). Escrito em 1963, quando Luce tinha 55 anos e quase 30 anos depois do seu livro mais famoso (Camisas Negras), Fascismo: definição e história é um suporte condensado de reflexões antifascistas. A publicação de 36 páginas foi traduzida, comentada e revisada e conta com participação de uma equipe composta por pessoas de países do Cone Sul. A edição da obra é da Tenda de Livros, microutopías e Publication Studio.

O momento atual exige estudar a obra de Luce Fabbri, que tem muito a nos ensinar sobre cotidianidade e resistência.  O texto da autora fomenta o debate e a reflexão a partir de uma história atravessada pela vivência pessoal, em que o testemunho de uma mulher antifascista nos faz compreender uma época e também as repetições históricas e cíclicas do capitalismo.

Lançado em julho no Uruguai, a atividade no CCS/ São Paulo será a primeira no Brasil, na programação haverá leitura e bate-papo. A primeira atividade será a leitura de trechos do texto de Luce Fabbri, conduzida pela atriz Cibele Troyano. Depois haverá bate-papo com comentadores que assinam textos (Elena Schembri, Margareth Rago e Thiago Lemos), editores (Darío Marroche e Fernanda Grigolin) e a designer (Laura Daviña).

Luce Fabbri nasceu em Roma em 1908, mas foi em Bolonha que viveu sua juventude. Lá conheceu o movimento anarquista operário e sua luta pela emancipação; e, na mesma cidade, também presenciou as ações violentas e inescrupulosas das milícias italianas: os camisas negras.

A ideia dos editores é que sejam realizadas leituras públicas, bem como debates coletivos sobre e com a publicação. Abaixo um trecho do livro, esperamos vocês no Centro de Cultural Social para um grande encontro.

Para capturar as características diferenciais do fascismo, dentro desse processo desencadeado pela fome de poder que leva ao totalitarismo, temos que pesquisá-lo em sua primeira fase, durante a qual se cria um estilo facilmente reconhecível, repetido de maneira análoga (falangismo, o stalinismo, o peronismo, OAS, macarthismo, Ku Klux Klan, surtos nazistoides e de antissemitismo etc.): essas condições definitórias são todas derivadas de seu impulso conservador, contrarrevolucionário diante de uma revolução iminente. Crueldade, adoração ao super-homem, desprezo pelo homem e sua liberdade (e o desprezo é, nesse caso, como o ódio que o acompanha, pobre disfarce do medo), o horror como arma; todos são o fruto e o sintoma de uma atitude desesperada de agarrar-se a um pedestal que se desmancha em ruínas. São grupos sociais que já gastaram os ideais que os levaram ao poder e se encontram exaustos espiritual e fisicamente, assim como todos os setores da população que ocuparam posições de liderança, política ou econômica, por muitas gerações e agora, oprimidos pelo pânico do colapso, encontram-se vazios de recursos que não sejam os da força bestial“. Luce Fabbri (Fascismo: definição e história)

Centro de Cultura Social (CCS)
Rua General Jardim, 253, sala 22, 2º andar,
Centro, Vila Buarque, São Paulo (SP)
Próximo à Estação Metrô República

FB: https://www.facebook.com/events/2363593217068219/

agência de notícias anarquistas-ana

Madrugada fria.
A lua no fim da rua
vê nascer o dia.

Ronaldo Bomfim