[Grécia] Vídeo | Eles despejaram uma okupação, mas não esperavam 2.000 pessoas protestando no mesmo dia

Após a batida policial e despejo da okupação de 16 anos Terra Incognita em Tesssalônica, Grécia, em 17 de agosto de 2020, a invasão policial na okupação Libertatia em Tessalônica em 23 de agosto de 2020 e a prisão de 12 pessoas que reconstruíram o telhado que foi queimado por fascistas durante um ataque, outra invasão foi feita no sábado, 5 de setembro de 2020, desta vez em Chania, ilha de Creta, onde a okupação Rosa Nera se manteve firme desde 2004 .

Poucas horas depois, após a invasão da polícia, centenas de pessoas marcharam em solidariedade através da pequena cidade da ilha grega no período da tarde e realizaram uma reunião pública à noite para decidir os próximos passos da resistência. Mas esse não era o fim. A assembleia pública decidiu por outro protesto pelo centro de Chania na mesma noite, onde para além das expectativas do governo grego e da polícia mais de 2.000 pessoas participaram em uma pequena cidade de aproximadamente 55.000 habitantes, marchando em solidariedade à ocupação Rosa Nera.

A participação em massa nos protestos e assembleias é um claro sinal da abertura e interconexão da okupação para com a sociedade e a reação do povo aos planos de transformar este edifício histórico em um hotel de propriedade de uma empresa israelense.

Durante os últimos anos, todos os governos gregos realizaram várias campanhas de eliminação dos espaços autogeridos. O que eles querem é que as pessoas se encontrem apenas nos cafés, nos bares e nos shoppings como consumidores e clientes. Consequentemente, a ofensiva que Rosa Nera enfrenta em Chania não é fortuita. O edifício Rosa Nera pertence à Escola Politécnica de Chania, e durante 16 anos foi um local de luta e cultura emblemática, atendendo também às necessidades de alojamento. Nas suas instalações, as incansáveis pessoas ​​que trabalharam arduamente para dar vida ao edifício criaram um teatro, uma biblioteca e sala de leitura, um espaço para apresentações (de criações artísticas), um parque infantil, uma oficina de construção, um bazar gratuito de presentes e uma cozinha comunitária para a produção de pão.

Nestes 16 anos foram organizados centenas de eventos, shows, apresentações, debates, workshops, festas, cafés em apoio a coletivos e ações. Todos tiveram um caráter anti-comercial contrário aos planos do governo e da Universidade de Creta de transformar o prédio okupado em um hotel, para que somente aqueles com os bolsos cheios de dinheiro possam desfrutar da bela vista do morro Kasteli, onde a okupação fica localizada. Para transformar algo que é gratuito e acessível a todos na cidade, em uma área restrita para poucos que estão dispostos a pagar para desfrutar. A okupação Rosa Nera manteve e garantiu intacta a gratuidade para todas iniciativas locais. E é por isso que você vê tantas pessoas nas ruas protestando contra o despejo.

>> Veja o vídeo (01:47) aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=41a2DyJayzY&fbclid=IwAR3xMW2OzUdiBJuZy88FhhHf4gJ6PqzDBkImg6uSGdZxy3w2wTGqHEIXytw

Tradução > A. Padalecki

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