Instituto de Estudos Libertários > Fale sobre Cibele Troyano.
Cibele Troyano < Em primeiro lugar, muito obrigada pelo convite de fazer essa entrevista.
Bem, Cibele Troyano hoje é uma mulher de 65 anos, mãe de dois filhos, que estudou Ciências Sociais na PUC de São Paulo nos anos 1970, período em que começou também a fazer teatro. Anarquista de todo coração.
IEL > Como o teatro entrou na sua vida e você na dele?
Cibele < Desde muito pequena eu sentia muito prazer em cantar, declamar poesias e me apresentar em público. Lá pelos 13 ou 14 anos (isso em 1968-69), eu tive uma professora de Inglês que adorava teatro e nos levava para ver o que havia de mais importante na época: O Auto da Compadecida, Roda Viva, Morte e Vida Severina… Quando eu assisti “Morte e Vida” no teatro de Arena, fiquei tão emocionada que pensei: – É isso que eu quero fazer: Teatro!
Já no ensino médio, eu e uma colega fomos conversar com o diretor da escola para criarmos um grupo de teatro. Ele ficou muito feliz e convidou o filho do tesoureiro para coordenar o grupo. Era o Carlos Alberto Riccelli, que estava dando os primeiros passos na carreira artística. Mas nossa alegria durou pouco. O diretor descobriu que estávamos estudando o Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles e disse que o texto era subversivo e que o grupo não poderia continuar. Foi muito triste. Sentimos na carne a força embrutecedora da censura.
Depois, em 1973 eu entrei na PUC e lá havia um grupo universitário chamado TESE. Participei do grupo durante um ano, mas não montamos nenhuma peça. Fiquei bem frustrada com isso e passei a frequentar um grupo que se formava na Escola de Comunicações e Artes da USP. Com esse grupo, que se chamava Cena Livre, nós montamos um espetáculo com textos do dramaturgo Bertold Brecht e apresentamos em vários espaços da cidade. Misturávamos a atividade teatral com ação política. Depois de algum tempo nós nos profissionalizamos e passamos a integrar o que se costuma chamar de “classe teatral”. E desde então eu tenho participado de diversos grupos e espetáculos.
IEL > É possível um teatro que não seja libertário?
Cibele <Vou responder com as mesmas palavras que o pintor anarquista Camille Pissaro (1830-1903) disse para alguém que lhe perguntou se toda arte era anarquista:
-“Se for boa, é anarquista.”
>> Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui:
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!