[Itália] Última operação repressiva contra anarquistas

A DIGOS (polícia política) e a promotoria pública de Turim impuseram medidas de controle a 19 companheiros e companheiras no âmbito da operação “Cidade” em relação aos incidentes ocorridos em uma manifestação de apoio ao prisioneiro anarquista Alfredo Cospito realizada em 4 de março de 2023 em Turim (3 prisões domiciliares, 7 pessoas sob toque de recolher e obrigadas a se apresentar diariamente e 8 outras obrigadas a se apresentar diariamente). Nessa operação, 75 pessoas de toda a Itália foram acusadas. A polícia está acusando-as de desordem pública e ataques contra a autoridade.

Essa operação é mais uma das operações lançadas nos últimos meses por promotores e policiais em toda a Itália para paralisar o movimento de solidariedade anarquista. Centenas de anarquistas foram submetidos a medidas rigorosas de controle e restrição de movimento: prisão domiciliar, toque de recolher, proibição de sair de sua cidade ou região, retirada de passaporte, obrigação de assinar na delegacia de polícia, liberdade condicional… Sem mencionar o custo econômico de preparar a defesa jurídica e os custos pessoais dessas medidas: impossibilidade de desenvolver a vida e relações diárias normais, estresse, perda de emprego, etc.

Agora, mais do que nunca, vamos fortalecer a solidariedade e a cumplicidade internacionais!

Estejamos lado a lado com aqueles e aquelas que lutam!

A n a r q u i s t a s

22 de abril de 2024.

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agência de notícias anarquistas-ana

Apenas um pássaro
Companheiro do caminho
Pelo campo seco.

Senna

[Reino Unido] Lançamento: A “boa guerra” dos anarquistas imigrantes italianos nos Estados Unidos 1914-1920

Nos Estados Unidos, entre 1914 e 1920, foi desencadeada a maior ofensiva revolucionária armada do século XX contra as instituições governamentais, judiciais, industriais e financeiras do país capitalista mais importante do planeta. Essas ações diretas não foram obra das facções militantes de um partido político ou de um movimento de massa mais ou menos radical, mas de um punhado de anarquistas que haviam emigrado da Itália no início do século. Foi desse contexto que surgiram Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, tristemente famosos por sua execução na cadeira elétrica em 1927.

O mau exemplo para a posteridade é por que as ações diretas desses imigrantes subversivos caíram nas mãos daqueles que têm todo interesse em pacificá-las, escondê-las e difamá-las. Mas contra todo realismo político, esses anarquistas, apesar de seu número limitado, atacaram toda autoridade. Contra todas as probabilidades, eles se recusaram a se resignar aos seus recursos limitados e lutaram obstinadamente para superá-los. Contra todo idealismo ilusório, eles não hesitaram em recorrer à violência. Contra todas as concessões estratégicas, eles nunca desistiram de seus sonhos. Contra todos os clichês, nunca colocaram a liberdade individual contra a necessidade de associação. Aqui foi forjada uma ética genuína de vida a partir do amor pela liberdade e do ódio ao poder, desafiando qualquer ideologia política. Foi aqui que a faísca foi acesa entre sonhos e realidade, amor e revolta, beijos e dinamite, rosas e barricadas, que caracterizaram a “boa guerra” desses anarquistas italianos.

Uma história que não conhece autoridade nem obediência.

Edições Roofdruk/Compass, janeiro de 2024, 336 páginas // 12 euros

O livro está disponível em: rupture.noblogs.org

Tradução > fernanda k.

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No bosque encantado
Um filhote de coruja
Passeia tranquilo.

Camille Cristina Ostoulk

[França] Jogos Olímpicos: a conta dispara

Faltando apenas alguns meses para o início dos Jogos Olímpicos, a conta está se aproximando dos 9 bilhões de euros e provavelmente ultrapassará os 10 bilhões de euros. Inicialmente, o orçamento era de 3,8 bilhões de euros. Portanto, o orçamento projetado mais do que dobrou. E dentro desse orçamento colossal, pelo menos 5 bilhões de euros de dinheiro público.

Entre os exemplos de gastos faraônicos, uma piscina superfaturada em Saint-Denis, planejada para as Olimpíadas, ficará inutilizada. Originalmente estimada em 68 milhões de euros, a piscina construída pela multinacional Bouygues teve seu preço aumentado massivamente: 174 milhões. Um aumento de 300%, e quem paga é o Estado. Exceto pelo fato de que ela foi considerada pequena demais para a federação de natação. Portanto, os eventos de natação em reta não serão realizados lá, mas em um estádio de rúgbi convertido em uma piscina.

O custo de 10 bilhões de euros das Olimpíadas é exatamente o que a reforma previdenciária deveria “economizar”. Em outras palavras, apenas as duas semanas dos Jogos Olímpicos representam o roubo de anos de vida de dezenas de milhões de funcionários!

E ao mesmo tempo, o governo suprime também bilhões para os serviços públicos essenciais. Em fevereiro, o Ministro da Economia anunciou o corte de 10 bilhões de euros do orçamento. Exatamente 8 mil postos de trabalho a menos no ensino, 7,5 mil na pesquisa, 2 bilhões de euros cortados do ministério da ecologia, 400 postos de trabalho suprimidos da diplomacia e centenas de milhões de euros a menos para os Ministérios da Saúde e da Solidariedade…

Se ao menos os Jogos Olímpicos beneficiassem a população. Mas não: os ingressos são inacessíveis para a grande maioria das pessoas, será apenas um festival de policiamento totalitário. Pior ainda, essa prodigalidade de gastos provavelmente resultará em um fiasco monumental, dado o despreparo, o mau gosto e a incompetência dos gestores da Nação start-up que estão a preparar as Olimpíadas. Os Mozarts das finanças definitivamente gastam o dinheiro público com sabedoria…

Fonte: https://contre-attaque.net/2024/04/15/jeux-olympiques-la-facture-senvole/

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Luz crepuscular
Um último arco-íris
Na ponta do pinheiro

Teruko Oda

[Itália] Contra o G7 energia e meio ambiente. ENI: sangue, petróleo, guerra.

Neste ano o G7, a rede que une os setes países mais industrializados, é presidida pelo governo italiano. A cimeira final, da qual participarão os chefes de Estado, ocorrerá em Bari em junho. De 28 a 30 de abril, o vértice dedicado à energia e ao meio ambiente se realizará no palácio da Reggia di Venaria.

A escolha de juntar estas duas temáticas, fazendo convergir para Venaria os ministros e os seus sherpas [no G-20, G-7, etc, os sherpas são os líderes de cada país que encaminham as discussões e acordos até a cúpula final com chefes de Estado e de Governo], é por si só um indicativo da vontade de considerar a tutela do meio ambiente como uma variável dependente das orientações das matérias de energia, numa clara relação de hierarquia. Se pensarmos que a última COP, dedicada à catástrofe climática em curso, ocorreu no Catar, um país que boia em um mar de gás e petróleo, e a próxima será de 11 a 22 de novembro no Azerbaijão, que deve a própria sorte ao fato de ser um hub energético baseado principalmente nas fontes fósseis, compreende-se bem que a lógica do lucro prevalece sobre qualquer outro, sempre ambíguo, projeto de transição ecológica.

A transição ecológica deve ser um bom negócio: enquanto não o for, as fontes fósseis continuarão a ser a escolha privilegiada pelos governos e pelas multinacionais energéticas. A campanha de Plenitude é martelante. Spots, outdoors, banners, eventos, inserções publicitárias, mostram cenários de “descarbonização”, “economia circular”, “sustentabilidade”. Em 2019, o administrador, delegado Claudio Descalzi, falou de uma “chamada coletiva à ação”, de assumir “grandes responsabilidades” frente à “necessidade de intervir ativamente para contrastar as mudanças climáticas”.

Conversa furada e fumaça nos olhos.

Neste ano, ENI disse claro e em bom tom que as renováveis custam muito e rendem pouco, portanto, a Entidade Nacional Hidrocarbonetos continuará a investir em modo maciço em gás e petróleo. De 2019 até hoje, graças a uma série de compras, ENI tornou-se “a segunda maior companhia E&P – exploração e produção – na Noruega, com reservas e recursos totais da ordem de cerca 1,9 bilhão de barris de petróleo”. Nas águas profundas da bacia de “Kutel”, na Indonésia, ENI assumiu a concessão do bloco de exploração de West Ganal, com 1,7 bilhão de metros cúbicos de gás da jazida “descoberta” em Maha.

A exploração das jazidas de gás egípcio alcançou níveis recorde. Estes são alguns exemplos. Em 15 de março deste ano apresentou o seu Capital markets update 2024-2027 com o qual o cão com seis patas [símbolo da ENI] traça o seu plano de desenvolvimento industrial para os próximos anos. O elemento central permanece, a exploração e produção de combustíveis fósseis: a ENI ao invés de desacelerar, acelera. “A produção Upstream tem previsão de crescimento a uma taxa média anual de 3-4% até 2027”. Esta escolha, em evidente contraste com aquilo que foi declarado em 2021, levará a um aumento significativo das emissões climaticidas.

Segundo Greepeace Italia, ReCommon e Reclaim Finance, que realizaram uma análise da estratégia climática do Cão com seis patas, até 2027 “ENI prevê aumentar a produção de petróleo e gás e mantê-la constante até 2030. Fazendo assim, a sua produção será 71% superior ao cenário de emissões brutas zero”. Permanecem marginais as atividades com energia limpa: “Para cada euro investido pela ENI em combustíveis fósseis, menos de sete centavos foram investidos em energias renováveis sustentáveis”.

Outra constante é a estreita interconexão entre as numerosas missões militares italianas na África (mas não somente) e os interesses da ENI.

Missões militares no exterior entre gás, petróleo e urânio

A diplomacia em armas do governo para garantir os lucros da multinacional petrolífera vão da Líbia ao Sahel ao Golfo da Guiné. Estas áreas têm uma importância estratégica para os interesses da ENI, porque é onde se encontram os maiores produtores africanos de gás e petróleo. O objetivo é a proteção das plataformas offshore e das implantações de extração.

A ENI representa hoje a ponta de diamante do colonialismo italiano na África.

A bandeira do cão com seis patas da ENI tremula ao lado daquela tricolor nos lugares onde a desertificação e a predação dos recursos maceram as vidas de tantos lugares de quem lá vive.

À guerra neocolonial pelo controle dos recursos energéticos acompanha a ofensiva contra as pessoas em viagem, para caçar os migrantes nas barcaças líbias, onde torturas, estupros e homicídios são fatos normais. As migrações em direção aos países ricos são fruto da feroz política predatória neocolonial.

Niger. A nova fronteira do colonialismo made in Italy

Setenta milhões de euros. É a cifra estipulada em julho de 2022 pela União Europeia para suportar o exército do Niger. Dinheiro que Bruxelas tem dificuldade para gerir desde que, em fim de julho de 2023, em Niamey, os militares guiados pelo general Abdourahamane Tchiani depuseram o presidente Mohamed Bazoum.

Alguns dos estados-membros da União, de maior peso, tem posições divergentes sobre o argumento. França e Alemanha, por exemplo, forçam para retirar os fundos e destiná-los a outros estados da África ocidental. A Itália, ao contrário, defende a manutenção de um diálogo com Niamey para encontrar um compromisso com a junta militar no poder, o autoproclamado Conselho nacional para a salvaguarda da pátria.

Os 70 milhões de euros ordenados pela UE para equipar as forças armadas nigerinas são de fato geridos pela União das Agências das Indústrias de Defesa (AID), entidade controlada pelo Ministério da Defesa italiano. Uma boa poupança para manter a própria presença militar no Niger, depois da retirada dos franceses e, mais recentemente, dos estadunidenses, que foram intimados a abandonarem a base por drones de Agadez. No ínterim, no país subsaariano, para além do tom de revanche anticolonial adotado pelos novos senhores de Niamey, apareceram e se inseriram novos atores, a China e, desde 11 de abril, os russos do Africa Corps (ex Wagner), que mesmo não sendo tropas regulares, seriam dependentes do Estado, não mercenários privados.

A Itália mantém boas relações com os golpistas no governo e entende que possa permanecer no país, onde há dois anos têm uma base própria. O governo Meloni declarou que os militares italianos retomarão o adestramento das tropas nigerinas.

O contingente militar tricolor é uma peça fundamental na externalização da guerra aos migrantes e, não secundariamente, para o controle dos recursos de urânio do país. O urânio está na base do combustível para as centrais nucleares e para as bombas atômicas.

Na Itália a propaganda a favor da energia nuclear, agora levada pela Cop como fonte equiparável às renováveis, é sempre mais martelante.

Entre urânio, migrantes e redefinições dos equilíbrios e das áreas de influência o imperialismo italiano procurar cavar seu próprio espaço.

O gás azeri, a questão armênia, as armas de Leonardo [indústria bélica italiana].

A república de Artsakh, um enclave em território azeri, constituída entre 1992 e 1994, não existe mais: em setembro de 2023, depois de uma no de assédio, foi ocupada pelas tropas azeris com uma operação de limpeza étnica que levou à expulsão de mais de 100 mil armênios. Poucos meses antes, Leonardo com o beneplácito do ministro da Defesa Crosetto havia fornecido aviões e mísseis que foram empregados na guerra em Artsakh por militares treinados em nosso país.

A abertura em direção ao regime de Baku da parte de toda a União Europeia tem uma razão precisa: o gás azeri, que tem substituído boa parte daquele russo no fornecimento para a Europa.

Em 2023 as importações de gás russo na Europa caíram: de 42%, em 2021, para 14%.

Por esta razão ninguém moveu um dedo pela população armênia obrigada a fugir e é provável que se o Azerbaijão devesse atacar e anexar o sul da Armênia, como promete faz tempo, o cenário não se modificaria. E para quem tem justamente denunciado a ditadura de Putin e os seus métodos sujos e brutais, precisaria recordar que Ilham Aliyev comporta-se com uma elegância similar ao seu homólogo de Moscou.

A conexão entre escolhas energéticas, interesses da ENI e guerra com armas made in Italy, são absolutamente transparentes.

De 28 a 30 de abril na Reggia de Venaria, 7 dos principais responsáveis pelas guerras, poluição, exploração, catástrofe climática, se sentarão em uma mesa para colocar em cena um espetáculo que misturará declarações pomposas sobre o planeta, com a falação sobre o desenvolvimento e o bem-estar, que, ainda uma vez estarão ligadas ao aumento infinito da produção.

Opormo-nos à guerra, à lógica do lucro, é uma das chaves para desacelerar a catástrofe ambiental em curso.

Pará-los é possível. Pará-los é necessário.

Desde nossa casa.

Lutemos contra o neocolonialismo tricolor, boicotando a ENI e as fábricas de armas, impeçamos o retorno da energia nuclear, bloqueamos as missões militares no exterior.

Domingo 28 de abril

14 horas

Parque Galileo Galilei em Venaria (TO)

seção antimilitarista

contra o G7 energia e meio ambiente

contra o ENI, a lógica extrativista, as missões militares neocoloniais da Itália

Assembleia Antimilitarista de Turim 

Fonte: https://www.anarresinfo.org/no-al-g7-energia-ed-ambiente-eni-sangue-petrolio-guerra/

Tradução > Carlo Romani

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No Templo Horyuji
O perfume das orquídeas
Parece moderno.

Kyoshi

[Chile] Contra a miséria neoliberal | Necessária é a juventude combativa

A juventude combativa não surge por acaso, mas é a resposta direta a um sistema capitalista que gera várias misérias e cujas consequências terríveis são tangíveis.

É contra a pobreza e em um contexto de ditadura que Erick Rodriguez e Ivan Palacios (moradores de Poblacion Simon Bolivar) começaram sua luta, pois, como tantos outros, perceberam que a única saída ante a precariedade é a luta e a organização e que a única resposta à repressão exercida pela ordem burguesa para sustentar seus privilégios é a violência revolucionária e a autodefesa popular com todas as suas formas e métodos conhecidos.

Erick e Ivan nessa luta sofrem com os ataques da inteligência do Estado que através da infiltração suja acaba com seus corpos de forma covarde, mas o que temos que destacar aqui são lições e acima de tudo a reivindicação desses jovens que viveram uma vida curta, mas determinada de combate revolucionário com as consequências naturais.

Os combatentes são homenageados com lutas constantes nas ruas e não com uma postura vitimista.

Seus assassinos ficaram impunes em sua tarefa repugnante de aniquilar a subversão para que os novos administradores do capital pudessem ser instalados nas cadeiras do poder. Concertacionistas, direitistas e social-democratas desfilaram durante essas últimas três décadas limitando-se a desviar os recursos do país e a defender a ordem que lhes dá impunidade para saquear o povo. Esse contexto de choque e baixíssima mobilização social lhes convém perfeitamente, mas aqui continuamos a levantar as bandeiras negras da rebeldia porque vivemos para lutar.

Luta combativa e organização revolucionária por Erick e Ivan e, acima de tudo, pelo nosso desejo de mudar tudo para que tudo realmente melhore para que nossa classe possa viver com dignidade.

18 DE ABRIL, CONTRA A MISÉRIA NEOLIBERAL!

NECESSÁRIA É A JUVENTUDE COMBATIVA!!!

Grupo de Propaganda Revolucionária – La Ruptura

agência de notícias anarquistas-ana

De ponta-cabeça,
O rouxinol entoa
As primeiras notas.

Takarai Kikaku

Entrevista com a ERA, organização anarquista iraniana e afegã

Por Centro de Cultura Libertária da Amazônia – CCLA | 23/04/2024

Hoje, damos continuação à nossa série de entrevistas de caráter internacional com organizações, coletivos ou indivíduos isolados que desempenham um papel no desenvolvimento político, social das nossas ideias.

A companheirada do Irã e do Afeganistão, com a organização anarquista ERA, atua num contexto nacional complexo e hostil. Por esse motivo, quisemos dar voz a essas companheiras e esses companheiros e que essa voz seja ouvida em ampla escala, pois se a gente considera habitualmente ser difícil a prática do anarquismo no período atual, existem contextos em que a atuação se torna claramente um ato de muita coragem.

Portanto, agradecemos muito a essas pessoas por ter respondido às nossas perguntas com tamanha boa vontade e disponibilidade, sabendo que toda troca de mensagem pode ser perigosa e equivaler a penas pesadas de prisão… ou pior.

CCLA: Quais são os principais campos de luta que vocês já desenvolveram e os que planejam desenvolver em um futuro próximo?

Era: Nosso núcleo inicial foi formado fora do Irã em 15 de dezembro de 2009. E em 2018, formamos a União dos Anarquistas do Afeganistão e do Irã. E depois disso, formamos a Federação Anarquista Era. Nós (Federação e outros anarquistas), como todos os anarquistas do mundo, temos uma presença prática ou intelectual em todos os movimentos (de mulheres, trabalhistas, estudantis, ambientais, de proteção animal, etc.) no Irã e no Afeganistão e, naturalmente, temos atuações diretas ou indiretas próprias. Tínhamos esperança e ainda temos de poder formar uma federação anarquista para os países árabes junto com os anarquistas árabes, considerando que o Irã e o Afeganistão juntos são povoados por vários milhões de árabes. Além disso, esperamos que um dia possamos formar uma rede anarquista turca com os anarquistas dos países de origens turcas, considerando a presença de uma população de várias dezenas de milhões de habitantes dessas origens no Irã e no Afeganistão.

CCLA: As lutas das mulheres em seu país são muito bem conhecidas e comentadas. Sua organização tem companheiras mulheres? Em caso afirmativo, como elas contribuem para a luta em andamento?

Era: Em suma, uma parte significativa des nosses companheires no Irã e no Afeganistão são mulheres e LGBTQI+. As lutas em andamento no Irã se dão em duas áreas principais: uma é a luta civil e pública para dizer não ao hijab obrigatório e à repressão por não observância do hijab obrigatório por grande parte das mulheres da sociedade iraniana, à qual nossas companheiras também estão associadas como uma pequena parte da sociedade feminina iraniana. O segundo campo de luta é a luta secreta, que inclui a maior parte da luta das companheiras da Federação. no Afeganistão, desde 15 de agosto de 2021. Quando o governo entregou o poder aos Talibãs, testemunhamos a presença de mulheres afegãs protestando. Dois dias depois, em 17 de agosto, elas saíram às ruas contra a presença dos Talibãs e, depois disso, as mulheres que protestavam formaram dezenas de grupos de campanha contra os Talibãs. E continuamos a apoiar a luta das mulheres que protestam contra os Talibãs, e o perigo de excluir as mulheres da presença da sociedade afegã é muito sério, e as companheiras da Federação apoiaram essas lutas de várias maneiras.

>> Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui:

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um tufo de algodão
flutuando na água
uma nuvem

Rogério Martins

[França] Lorient (Morbihan): Duas jovens sob custódia da polícia por pichações anarquistas

Duas jovens de vinte e poucos anos foram presas pela Polícia Nacional por volta das 23h45 de sábado, 20 de abril de 2024, em Lorient. Elas são suspeitas de terem feito várias pichações no centro da cidade. Cerca de vinte inscrições podem ser vistas na área ao redor da rua de l’Enclos du Port, rua Jules-Le-Grand e rua du Maréchal-Foch. A maioria delas representa símbolos anarquistas, reconhecíveis pelo ‘A’ circulado. “Há acrônimos anarquistas e outros sem nenhum significado específico. Alguns são insultos às forças da lei e da ordem”, disse a Polícia Nacional.

As duas mulheres acusadas foram levadas sob custódia após se recusarem a fornecer suas identidades. Elas foram entrevistadas à tarde e “decidiram permanecer em silêncio. Apesar disso, conseguimos identificar suas identidades. Elas já eram conhecidas da polícia”. Embora tenham sido liberadas ao final de sua custódia policial, as duas acusadas serão convocadas a comparecer ao tribunal em uma data posterior. A investigação ainda está em andamento para avaliar os danos. “Até o momento, duas pessoas apresentaram queixas sobre os danos”.

Fonte: agências de notícias

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A orquídea –
a cada instante
o silêncio é outro.

Constantin Abaluta

24 de abril de 2024, 70° aniversário de Mumia Abu-Jamal

Mumia Abu-Jamal está há quase 43 anos encarcerado nas prisões estadunidenses. Acusado da morte de um policial e condenado a morte em 1982, em 2011 sua pena foi comutada para prisão perpétua sem acesso à liberdade condicional.

Um lutador incansável desde dentro das prisões, uma referência inegável de dignidade e temperança nas mais terríveis condições de encarceramento e isolamento.

Já falamos muitas vezes sobre o jornalista Mumia e seu compromisso com a defesa dos direitos humanos, como evidenciado pelos seus numerosos livros escritos atrás das grades, bem como pelas suas intervenções radiofônicas na Prison Radio, o meio de comunicação estadunidense que dá voz aos presos, aos seus familiares e apoiadores. Menos vezes falamos do sofrimento deste homem, separado da família há quatro décadas, da morte de sua esposa no ano passado e dos seus graves problemas de saúde.

Por seu lado, Mumia continua lutando – com a sua caneta e a sua voz – pela abolição das prisões, pela abolição da pena de morte, das penas de prisão perpétua e de encarceramento em massa nos seu país e noutros lugares do mundo.

Com ele, atuemos por erradicar estes castigos cruéis e desumanos.

24 de abril.

70° aniversário de Mumia Abu-jamal!

Há quase 43 anos preso, é muito tempo! Mumia precisa ser solto imediatamente, e reparação para ele e sua família.

Vamos nos mexer, Mumia LIVRE JÁ!!!

Surpreendentemente, as prisões pioraram com o passar do tempo, não melhoraram. E agora o sistema carcerário é maior do que jamais teríamos imaginado. Por isso, nos fazem falta mais movimentos para mudar as condições nas prisões, não menos. E a abolição das prisões têm que estar sobre a mesa. Queremos liberdade. Queremos liberdade. Queremos liberdade. Dizemos todos nós.” – Mumia Abu-Jamal

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No tronco já velho
de olhos arregalados
a coruja espreita.

Marly Barduco Palma

[França] Colóquio sobre Autogestão, Educação Cooperativa e Libertária

Este colóquio, organizado na AERI em Montreuil em 27 de abril de 2024, evoca práticas em Freinet e pedagogia institucional, experiências significativas (LAP, escola experimental de St-Nazaire, escola vitruviana, Boaventura, etc.).

Na programação:

  • 10h00 Filme: Educação em Questão Joseph Jacotot
  • 10h30: Gérard Delbet, Vitrúvio, 30 anos de pedagogia cooperativa
  • 11h15: Isabelle Aubel, Práticas Artísticas na Sala de Aula Freinet
  • 12h00: Luc Bruliard, Escola Inclusiva e Pedagogia Cooperativa: Uma Aposta Possível (ou Não)
  • 13h00: Pausa para refeição
  • 13h30: Filme: Educação em questão Paul Robin
  • 14h00: Hugues Lenoir, Os Invariantes da Andragogia Libertária
  • 14h45: Bruno Robbes, Perspectivas da Pedagogia Institucional
  • 15h00: Lycée Autogère de Paris: onde estamos?
  • 15h45: Intervalo
  • 16h00: Lycée expé de Saint-Nazaire: cogestão pedagógica
  • 16h45: CNT-Educação 93, Pedagogia e Anarquia
  • 17h30: Jean-Luc Richelle, Boaventura, uma pequena república educativa
  • 18h15: ICEM: praticante e professor-pesquisador
  • 19h00: Filme: Esperanzas, Felipe y la escuela de puerto Cabuyal e encerramento

federation-anarchiste-groupe-commune-de-paris.over-blog.com

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Balanço de rede
Ao longe um rádio ligado —
Tarde modorrenta

Neiva Pavesi

[França] 1.500 manifestantes contra a extrema direita em Saint-Brieu

Este domingo, 21 de abril de 2024, aproximadamente 1.500 pessoas marcharam no centro da cidade de Saint-Brieuc, para se oporem à ascensão das ideias de extrema direita na Bretanha e mais particularmente em Côtes-d’Armor.

Um protesto que se inseriu numa resposta aos vários fatos atribuídos à ultradireita na Bretanha nos últimos anos, entre danos a instalações sindicais e políticas, ameaças e ataques físicos.

Na manifestação, dezenas de pessoas levaram cartazes e faixas com mensagens antifascistas. “Não passarão”, “O inimigo é financiado e protegido pela polícia”, “Somos todos antifascistas”, “Nazis, fascistas chegou a sua hora. Os imigrantes ficam, vocês vão embora”, foram algumas frases gritadas em coro durante o protesto.

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Uma libélula –
À frente da bicicleta
Onde quer que eu vá.

Shôko Inomori

Em ‘mundo em guerra’, gastos militares batem recorde e superam US$ 2,4 tri

Por Jamil Chade | 21/04/2024

Num mundo onde as guerras se proliferam e as soluções diplomáticas dão sinais claros de fracasso, explode o gasto com armas. Um novo informe publicado pela Instituto Internacional de Estocolmo para Pesquisas da Paz (SIPRI) revela que o mundo destinou US$ 2,4 trilhões em orçamentos militares, um aumento de 6,8% em comparação ao ano de 2009. Trata-se da maior elevação em um só ano desde 2009.

Nunca, segundo o estudo, se gastou tanto em armas como agora.

Todos os dez maiores orçamentos militares do mundo aumentaram seus gastos, liderados pelos EUA, China e Rússia. O SIPRI serve como referência global no levantamento de orçamentos militares e concluiu que, pelo novo ano consecutivo, governos incrementaram os recursos destinados para armas.

Pela primeira vez desde 2009, os gastos militares aumentaram em todas as cinco regiões geográficas, com aumentos particularmente grandes registrados na Europa, Ásia e Oceania e Oriente Médio.

“O aumento sem precedentes nos gastos militares é uma resposta direta à deterioração global da paz e da segurança”, disse Nan Tian, pesquisador sênior do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI. Os Estados estão priorizando a força militar, mas correm o risco de entrar em uma espiral de ação e reação no cenário geopolítico e de segurança cada vez mais volátil”, alertou.

Ucrânia x Rússia

De acordo com o estudo, os gastos militares da Rússia aumentaram 24%, chegando a um valor estimado de US$ 109 bilhões em 2023, marcando um aumento de 57% desde 2014, ano em que a Rússia anexou a Crimeia.

Em 2023, os gastos militares da Rússia representaram 16% do total de gastos do governo. Já a Ucrânia foi o oitavo maior gastador em 2023, após um aumento de 51% nos gastos, chegando a US$ 64,8 bilhões.

“Os gastos militares da Ucrânia em 2023 eram 59% do tamanho dos gastos da Rússia. No entanto, a Ucrânia também recebeu pelo menos US$ 35 bilhões em ajuda militar durante o ano, incluindo US$ 25,4 bilhões dos EUA. Combinados, essa ajuda e os gastos militares da própria Ucrânia foram equivalentes a cerca de 91% dos gastos russos”, destacou o informe.

EUA continuam liderando em gastos, mas europeus aumentam participação na OTAN

Em 2023, os 31 membros da OTAN responderam por US$ 1,341 trilhão em gastos militares, o equivalente a 55% dos orçamentos mundiais. Os gastos militares dos EUA aumentaram 2,3%, chegando a US$ 916 bilhões em 2023, representando 68% do total de gastos militares da OTAN. Mas, em 2023, a maioria dos membros europeus da OTAN aumentou seus gastos militares. Sua participação combinada no total da OTAN foi de 28%, a maior em uma década.

“Para os países europeus da OTAN, os últimos dois anos de guerra na Ucrânia mudaram fundamentalmente a perspectiva de segurança”, disse Lorenzo Scarazzato, pesquisador do Programa de Despesas Militares e Produção de Armas do SIPRI. “Essa mudança na percepção das ameaças se reflete no aumento da parcela do PIB direcionada aos gastos militares, com a meta da OTAN de 2% sendo vista cada vez mais como uma linha de base e não como um limite a ser alcançado”, completou.

Uma década após os membros da OTAN terem se comprometido formalmente com a meta de gastar 2% do PIB com as forças armadas, 11 dos 31 membros da OTAN atingiram ou ultrapassaram esse nível em 2023 – o número mais alto desde que o compromisso foi assumido. Outra meta – de direcionar pelo menos 20% dos gastos militares para “gastos com equipamentos” – foi atingida por 28 membros da OTAN em 2023, em comparação com 7 em 2014.

Oriente Médio sob tensão: Israel x Irã

O levantamento ainda destaca como a guerra em Gaza e tensões no Oriente Médio impulsionam o maior aumento de gastos da última década. A região viu um aumento de 9,0%, chegando a US$ 200 bilhões em 2023. Essa foi a maior taxa de crescimento anual na região registrada na última década.

Os gastos militares de Israel – o segundo maior da região, depois da Arábia Saudita – cresceram 24%, chegando a US$ 27,5 bilhões em 2023. O aumento dos gastos foi impulsionado principalmente pela ofensiva em grande escala de Israel em Gaza, em resposta ao ataque ao sul de Israel pelo Hamas em outubro de 2023.

O Irã foi o quarto maior gastador militar do Oriente Médio em 2023, com US$ 10,3 bilhões. De acordo com os dados disponíveis, a parcela dos gastos militares alocados ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica cresceu de 27% para 37% entre 2019 e 2023.

“O grande aumento nos gastos militares no Oriente Médio em 2023 refletiu a rápida mudança da situação na região – desde o aquecimento das relações diplomáticas entre Israel e vários países árabes nos últimos anos até a eclosão de uma grande guerra em Gaza e o temor de um conflito em toda a região”, disse Diego Lopes da Silva, Pesquisador Sênior do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI.

China e seu impacto

Outro destaque é a China, o segundo maior gastador militar do mundo e que destinou US$ 296 bilhões para as forças armadas em 2023, um aumento de 6,0% em relação a 2022. Esse foi o 29º aumento anual consecutivo nos gastos militares da China.

Segundo o levantamento, a China foi responsável por metade do total de gastos militares na região da Ásia e Oceania, que fez com que seus vizinhos também elevassem seus gastos.

O Japão, por exemplo, alocou US$ 50,2 bilhões para suas forças armadas em 2023, 11% a mais do que em 2022. As despesas militares de Taiwan também cresceram 11% em 2023, chegando a US$ 16,6 bilhões.

“A China está direcionando grande parte de seu crescente orçamento militar para aumentar a prontidão de combate do Exército de Libertação Popular”, disse Xiao Liang, pesquisador do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI. Isso fez com que os governos do Japão, Taiwan e outros países aumentassem significativamente suas capacidades militares, uma tendência que se acelerará ainda mais nos próximos anos”, explicou.

Brasil também tem alta de gastos

De acordo com o estudo, em 2023, os gastos militares do Brasil aumentaram em 3,1% para US$ 22,9 bilhões. “Citando a diretriz de gastos da OTAN, os membros do Congresso do Brasil apresentaram uma emenda constitucional ao Senado em 2023 que visa aumentar a carga militar do Brasil para um mínimo anual de 2% do PIB (de 1,1% em 2023)”, destacou.

Fonte: https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2024/04/21/em-mundo-em-guerra-gastos-militares-batem-recorde-e-superam-us-24-tri.htm

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agência de notícias anarquistas-ana

Melancolia vernal –
Para a esposa no domingo
São tantos visitantes…

Sanae Sembongi

Forças armadas do Brasil e França fazem exercício militar no Rio de Janeiro

A operação militar ocorreu de 14 a 20 de abril, e contou com, aproximadamente, 2.250 militares, sendo 1.460 brasileiros e 790 franceses, na área marítima entre as cidades do Rio de Janeiro e Mangaratiba (RJ).

Durante o exercício, as tropas realizaram uma série de manobras que simulavam situações reais de combate, incluindo o desembarque anfíbio, combate em terreno costeiro e operações de evacuação.

É importante realçar que essas atividades, exercícios militares, contribuem significativamente para a emergência climática, tanto pelo enorme volume de emissões de gases de efeito estufa (GEE) como pela poluição ambiental.

Contra os gastos militares! Abaixo todos os exércitos! Desmantelar a maquinaria militar!

agência de notícias anarquistas-ana

Mundo de orvalho,
não mais que um mundo de orvalho.
Só que, apesar disso…

Kobayashi Issa

[Grécia] Vídeo | Intervenção antifascista em Tessalônica após recentes ataques fascistas

Na tarde de domingo, 14/04, realizamos uma intervenção motorizada nos bairros de Neápolis e da Cidade Alta. Marchamos por mais de meia hora nas ruas afirmando que o movimento antifascista está presente em lugares onde grupos fascistas aparecem pintando e atacando espaços políticos e sociais.

A intervenção motorizada consistiu em 30 motocicletas e 7 carros e, durante o percurso, mais de 20.000 folhetos foram jogados. No último mês, houve dois ataques à biblioteca pública de Neápolis, à escola de cinema que foi ocupada contra a privatização das universidades e aos escritórios do KKE [Partido Comunista da Grécia] em Neápolis.

Deixamos claro que tais ações por parte dos fascistas não ficarão sem resposta e nos encontraremos na frente deles, mandando-os de volta para seus buracos. O movimento antifascista foi e será o único que poderá mandar os descendentes de Hitler de volta para a lata de lixo da história.

NA GRÉCIA, NA TURQUIA, NA MACEDÔNIA, O INIMIGO ESTÁ NOS BANCOS E NOS MINISTÉRIOS

COM OS IMIGRANTES, ESTAMOS JUNTOS. REPATRIAÇÃO PARA POLICIAIS E NAZISTAS.

ANTIFASCISTAS

>> Veja o vídeo aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=jORsbaLLX5Y

agência de notícias anarquistas-ana

Jogue estes crisântemos
E todos os que tiver
Dentro do caixão!

Sôseki

Cadê xs anarquistas que votaram no Lula?

Governo Lula planeja nova política de mineração para forçar exploração de minas

Ícone da e$querda in$titucional, pelega, aduladora… Lula combate as mudanças climáticas e a proteção do meio ambiente incentivando a mineração, uma das indústrias mais devastadoras do meio ambiente e do clima. Mais uma vez, o traste vai na contramão, estimulando a poluição, o ataque à saúde, aos animais e ao ambiente. E claro, enchendo ainda mais o bolso dos capitalistas.

Governo Bolsonaro, pa$$a a boiada, o garimpo… Governo Lula, pa$$a o petróleo, a mineração… Lula e Bolsonaro são diferentes, são. Mas ambos são idiotas! Que fortes chuvas de gelo com pontas afiadas atinjam os dois! Malditos!!!

Livres e Selvagens!

Santa Anarquia

Governo Lula planeja nova política de mineração para forçar exploração de minas

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda mudar o arcabouço legal da mineração para forçar empresas do setor a explorarem, de fato, suas unidades produtivas. O diagnóstico é que há milhares de minas paradas pelo país e que a medida em estudo poderia movimentar um volume de recursos na economia nacional comparável aos investimentos anuais da Petrobras.

>> Leia a matéria completa aqui:

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2024/04/governo-lula-planeja-nova-politica-de-mineracao-para-forcar-exploracao-de-minas.shtml

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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2024/04/05/presidente-da-petrobras-faz-nova-defesa-de-projeto-ecocida-na-foz-do-amazonas-pessoas-realmente-preocupadas-com-o-meio-ambiente-defendem-o-decrescimento-e-nao-o-desenvolvimento-sustentavel/

agência de notícias anarquistas-ana

Andando sozinho
De repente uma companhia —
Borboleta azul

Clóvis Moreira Santos

Greve da Educação Federal: o momento exige radicalização do movimento paredista

Comunicado Nacional da FOB

18 de Abril de 2024

No dia 11 de março os técnicos administrativos em Educação, os TAEs, das universidades federais, reunidos nacionalmente na FASUBRA, deflagraram greve por tempo indeterminado. No dia 03 de abril os servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica, cuja representação nacional é do SINASEFE, também deflagraram greve por tempo indeterminado.

Por sua vez, o setor das instituições federais do ANDES, sindicato nacional dos docentes das universidades, aprovou indicar para as bases da categoria deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 15 de abril. O movimento grevista foi deflagrado diante da proposta de reajuste salarial zero para os servidores no ano de 2024. Os grevistas reivindicam recomposição salarial de 34% para os TAEs e 22% para os docentes, além da reestruturação das carreiras.

A deterioração dos salários na última década

Os servidores da educação federal passaram por reestruturação das suas carreiras nos últimos 19 anos. O PCCTAE, Plano de Carreira e Cargos dos Técnicos Administrativos da Educação, foi implementado nos anos de 2005 e 2006, após importantes movimentos paradistas da categoria. As atuais carreiras do Magistério Superior (MS) e da educação básica técnica e tecnológica (EBTT) foram criadas anos depois. Entretanto, os anos seguintes foram de precarização e arrocho salarial.

As perdas salariais acumuladas dos TAEs chegam a 53% e dos docentes chegam a 39,8%. O salário base dos técnicos administrativos é de pouco mais do que um salário mínimo, cerca de 1.440,00 reais, o menor salário entre os servidores do Poder Executivo. A carreira dos docentes também sofreu com a política de arrocho salarial. O salário inicial, com regime de trabalho de 40 horas é de 3.412,63 reais, enquanto o piso nacional do Magistério é de 4.580,57 reais.

A política de expansão precarizada das universidades e dos instintos federais foi denunciada na época pelo movimento sindical e estudantil. Passados pouco mais de uma década, a realidade é de espaços deteriorados pela falta de novos investimentos e, principalmente, pelos sucessivos cortes orçamentários.

Também é fundamental considerar que nas últimas duas décadas a ofensiva das políticas neoliberais que impuseram três reformas previdenciárias, 2003, primeiro governo Lula (2003-2006), 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff (2011-2014), e 2019, governo Bolsonaro (2019-2022). Além, no final de 2017 o governo Temer (2016-2018) aprovou o “Novo Ensino Médio” e a emenda constitucional do corte dos investimentos nos serviços públicos.

Contra o elitismo acadêmico e a burocratização do movimento estudantil: classismo e luta de massas

O governo Lula ao assumir em 2023, atuou de maneira decisiva para aprovar a chamada “âncora fiscal”, quer dizer, reeditou da política neoliberal dos cortes nos investimentos nos serviços públicos aprovada pelo governo Temer. Do mesmo modo, deu continuidade a implementação do “Novo Ensino Médio”.

Portanto, nada mudou na ofensiva neoliberal em curso. Impõe-se o arrocho salarial e a precarização das condições de trabalho e ensino. Entretanto, o academicismo elitista dos docentes das universidades federais tem predominado e, consequentemente, tem contribuído para o adiantamento de uma greve nacional unificada dos servidores da educação federal.

O elitismo dos docentes das universidades provoca uma situação absurda, marcada pela indiferença e por uma visão muito liberal e anticlassista. A manutenção de aulas nas universidades enquanto os TAEs estão em greve desde o dia 11 de março é um exemplo gritante da falta de solidariedade de classe e empatia.

A burocracia do movimento estudantil universitário também se mostra incapaz de paralisar completamente as universidades. Tomada pelo discurso do medo de um suposto crescimento da extrema-direita em função de uma possível generalização das greves, a burocracia estudantil encontra-se estéril, totalmente incapaz de responder às necessidades impostas pela conjuntura

O elitismo dos docentes das universidades e o imobilismo das burocracias estudantis só serão superados com a construção desde as bases de um movimento classista, combativo e de massas. O corporativismo nos condena à conciliação de classes e às sucessivas derrotas. Somente o sindicalismo revolucionário, a ação direta e a luta de massas são capazes apontar para horizontes de vitórias para a classe trabalhadora.

Radicalizar o movimento grevista

Depois de um mês de greve dos TAEs das universidades, o governo federal apresentou tão somente um “termo de compromisso” com os aumentos dos auxílios alimentação, saúde suplementar e auxílio, ou seja, aumentos anunciados desde o final do ano passado. O governo se mostra irredutível com sua política de arrocho salarial, impondo zero de reajuste salarial em 2023 para um conjunto de trabalhadores do Estado, como professoras e professoras, TAEs e agentes do Ibama. No entanto, para área militar não faltam recursos. Além disso, chegou a ameaçar parar as negociações com categorias que deflagrarem greve no próximo período.

O movimento grevista não tem outra alternativa que não seja a radicalização das lutas. Faz necessário a adoção da ação direta, ocupação de prédios públicos e o fechamento de vias e rodovias. Propomos que sejam organizados dias nacionais de fechamento de rodovias federais em todo o país, em todas as regiões que tenham trabalhador da educação. Somente o ascenso da luta radicalizada será capaz de conduzir os servidores públicos federais da educação à conquista de suas reivindicações e impor uma derrota às políticas neoliberais em curso.

Greve Nacional da Educação por mais investimentos na educação pública

Construir a Federação Autônoma das Trabalhadoras e Trabalhadores da Educação (FATE)

Organize-se na FOB! Lute com autonomia!

lutafob.org

agência de notícias anarquistas-ana

E tu, aranha
como cantarias
neste vento de outono?

Matsuo Bashô