Domingo, 20 de outubro de 2019
Para que servem agora os milicos para o presidente chileno? Para tentar reprimir as reivindicações e a luta que foi criada após o aumento das passagens. Para que servem os milicos ao presidente equatoriano? Para tentar sufocar xs povos indígenas organizadxs e sua luta contra o aumento do combustível e do custo de vida. Para que servem, definitivamente, todos os soldados, venezuelanos, argentinos, uruguaios ou espanhóis? Para o mesmo. Servir a ordem instituída, a ordem capitalista e a destruição de nossas vidas. Em última análise, armas dessas classes cada vez menores que sempre vencem com as reestruturações que deixam milhares ao longo do caminho.
Direita, esquerda, centro, tudo. Os Estados, independentemente de qual seja o governo, se tornaram cada vez mais militarizados nos últimos anos. As ruas estão cheias de diferentes dispositivos tecnológicos e cheias de soldados, não importa se são azuis ou verdes. O corpo policial e o corpo militar ainda são categorias ainda importantes, mas cada vez mais difusas. O capital se defende, as cidades explodem, mais cedo ou mais tarde o afogamento constante encontra resistência.
A princípio, uma luta parcial, uma luta qualquer, desencadeia raiva, depois percebemos que isso não é suficiente. Neste momento, o presidente do Chile, depois de decretar o toque de recolher, aparentemente cancelará o aumento das passagens, mas a revolta ainda não foi interrompida. Ele sabe muito bem que o detonador não deve ser confundido com o que realmente faz com que tudo exploda.
O problema é o capitalismo, não esquecemos disso. É por isso que não nos concentramos no jogo perverso de escolher quem fará mais ou menos ajustes exigidos pelo capital financeiro, quem será mais cordial dependendo de quais setores. Todos procurarão apoiar-se na recuperação da raiva e, caso necessário, na repressão. Todos os partidos morrerão, se necessário, defendendo o carniceiro sistema que nos dirige e promete lhes ser o mestre. E como em todos os lugares continuaremos a ver como as diferentes forças armadas do Estado são usadas contra as pessoas que tentam viver melhor.
Alguns dentro de seus partidos estão discutindo serviços militares obrigatórios, guardas nacionais ou outras questões de “segurança e defesa”; nenhum partido propõe desarmar os verdugos do povo, na esperança de usá-los por conveniência. Na próxima reestruturação capitalista, no próximo ajuste em nossos pescoços, estaremos sozinhos novamente com aqueles também excluídos. Não vamos criar mais corvos, não vamos torná-los mais fáceis.
Queremos tudo, não negociamos nada.
R.M.
>> Na foto, militares nas ruas de Santiago após toque de recolher decretado pelo Estado.
Tradução > Liberto
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Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
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